Chica(go) pt. II

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Ninguém conseguiu segurar Robert quando ele entrou furioso no prédio de Savannah, menos ainda na sala dela. A morena estava de costas para a porta admirando a paisagem quando ouviu a confusão. Enfim havia acabado a paz. Robert bateu a porta quando abriu e quando fechou também, trancando. Tinha a respiração pesada e a pulsação acelerada de tamanha raiva.

- Então você estava lá com a Rebekah. Conversaram e muito pelo que eu soube. E daí teve o acidente que... Que matou o meu filho. SAVANNAH, OLHE PARA MIM ENQUANTO EU ESTOU FALANDO.

- Ativar blackout. - Savannah ordenou, virando a cadeira. A janela se escureceu como sempre - Então ela disse que eu estava lá. Claro, quem pode provar? Aliás, onde exatamente é "lá"? - perguntou, falsamente curiosa.

- Savannah, eu não esperava que você fosse fazer isso. De todas as coisas ruins que você já fez, essa foi a pior. E sabe o que machuca mais? É que você nega, mas seus olhos falam a verdade.

- Tudo bem. Eu estava lá. Não sei onde é esse "lá", mas se te faz se sentir melhor, eu estava lá. - deu de ombros - E eu vi o acidente dela, é caminho para voltar para casa. - pausa. Ela começou a rir, deixando as covinhas aparecerem - Não seja idiota, eu não estava lá. Na estrada sim, é caminho para voltar para casa.

- Você não pode provar.

Savannah respirou fundo, revirando os olhos e abriu a bolsa. Tinha a fatura do cartão e recibos e entregou a Robert, que franziu o cenho. O horário batia com o horário do acidente, o que indicava que ela não tinha envolvimento com o acidente. Ele respirou fundo, se aproximando de Savannah que já estava de pé.

- Robert, eu te disse que iam testar a gente na primeira oportunidade. Eu não quero que seja assim, eu quero tentar de novo e quero muito que dê certo.

- Me desculpe, eu fui estúpido de entrar desse jeito aqui e de gritar com você. Eu tenho que aprender a me controlar.

- Está desculpado, mas eu ainda estou com fome. Muita fome para ser mais exata, então eu estou te esperando para almoçar.
Robert riu, beijando a testa dela. Estava mais aliviado em saber que estava tudo bem. Ainda. No restaurante novo, Robert e Savannah conversaram sobre tudo que tinham falado nos últimos meses.

- Nosso plano de ir para New York está de pé?

- Sim. Só precisamos planejar com cuidado como faremos para mudar a sede para lá e desativar a sede daqui.

- Quanto tempo isso levaria? Eu quero ir logo.

- Não sei, talvez até Maio tenhamos de ficar em Chicago, depois podemos ir. - Savannah assentiu, tomando o resto do sorvete napolitano que escolhera - Vai ser uma mudança e tanto, não acha?

- Vai valer a pena cada segundo perdido aqui nesse inferno. Você sabe o quanto eu odeio esse lugar, esse vento pegajoso vindo da costa...

- Você deveria morar na Califórnia para saber como é mil vezes melhor do que New York. - disse, provocando-a. Savannah ergueu as sobrancelhas, ultrajada. Ele sabia que aquilo era pessoal agora.

Savannah citou 60 motivos para morar em New York. No sexagésimo primeiro motivo, Robert a calou com um beijo. No meio da rua. Ele não faria aquilo para calar a boca dela - apenas para demonstrar o amor que sentia.

- Você é louco! No meio da rua... - Savannah sussurrou, escondendo o rosto no peitoral dele. Robert riu, abraçando-a pela cintura.

- Tem um fotógrafo bem atrás de você. Outro atrás do poste à sua direita. Eles esperaram muito por isso, querida.

- Robert! Você é louco? Vamos, me solte. - ordenou, tentando se soltar. Parecia piada uma mulher de 1,60 m de altura tentar se soltar de um homem de 1,83 m de altura - Oh droga, mais fotos. Dessa vez, atrás de você.

- Então é melhor você se segurar.

Savannah abriu a boca para gritar quando Robert a pegou no colo com um braço apenas, mas foi calada com outro beijo de Robert. Os fotógrafos ficaram alvoroçados e só se podia ouvir o barulho dos clicks.

- Você é ridículo e exibido, Christian. Me ponha no chão. - pediu, agora sem rir.

- O que houve? Você está fria.

- Um enjôo horrível e minha cabeça está doendo. Acho que comi demais.

- Vem aqui, prometo que paro de rodar com você. Vamos voltar logo para você lavar o rosto.

Não havia muito a fazer na empresa agora que era começo do ano, então Savannah foi para casa, encontrando com Beatrice dormindo no quarto enquanto Victoria limpava a área de serviço. Savannah respirou fundo e foi tomar banho, vestindo uma roupa mais confortável ao sair. Estava tranquila em relação a Rebekah. Ela não diria nada indevido tão cedo.

Strings - Livro DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora