CINCO: o despertar (livro 1)

Capítulo 60

Algumas pessoas abriram caminho quando nos viram passando correndo. Não me importei.

- Eu devia ter feito alguma coisa para ajudar a Kelly...

- Não se culpe Ellen. Você fez o que pode, conseguiu nos livrar da louca da Holiday.

- Mas ela não devia ter morrido. Ela não tinha nada a haver com essa história...

- Isso é verdade. – falei tristemente.

- Temos que achar Candy, Aurea e Virginia.

- A última vez que as vi, elas estavam na cantina. – falei.

- Então vamos até lá. A Alabama não veio hoje?

- Ela não estava na primeira aula. Será que...? – eu não consegui dizer.

- Liga pra ela do seu celular.

- É isso mesmo que eu vou fazer. – tirei meu celular do bolso, procurei pelo o numero dela nos contatos. Levei o celular ao ouvido. – Está só chamando. Caiu na caixa postal. E agora? – o desespero já quis me envolver novamente.

- Tenta de novo.

Disquei novamente o numero.

- Alô. Oi Alabama, você veio para aula hoje?

- Eu me atrasei, eu vou chegar na segunda aula mesmo.

- Não venha. – falei desesperado demais.

- Por quê? O que aconteceu?

- Agora não dá pra explicar. Mas não vem para a universidade.

- OK então.

- Ou melhor, espera a gente na pensão. A gente te encontra lá, combinado?

- Combinado. – ela respondeu, desliguei o telefone.

Procuramos as meninas em todas as mesas da cantina. Que ainda estavam cheias de alunos no intervalo. Era tão contraditório ver todos sorrindo, e eles não faziam nem ideia do que se passava ao redor.

- Elas devem ter ido ao banheiro. – Ellen sugeriu.

- Devem.

Saímos de perto das mesas e caminhamos apressadas rumo ao banheiro.

Aquele cabelo rosa ao longe, não tinha como passar despercebido.

- Ali elas. – apontei para que Ellen também as visse.

- Vi.

- Corre! – aceleramos o passo. – Candy! – gritei quase as alcançando.

Ela se virou.

- O que você quer pessoa? – Candy falou.

Aurea e Virginia também pararam e se viraram.

- Onde vocês estavam indo? – perguntei.

- Íamos ao banheiro. – Aurea respondeu. – Te acharam Ellen. – Aurea sorriu. – Estávamos te procurando.

- Holiday tentou me matar. – Ellen falou.

-O QUÊ? Como assim. – Aurea falou espantada.

- Foi isso mesmo que aconteceu. – Ellen contou, Alabama e Cassandra ouviam cada detalhe atentamente.

Descemos até o porão onde ensaiávamos para conversar.

- E vocês estão bem? – Alabama perguntou.

- Respondi a essa pergunta muito hoje. Estou sim Alabama. – Ellen respondeu.

- Eu também estou. – falei. – Quem teve a infelicidade foi a Kelly.

- Eu a conhecia de vista. – Candy disse.

- Foi muito triste. Ela não me merecia isso. – Ellen mostrou tristeza na voz.

- Os Zalkers também desenvolveram os seus poderes. – Cassandra comentou.

- Percebi mesmo. – falei até meio irônica.

- Só que os deles não são dons que lhes foram agraciados. Os deles tem um preço.

- Que tipo de preço? – Virginia perguntou.

- Alguns pagam até com a própria vida. Parece se obter magia, sempre se tem um preço. – Cassandra continuou.

- Entendi. E agora estamos sendo perseguidas. – Ellen falou o que todos já estávamos sentido que estava acontecendo.

- Precisamos nos defender. – Candy falou. – Ainda mais que sua tatuagem agora apareceu Ellen. Você é a única que possui o dom por enquanto.

Ellen mostrou sua tatuagem novamente.

- Mais eu não sei se sou forte o suficiente para enfrenta-los. – Ellen confessou.

- Você não está sozinha. Os nossos dons apareceram também e estaremos todas juntas. – falei, mas não citei que talvez uma de nós tivesse uma grande chance de não possuir o dom e ainda morrer. Guardei esse pensamento para mim.

- Sinto que teremos que fazer um feitiço de proteção. – Cassandra falou.

- O que é isso? – Aurea perguntou.

- É um feitiço que as protegerá até que chegue a hora que vocês terão que impedir que Zamarian saia do Outro Lado. Vou convocar as minhas outras irmãs Cinco e faremos o feitiço junto com vocês.

- Combinado. – falei.

- De tardezinha elas já devem estar aqui. – Cassandra afirmou. – Imagino que vocês devem estar com fome...

"Sim" – dissemos quase que em coro.

- O almoço está quase saindo. Vamos para o refeitório.