Epílogo

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Cemitério de São Alfeu


Estavam todos reunidos em frente a um tumulo.

Era ali o local avisado, e que aconteceria algo esperado por muitos.

Contando os que estavam presente, esse número chegava a mais de cem pessoas, sendo que algumas não conseguiram estar ali.

- É agora. – Thiago falou.

Holiday ficou apreensiva ao lado do Felek, a quem ela estava de mãos dadas.

O de cabelo azul esperava ansioso, junto com as centenas de pessoas que vieram para ver esse momento de perto.

Todos os olhares estavam fixos no tumulo. As conversas cessaram.

A pedra que tampavam a sepultura começou a se mover, caindo ao chão e espatifando.

- O que vocês fazem aqui? – apareceu um caseiro correndo e gritando, ele parou e observou surpreso a quantidade de pessoas que estavam ali. Ele acordara com o barulho.

O caseiro foi rapidamente contido e imobilizado, caindo duro no chão.

No tumulo, a areia que jogaram em cima para selar o caixão, começou a ser jogada para fora, pareceu como quando alguém pula em uma piscina e a água é espirrada para fora.

O caixão agora estava visível.

A tampa explodiu sendo levada aos ares.

Um corpo ereto se levantou.

As pessoas em volta se ajoelharam em reverencia.

"Nosso mestre está de volta!", "Zamarian voltou!", "O grande mestre regressou!" – eram o que as pessoas ovacionavam e diziam deslumbradas.

No tumulo era possível ler um nome: Ana Lee.

Mas o corpo não pertencia mais a ela.



ANO 1715

LORRAYNE


Ainda era possível ouvir os ecos dos gritos do meu pai depois que o banimos para o Outro Lado.

Haviam se passado três dias, o clima com minhas irmãs ainda não estavam as mil maravilhas, mas estávamos trabalhando para isso. Afinal eu as amava muito e não queria continuar guardando magoas delas, ainda mais agora que meu pai não estava entre nós.

Continuamos cuidando do casarão, das árvores, da horta e de alguns animais que possuíamos. Esses trabalhos já ficavam por nossa conta, só que agora eles eram de total responsabilidade nossa.

Estava eu indo cuidar dos animais e passei perto do tumulo de minha mãe, quando ouvi um som muito estranho, parei e olhei. Não havia nada ali.

Continuei caminhando, o som se repetiu. Voltei para trás.

No céu um redemoinho começou a se formar. Em pleno dia de céu azul e límpido.

O portal que usamos para banir meu pai estava se abrindo novamente para devolver o seu corpo.

Corri e alertei minhas irmãs.

E juntas decidimos esconder o seu corpo, para caso ele conseguir se libertar.

Descobri mais tarde que no Outro Lado somente as almas entram, os corpos humanos não.

E juramos nunca revelar a localização do corpo a ninguém.

CINCO: o despertar (livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora