Capítulo 6

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- Veio. Deve estar junto com a Candy. – Pedro respondeu, olhei de rabo de olho para as meninas que seguraram o riso, lembrando-se do agarramento no corredor.

- Não me lembro de você ter comentado dele. – questionei.

- Então, acabei me esquecendo de te contar.

- Ah sim. De boa. – achei estranho, mais eu também não havia perguntado nada de irmãos quando conversava com ele.



Já chegamos entrando no meio do povo, mexendo o corpo conforme a música. Ellen foi até onde estavam as bebidas:

- Quer alguma coisa?

- Eu não bebo, mas obrigado, depois eu pego um refri.

- Entendi. Hasta! Vem Aurea. - Ellen chamou.

- Já vou! – Aurea gritou em meio ao som alto.

Elas pensam que eu não saquei que elas queriam me deixar sozinha com o Pedro, sacanagem delas. Olhei pra ele, que dançava bem tímido.

- Mexe o quadril aí. – falei e coloquei a mão em seus quadris balançando, ele gargalhou.

Agora estava tocando Rumba da Anahí, essa música eu tinha conhecido esses dias.

- Pedrito manos en el aire... – cantei levantando suas mãos para o alto.

Agora ele estava dançando mais solto.

- Acho que temos um dançarino. – falei.

- Falta muito ainda. – ele respondeu e chegou mais perto de mim. Dei um giro, meio que me afastando e como se fosse um passo de dança.

- Olha seu irmão. – apontei. A Candy vinha junto com ele, atrás vinham uma menina loira e um rapaz de mãos dadas, a moça era bem parecida com ela, imagino que seja sua irmã mais velha, Gypsy.

- Eu vi. – não vi muita alegria dele ao ver seu irmão.

- Tudo May? – Candy perguntou quando se aproximou pra me dar um abraço e cochichou. – Eu pego um irmão e você vai e pega outro, espertinha você.

- Estou bem Candy. – respondi séria e me soltei do abraço.

- Esse é o Theo, acho que vocês já o conhecem. – ele era bem parecido com o Pedro, um pouco mais alto, mais belo igualmente. – E essa é a minha irmã favorita, apesar de que somos só nós duas. – ela riu e apontou para sua irmã.

- Boa noite pessoal. – Gypsy cumprimentou, era estilosa tão quanto à irmã. – Esse é o meu namorado. – ele acenou também.

- Esse é o Pedro. E a May, como havia comentado. – nos apresentou Candy.

Acenamos. Trocamos mais alguma ideia, e eles foram para outro lugar da festa.

- Ufa! Eu estava ficando sufocado. – Pedro desabafou.

- Eu também.

- Essa Candy é muito espevitada.

- Ela é chata, isso sim. – rimos.



- Vocês demoraram hein? – danei com Ellen e Aurea.

- Fomos dar umas voltas por aí. – Aurea respondeu.

A música cessou, vaiaram de leve o pessoal, mais uma voz sobressaiu nas caixas de som.

- Boa noite! – a voz vinha de alguém em cima do palco, seguimos as outras pessoas e chegamos mais perto. Agora a festa já estava bem mais lotada.

Paramos em frente ao palco, reconheci quem falava, era aquele menino que estava no meu quarto quando saí do banho. Ele me reconheceu e me deu uma piscadela. Deu pra reparar mais nele agora, ele era bem bonito, cabelo arrepiado e rapado dos lados, estava vestindo uma camisa cavada preta, que mostrava seus braços fortes e uma tatuagem no braço direito. Na ocasião do quarto fiquei tão envergonhada que nem reparei nesses detalhes.

- Gostaria de apresentar a banda de um amigo meu. E obrigado a todos que vieram. Com vocês agora... THE SILVERS.

Ele entregou o microfone a um rapaz, e desceu do palco, os músicos tomaram seus lugares no palco. Ele veio em minha direção e parou do meu lado:

- E aí garota da toalha? – torci pro Pedro não ter ouvido, ele estava do meu lado e a banda já havia começado a tocar, acho que não deu pra ouvir. O que ele ia pensar de mim, eu não era dessas.

- E aí. – respondi e olhei pra ele, que era um pouco mais alto que eu.

- Não me apresentei da última vez, me chamo Felek e você?

- Pode me chamar de May. – o pessoal atrás de mim gritou e começou a pular ao som da banda.

- Gostei do seu nome. – Felek me olhou de um jeito sedutor.

- Obrigado, também gostei do seu. – eu ficava sem graça com essas coisas.



A banda já estava na segunda música:

"Naquele amor/ A sua maneira/ Perdendo o meu tempo à noite inteira..."

Todos cantando juntos, eu adorava essa música.

- Você vai estudar na UNA? – Felek perguntou.

- Vou sim, vou cursar psicologia. E você?

- Estou no meu segundo ano de História.

- Que legal.

- É mesmo, eu concordo. – ele me olhou daquele jeito de novo. Senti meu corpo arrepiar, ele realmente era muito bonito e tinha um sorriso lindo, uma boca linda.

- Você mora aqui?

- Moro. Gostou daqui?

- Gostei sim.

- Qualquer dia te chamo pra nadar aqui.

- Ah sim. Vou adorar.

- E você tá muito gata, já te falaram isso?

- Hoje já. – respondi.

- Quem falou estava certíssimo.

- Você também está muito bonito.

A banda terminou a música e Felek correu até o palco, nem percebi quando ele saiu de perto de mim.

- Quem é aquele? – Pedro havia ficado quieto durante toda conversa.

- Felek. Ele mora aqui.

- Entendi. – senti que ele ficou um pouco emburrado.

- Ele me convidou pra nadar aqui, qualquer dia desses.

- Vai ser bom. – ele respondeu meio receoso, eu não iria falar mais nada sobre esse assunto.

No palco Felek pegou novamente o microfone:

- Gostaria de chamar aqui em cima pra cantar uma música. A garota da toalha, May...!

CINCO: o despertar (livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora