Capítulo 54 - Parte 3/5 (Lorrayne)

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- Mais que droga! - meu pai jogou o livro longe, quase acertando em Lavínia. - Esse feitiço não funcionou...

O nosso circulo se desfez e o meu pai voltou frustrado para dentro de casa.

Mais o que ele esperava. Que minha mãe levantasse do tumulo? Ou que o espirito dela aparecesse?

Não que eu acreditasse nessas coisas, mais que no momento em que meu pai pronunciava as palavras em uma língua esquisita, uma energia nos transpassou e nos envolveu, isso foi palpável.

Voltamos para dentro de casa. Lá fora fazia frio.

Meu pai estava sentado na mesa da cozinha. Chegamos até onde ele estava, me joelhei perto da cadeira:

- Não fica assim pai. - falei.

- Como você quer que eu fiquei, Lorrayne? - ele falou ainda bravo.

- Pai. Você deve aceitar. Mamãe se foi, contra a morte não a nada que possamos fazer. - Lucy tentava persuadi-lo.

- Eu também concordo com isso. - Lana falou.

- Mais eu não consigo viver sem ela... - meu pai desandou a chorar. O abracei.

- Além disso, ainda ficamos com essas cicatrizes horríveis no braço. - Lavínia cochichou e passou a mão no pulso.

Fiz psiu para ela. Nós havíamos aceitado, o que se mostrou essa loucura toda. Decidimos ajudar o meu pai com o quer que fosse.

Meu pai se acalmou e foi dormir em seu quarto.

Eu e minhas irmãs nos reunimos na sala.

- Nosso pai está louco, só pode! - Lana falou.

- Pode até estar, mais devemos ajuda-lo, ele ainda não superou o luto. - falei.

- Você fala isso porque você é a favorita. - Lavínia insistia nisso.

- Você adora falar isso. Vocês sabem que não é assim. - me defendi.

- Você sabe que sim. - Lucy de cabeça baixa também concordou.

- Até você Lucy... - meus olhos foram se enchendo de lágrimas. Recuperei a compostura e continuei: - Mas o principal é que devemos nos unir para ajudar nosso pai, isso é o que deve importar. - me levantei e me retirei para o meu quarto. Eu fiquei muito chateada.

As semanas foram passando... Meu pai desde a tentativa fracassada só ficou trancado no quarto.

Percebemos também nessas semanas, que como cada uma foi, se é que eu podia dizer assim da marca em nosso pulso, agraciada com o dom, que cada símbolo era correspondente a algo.

Lavínia podia dominar o Fogo, esse era um que correspondia bem a sua personalidade. Lucy a Água, esse era bom nos dias em que a água nos faltava no poço e tínhamos que buscar no rio. Lana controlava o dom da Terra. Lya o do Ar. E eu era o que o meu pai chamava de Nato, um dom nato, onde a pessoa pode controlar os quatro elementos e até mesmo pode desenvolver algum novo, minhas irmãs não ficaram muito felizes com essa noticia.

Meu pai partiu de novo, não o impedimos. Ele teria que recuperar essa paz que ele havia perdido. E a gente conseguiria se virar nesse tempo, afinal eu já tinha 17 anos.




Num dia ensolarado o meu pai voltou. Apesar do sol que brilhava a energia em volta dele era bem obscura. Seu semblante era outro e novamente ele havia trazido um livro.

CINCO: o despertar (livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora