Against The Current pt. II

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Estava tudo tão claro, tão leve... Parecia o céu...

... E então havia o silêncio. Savannah estava tranquila agora, lia um livro sobre arte déco e arte nouveau que gostava bastante. Beatrice dormia no quarto e Persia brincava na sala com Victoria. De repente, Emma estava ali também ao lado de Vincent.

- Emma? O que faz aqui? - Savannah perguntou, intrigada. Largou os livros na mesa de centro e se levantou, mas algo a fez voltar para o mesmo lugar.

- Ela ainda não está pronta. Você precisa ficar entre eles. - Vincent sussurrou, sorrindo. Aquilo fez Savannah sorrir também, sentindo uma paz enorme.

- Savie, irmã, você precisa voltar. Seu lugar não é aqui...

Antes que pudesse responder, Savannah sentiu uma pontada na mão e franziu o cenho. De repente estava sozinha em casa, sentindo pontadas por todo o corpo, e do mesmo jeito que começaram, cessaram. A paz havia voltado.

- Por favor, volte para nós. - A voz sussurrou, chorosa. Ela reconhecia aquela voz até se estivesse distorcida - Por favor...

- Ela está voltando. Savannah, é o dr. Hudson, pode nos ouvir?

- Daniel...? O que aconteceu comigo?

- Parada cardiorrespiratória, demoramos para conseguir reanimar você.

- Mãe? - Savannah chamou, mas Victoria negou, soluçando. Savannah ainda estava zonza pela quantidade de remédios, mas já recomeçava a raciocinar com um pouco mais de clareza.

- Vamos te manter aqui por essa noite em observação. Se a febre não abaixar, vamos precisar fazer exames mais profundos.

- Nunca foi uma gripe, não é mesmo? - Savannah perguntou, erguendo uma sobrancelha.

- Não, nunca foi. Algo pior.

- Algo pior do tipo...?

- Uma bactéria hospitalar. Olha, você precisa descansar, sim? Eu volto depois.

Savannah odiava ser feita de idiota, coisa que Robert tinha costume e talento de fazer, mas Daniel estava tendo aulas com o melhor professor do mundo. Savannah esperou todos saírem para pegar o celular na gaveta e ligou para a única pessoa que poderia resolver um velho assunto em silêncio.

- Vanda...?

- Oh querida, como vai no hospital? Soube que passou mal.

- As notícias correm rápido nesse submundo no qual você vive, não é mesmo? Escute, quero que cuide da Rebekah e do Tyrone enquanto eu estou longe. Rebekah está arisca com tudo, mas quero que faça com que a segurança dela falhe. Já o Tyrone... Suma com o corpo. Toque fogo, corte em pedaços e dê para os peixes, não quero saber.

- Que bela carta branca que eu estou recebendo. Senti falta disso nesses últimos meses. - a voz comentou, risonha. Savannah riu também, sentindo pontadas na costela - Preciso desligar, tenho muita coisa a fazer. Uma lista extensa de coisas.

Logo que desligou, Savannah sorriu. Mesmo na cama não conseguia deixar de ser assim, superior e inquebrável. Parecia que apenas algo muito grave poderia tirar a alegria dela.

Strings - Livro DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora