Choices

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No dia seguinte, o neurologista e o neurocirurgião de Savannah estavam no quarto dela, junto com June e Daniel por uma videoconferência. Eles explicavam os riscos de uma cirurgia naquele momento, ainda mais em uma parte tão delicada do cérebro. Ela ouviu atentamente, se atentando a alguns fatos. Enquanto os dois médicos falavam e expunham documentos dos últimos anos sobre a cirurgia, Daniel acrescentava alguns detalhes. Estavam curiosos para saber o que ela decidira.

- Então eu posso perder parte da sensibilidade do braço esquerdo? E... Tem mais alguma coisa?

- Os efeitos variam de pessoa para pessoa, dependendo do grau do tumor. Como o seu não responde mais ao tratamento atual, a cirurgia pode ser arriscada porque é experimental. Exatamente cinco pessoas realizaram esse procedimento no mundo todo nos últimos cinco anos, um número bem pequeno. - o neurologista disse, respirando fundo - Entretanto, a escolha fica nas suas mãos.

- Como foi dito antes, a cirurgia só é realizada em Nova York e na Itália, o que faz com que você passe um longo tempo naquele local. Além da cirurgia, você tem um período de preparo antes e depois da cirurgia. Caso escolha a cirurgia, precisamos saber porque estaremos lá com você.

Savannah agradeceu e os médicos saíram e June desligou o notebook, ficando no quarto com a cunhada. June permaneceu calada por longos minutos, avaliando Savannah em silêncio.

- Você está muito quieta. Aconteceu alguma coisa?

- Não. Bem, aconteceu sim. - Savannah ergueu uma sobrancelha, ultrajada - Eu vejo o modo como o dr. Hudson te olha e te trata. Você ainda é casada com o meu irmão, vocês não podem...

- Não podemos? É claro que podemos! Seu irmão me traiu primeiro. E além do mais, eu só preciso assinar alguns papeis e estarei livre. - ela sorriu, debochada - E o Daniel é um homem incrível se quer saber.

- Não, eu não queria saber... Olha, eu sei que você merece ser feliz e te apoio nas suas escolhas. Só não se engane, tudo bem? - Savannah assentiu - Ótimo, preciso ir agora. Fique bem.

Logo depois de June ir embora, Savannah se viu entediada. Vivia dormindo ou tomando remédios e quase nunca via pessoas. Também não fazia questões de tentar conversar com outras pessoas. Um hospital daquele tamanho e as pessoas não conversavam... Foi quando ouviu batidas leves na porta e ela mandou entrar. Se arrependeu no mesmo instante.

- Robert?

- Vim te visitar. Podemos conversar?

Savannah respirou fundo e olhou para o teto. Ao olhar para as mãos de Robert, percebeu que ele tremia. Estava nervoso e o assunto deveria ser sério. E ele estava devendo uma conversa daquelas à ela.

Que comece a tortura.

Strings - Livro DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora