Loneliness

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Mais dias se passaram e Savannah finalmente teve alta do hospital. A bactéria hospitalar foi tratada com um coquetel forte de antibióticos, apenas para testar o sistema imunológico dela, que estava un pouco fraco devido ao tratamento quimioterápico, mas mesmo assim ela se recuperou. Ao chegar à casa, Beatrice e Persia cuidavam de uma pequena festa surpresa para receber Savannah de volta. Não foi preciso dizer que ela se sentia feliz ali.

- Bom, está na hora de vocês dormirem, não é mesmo? Eu estou bem cansada e quero dormir com as minhas duas filhas.

- Mamãe, a Persia vai ser minha irmã? - Savannah assentiu, deitando Beatrice na cama dela. Iriam dormir todas juntas como todas as noites - Então eu posso te chamar de irmã, Pers?

- Pode, Bea.

- Ótimo, meninas. Quando eu ficar melhor, vamos resolver esse assunto. Boa noite, meninas.

- Boa noite, mamãe. - as duas responderam em uníssono, fazendo Savannah sorrir.

Savannah foi até o banheiro fazer suas higienes e tirar a peruca. Colocou uma touca e analisou sua imagem no espelho: cada vez mais magra e pálida, os ossos a mostra sob a pele fina e ressecada. Os olhos estavam fundos e com enormes olheiras. Estava um caos. Mas mesmo assim estava lutando contra a doença com todas as forças que ainda tinha. Dormiu abraçada às meninas, se sentindo bem mais confortável.
*
No dia seguinte, logo após levar Beatrice para a escola e deixar Persia no hospital, Savannah voltou para casa. Não demorou muito e o porteiro interfonou, avisando que havia um homem com uma entrega para ela. Se chamava Doug e era office boy da Hale Enterprises. Savannah o conhecia, então deixou que subisse. O jovem subiu e entregou uma caixa cinza mediana para ela e então foi embora. Em cima da caixa, havia um cartão que dizia "Conselho da Hale Enterprises", o que fez com que ela estranhasse. Ao abrir a caixa, Savannah se deparou com uma pilha de bilhetes, que tinham frases horríveis. Uma pior do que a outra, parecia um pesadelo! Ela então pegou o telefone e ligou para Robert, furiosa.

- Sim?

- Seus sócios acabaram de me enviar uma caixa com palavras maravilhosas. Obrigada.

- Foi ideia minha, você gostou? Eu disse que eles podiam enviar o que eles quisessem.

- Rebekah... Suspeitei que tivesse feito algo do tipo. Robert sabe disso?

- Não faz a mínima ideia. Inclusive ele está dormindo, você quer falar com ele? - Savannah arqueou as sobrancelhas, surpresa.

- Não, não preciso falar com ele. Só diga que Beatrice e Persia vão passar esse mês com ele. Passar bem. - desejou, desligando o telefone.

O dia de Savannah passou rápido, logo Beatrice e Persia estavam de volta. Ela então arrumou duas malas de mão e colocou as roupas das meninas nelas, levando-as até a casa de Robert.

- Mamãe, você não quer mais morar com a gente? - Beatrice perguntou, tristonha, observando a longa estrada entre a casa dos pais.

- É claro que sim, eu só preciso fazer umas coisas durante esse tempo e vocês não podem ficar sozinhas em casa.

- Mas mãe... - Persia começou, tímida. Savannah sorriu ao ouvir a doce voz da menina chamando-a de mãe - A gente fica bem quieta em casa.

- Não pode, amor. Eu prometo que trago doces para as duas.

As meninas assentiram e ficaram caladas durante todo o caminho, até chegarem na casa de Robert. As duas empregadas recepcionaram Savannah e as meninas, que correram para o quarto de Robert, mas estava Rebekah, barrando a entrada das duas.

- A casa é delas também e elas entram onde bem entendem. Saia da frente.

- Robert está dormindo, não deve ser incomodado.

Savannah empurrou Rebekah pelos ombros e levou as meninas para o quarto de Robert.

- ROBERT! - Savannah gritou, irritada. Ele abriu os olhos, sobressaltado, e olhou em volta.

- O que aconteceu? Alguém morreu?

- Ainda não, mas se não acordar agora, as coisas vão ficar sérias.

- Ei, eu já estou acordado. O que aconteceu? O que faz aqui?

- Vim deixar as meninas aqui, preciso que fique por um longo tempo com elas. Eu... Vou precisar aumentar a intensidade das sessões de quimioterapia. Vou ficar internada por mais um tempo.

Robert suspirou, entendendo a situação. Savannah se despediu das filhas e foi embora para casa. Ficou sozinha durante um dia inteiro, sem se preocupar em sair. Desligou os telefones e desligou as luzes. Ela queria ficar sozinha naquele dia.

Strings - Livro DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora