Fighter

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À noite, no apartamento de Savannah, a reunião começou com um clima tenso. Robert, Victoria, June, Beatrice e Persia estavam na sala esperando Savannah começar a falar. Ela vestia um vestido preto, justo e na altura dos joelhos, sapatilhas pretas e o cabelo estava preso de lado. June parecia esperar a aprovação de Savannah para começar a falar também. Assim que Savannah assentiu com a cabeça, June respirou fundo e começou a falar.

- Bom, nós estamos aqui para tratar de um assunto bem delicado que é o tumor da Savannah. Ela me procurou no hospital hoje pela manhã porque ela não sabia como lidar com a notícia da biópsia dela e eu me ofereci para vir aqui.

- Você está enrolando para dar uma notícia ruim. Vá direto ao ponto. - Victoria pediu, aflita.

- É um tumor maligno, o que significa que a quimioterapia é a primeira opção para ela. Eu como enfermeira sei dos efeitos colaterais e todos nós precisamos estar com ela. De todas as maneiras possíveis. - June enfatizou - Eu sei que não é obrigação de ninguém de acompanhá-la durante a quimioterapia, mas isso ajuda na recuperação.

Todos na sala ficaram calados. Robert encarava Savannah, o olhar dolorido. Era o primeiro olhar assim que ele dirigia à ela. Savannah sorriu minimamente, mais triste do que antes. Uma vida inteira ao lado dele e agora estavam mais distantes do que nunca. Savannah serviu o jantar para todos, ainda em um clima horrível, mas não houve mais nada. June foi a primeira a ir embora, precisava trabalhar no dia seguinte. Victoria se retirou em seguida, alegando sono. Ficaram apenas Beatrice, Persia, Savannah e Robert.

- Bom, eu acho que você precisa dormir, assim como as meninas. - Robert disse, carinhoso - Você parece exausta.

- Eu tenho dormido menos do que o esperado. Tive muitos pesadelos ultimamente. - Savannah justificou, se jogando no sofá. Persia sentou ao lado de Savannah cuidadosamente. Beatrice estava no colo de Robert - E as meninas também têm pesadelos, às vezes dormem comigo.

- Às vezes a mamãe chora e eu e a Persia damos um abraço bem apertado nela e ela melhora. - Beatrice explicou, suspirando - Mamãe, eu tô bem preocupada com você. Puxa vida, você não pode ficar doente.

- Todos ficam doentes, querida. Alguns mais, outros menos. - Robert explicou, paciente. Persia assentiu, concordando com a frase de Robert.

- A tia Savannah vai ficar boa logo, Bea. Igual a mim, não é? - Savannah assentiu, confiante. Se uma menina de três anos estava confiante, ela também estava.

Minutos depois, as duas meninas davam sinais de que estavam com sono, o que fez com que Savannah e Robert as levassem para a cama. Dormiram sem ao menos ouvir toda a história que pediram para os dois contar. Robert estava incomodado, queria estar ao lado dela dali em diante, abraçá-la e beijá-la.

- Bom, se quiser ir embora agora...

Savannah não terminou a frase. Robert segurou o rosto dela com as duas mãos e a beijou. Era muito amor reprimido. Ela correspondeu, saudosa, suspirando dentre o beijo. Ele entendeu aquilo como algo bom e então a abraçou pela cintura, empurrando-a para o sofá sem deixar o beijo morrer.

- Espera... Alguém pode acordar. - Savannah disse, amparando as duas mãos no peitoral de Robert. Ele apoiou a testa no queixo dela, frustrado.

- Tem razão, é egoísmo demais da minha parte. Quer que eu fique para lhe fazer companhia? - Savannah assentiu, mordendo o lábio. Robert sorriu e levantou, ajudando Savannah a se levantar em seguida.

Robert tomou um banho e ficou apenas de cueca boxer, enquanto Savannah se arrumava no banheiro. Ao sair, vestia uma camisola azul e o cabelo estava preso em uma trança. Ela engatinhou na cama até os braços dele, recebendo um cafuné breve antes de um beijo na testa. Por hoje ela não teria pesadelos, estava em um sonho bom agora.

Strings - Livro DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora