Strings - Livro Dois

Broken Bones pt. II

Robert estava estupefato. Como assim Savannah tinha decidido algo do tipo e ele não sabia?

- Não fui informado sobre a sua decisão, Mrs. Hale. - Robert disse, totalmente seco. Savannah sorriu, dando a volta na mesa de reuniões e abrindo a pasta.

- A pasta não é enfeite, eu não te entreguei porque quis, e sim para que detivesse o poder do que contém nela. Aqui está a minha decisão e tudo que você precisa pra controlar a minha empresa. Samuel está a sua disposição, assim como todo o RH e todo o resto. Estou me retirando hoje para continuar o meu tratamento e não sei quando eu volto e nem se volto.

- Era isso? Já acabou? - Robert perguntou, seco. Savannah assentiu, caminhando até a saída - Onde pensa que vai? Precisamos continuar a reunião.

- Vá à merda você e essa reunião! - Savannah gritou, irritadiça.

Ao sair da sala, Savannah bateu a porta e voltou para a sala dela. Amber se assustou ao ver Savannah bater a porta da sala dela e fechar as persianas, se jogando no sofá. Estava revoltada com todo aquele tratamento recebido de Robert e não pretendia passar mais um dia ao lado dele naquela empresa.

*

No dia seguinte, Savannah foi levada por June ao cabeleireiro. A tão temida hora de cortar o cabelo havia chegado, mas Savannah não se sentia acuada, sabia que o cabelo iria crescer e bem mais forte.

- Bem, senhora, nós fabricamos perucas também. - a cabeleireira que estava cortando o cabelo de Savannah avisou, entregando um catálogo com as mais variadas perucas. Savannah agradeceu, sorrindo brevemente.

- Savie, tem certeza que vai usar uma peruca dessas?

- Sim. Eu não quero ficar careca e demonstrar a minha fraqueza. Inclusive já pode começar a cortar.

O barulho da máquina de cortar cabelo parecia mais alto para os ouvidos de Savannah agora que ela via que não havia volta. E então, ao abrir os olhos, viu sua vaidade ser machucada fortemente ao perceber que todo o cabelo que tinha cultivado durante anos estava no chão... Mas cabelo crescia. E crescia mais forte. Igual a ela. O processo de escolhas das perucas não foi fácil, ela era extremamente exigente. Primeiro houve uma peruca com um tom mais escuro do que o cabelo natural dela, mas ela não quis. Depois, outra peruca mais clara, cuja qual ela recusou. Estava difícil, nem June conseguia lidar.

- Eu tenho que ir ao hospital ainda hoje, se não se importa. - June avisou, debochada. Savannah estava arrumando, pela terceira vez, uma peruca. Durante todo o processo, ela respondia algo a June, mas dessa vez estava calada, observando seu reflexo no espelho.

- Eu a encontrei. - Savannah disse, agora feliz. June respirou aliviada, mais calma.

Logo após escolher as duas perucas (vide foto de uma delas), Savannah foi ao hospital com June. Hoje era mais um dia de quimioterapia e ela estava se sentindo um pouco menos animada. Ao chegar ao hospital, se identificou e passou direto para a ala da quimioterapia, se instalando em seu quarto. Em cima da cama, havia um cartão com duas rosas vermelhas.

- "Abra". - Savannah leu o verso do cartão. Ela ergueu as sobrancelhas, desconhecendo aquela letra - "Para a paciente mais linda e mais teimosa que eu já conheci... Siga em frente, não olhe para trás e esqueça seus problemas lá fora. Com carinho, Daniel Hudson". Mas o que...

- Oi. Cheguei bem a tempo de perguntar se... O beijo que trocamos outro dia te incomodou. - Daniel perguntou, parecendo tímido. Olhando melhor, Savannah percebeu que ele estava nervoso.

- Na verdade não incomodou não. O problema é que eu ainda sou casada e isso nunca daria certo dessa forma.

- Oh, eu entendo... - Daniel suspirou. Savannah fez o mesmo - Bem, eu trouxe essas flores para você porque... Bem, eu não achei de bom tom beijar uma paciente minha e... - Savannah o interrompeu, rindo - O que há?

- Céus, cale essa boca e me beije de novo.

- Com muito prazer.