New Year's Eve pt. I

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Savannah viajou com Beatrice para New York, tinha o costume de ficar em Manhattan no ano novo. Desde o episódio do Natal, ela não falava com Robert e não fazia falta. Mentira, fazia falta sim. Ela sentia falta de importunar a vida dele, mas não o diria.

- Coloque sua touca, minha filha. Está frio lá fora.

- Já coloquei, mamãe. Aonde nós vamos?

- Tenho que verificar um prédio aqui. E depois vamos até New Jersey porque preciso buscar uns amigos.

- Tá bom então.

Savannah não costumava trabalhar no ano novo, mas precisava pressionar alguém. Depois, foi até New Jersey, mostrando todos os lugares a Beatrice, que estava encantada com tudo. Ao chegar em New Jersey, encontrou com Molly e Ed e seus dois filhos, Ben e Beth (vide foto). Os gêmeos não tinham mais do que cinco anos e eram ruivos como a mãe, mas os olhos verdes eram do pai. Quase todos os anos, Savannah encontrava com os amigos para irem passar o ano novo com ela e Robert, e esse ano não seria tão diferente assim.

- Está bem, eu cansei do mau humor da Molly. O que há de errado?

- Ah, vai saber? Ela está assim há dias. Tudo que eu digo ela balança os ombros ou revira os olhos. - Ed respondeu. Molly suspirou, fechando mais o casaco dos filhos.

- Molly? - Savannah chamou, olhando o retrovisor. A ruiva não respondeu - Deixa ela para lá. Então Ed, como é trabalhar em New York? Está gostando?

Ed e Savannah continuaram conversando até chegarem ao prédio onde Savannah estava ficando. Era um apartamento amplo no Upper East Side que ela costumava ficar no ano novo quando ia com Robert - não queriam ficar em hotel porque Savannah sempre gostou dessa independência de arrumar tudo, comprar comida -. Logo que chegaram, Molly ajudou Savannah a preparar o almoço enquanto as crianças brincavam no quarto. Ed ficou na sala, mexendo no notebook.

- Ed me traiu semana passada. - Molly disse, mexendo o suco de morango na jarra. Savannah parou de cortar a cebola e franziu o cenho, confusa com a calma da amiga - Eu tinha dito que não podia buscar as crianças na escola e que minha mãe ia buscá-los e ele aceitou. Só que quando eu estava indo para casa, eu o vi na rua. Estava muito arrumado, sabe? Usava até roupa nova. E eu vi uma jovem sair do carro. O nosso carro. Ela era muito bonita. - ressaltou, apoiando o cotovelo na mesa - Entraram em um hotel e ficaram horas lá dentro, eu fiz questão de esperar. E sabe o que é pior? Ele volta como se nada tivesse acontecido. Todas as noites me procura. Eu lembro que quando eles saíram do hotel, até se beijaram...

- Robert esperou um mês para me dizer que tinha dormido com a Rebekah. Ela ficou grávida, mas sofreu um acidente e perdeu o bebê. Robert cuidou dela com tanto amor que eu me perguntei que diabos eu estava fazendo na vida dele.

- Oh céus, vocês se separaram? Ah meu Deus! Savannah, vocês são meu exemplo de casal! Vinte anos juntos, puxa vida.

- Você estava lá quando meu pai morreu. Viu que eu busquei ajuda do Robert quando precisei e ele não estava lá. - Molly assentiu, tristonha - Você e Beatrice são as rainhas do drama.

- Savannah, tem outra coisa que eu queria te contar. - Savannah respirou fundo, sentando novamente - Eu vou embora essa noite.

- Oi? Para onde? Como assim?

- Meu pai mora na Itália e me chamou para... Sei lá, abrir meu escritório de arquitetura por lá. Eu pensei bastante na proposta e depois do que aconteceu, eu aceitei. Minha mãe ainda não sabe, só você agora sabe de tudo.

- Tem certeza do que vai fazer?

- Total certeza.

- Então boa sorte, amiga. Seja feliz.

Parecia que 2015 estava terminando com casamentos épicos. E quem sabe retomando alguns?

Strings - Livro DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora