Finalmente em casa

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Entramos novamente no hospital e sentamos nas cadeiras da sala de espera. Já estava ficando chato ficar lá todos os dias, e eu também não entendia o porquê Maria não poderia sair logo. Claro que tinha que esperar os pais dela e coisa e tal, mas pra que tantos exames? Ela perdeu a memória e pronto, acabou foi isso que aconteceu. O enfermeiro veio até nós correndo.

- Parece que Maria terá que ficar mais alguns dias aqui. Ela receberia alta amanhã, mas teve uma recaída.

Pronto. Era só o que me faltava. Eu estava deixando de fazer varias coisas para ficar naquele bendito hospital com ela, e as garotas da recepção já tinham até decorado a minha cara.

- O que aconteceu?

- Ela não está conseguindo comer, seu organismo está rejeitando. Ela terá que fazer alguns exames para ver se não pegou nenhuma bactéria, e ela está se alimentando pela veia.

Cada vez que me falavam alguma piora sobre a Maria, mais meu coração doía. Eu sei que no fundo, era culpa minha sim. Minha mãe me liga.

- Oi mãe.

- Oi filha, tudo bem? Como estão as coisas aí? Daqui a pouco a mamãe vai aí e eu deixo vocês descansarem.

- Ela teve uma recaída, e está tendo que tomar medicamento direto na veia.

- Nossa tadinha... Mas daqui a pouco ela já vai estar melhor não se preocupe. Os pais dela me ligaram e amanhã eles já estão aqui.

- Tudo bem, mãe. Depois nos falamos beijos.

Coloquei o telefone no bolso e fiquei encarando o Matheus.

- Aconteceu alguma coisa?

- Os pais dela vão voltar amanhã. Vai ficar tudo bem, não se preocupe.

Ficamos papeando um pouco e minha mãe chegou.

- Oi amores, como foi o dia?

- Chato.

- Bem chato na verdade mãe.

Ela nos deu um abraço e disse.

- Tudo vai ficar bem, logo vai passar. Amo vocês.

As palavras de minha mãe me deixaram mais tranquila, e com aquele abraço então. Caiu uma lagrima de meu olho esquerdo.

- Não chore amor. Logo vai passar.

- Te amo mãe.

- Também amor.

Eu e Matt pegamos o ônibus e voltamos para casa. Descemos no ponto e fomos até nossas casas, que eram perto do ponto, mais precisamente no final da nossa rua. Cheguei em casa e meu pai estava no sofá cochilando com a televisão ligada, então a desliguei e fui até o meu quarto. Olhei para a janela e Matt estava lá. Começamos a trocar mensagens.

"Estou morto"

"Estamos"

"Tomar um banho e partiu"

"Eu vou jantar ainda"

"Carambolas, estou tão cansado que nem me lembrei da janta. Mas acho que nem vou comer."

Carambolas. Portugal é um país meio atrasado no conceito gírias não é mesmo?

"Vou jantar... Amanhã a gente se fala Matt".

"Pera aí"

"O que?"

"Sobre o beijo... o que você achou?"

Fiquei sem saber o que responder. Deitei na cama e comecei a olhar para o teto lembrando desse momento maravilhoso que tivemos.

"Eu adorei"

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