Apologizes

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A reunião começou com 1 hora e meia hora de atraso. Motivos? Robert estava trancado na sala dele com Savannah, tentando acalmá-la. Ela estava possessa.

- Você me disse que não havia nada, que tudo estava bem... E então, o Tyrone aparece e tenta me matar. Matar a mim e aos bebês! Robert, eu confiava em você, eu pensei que pudéssemos contar um com o outro. E além do mais... É uma ameaça direta a mim. - Savannah rosnou, sentada no sofá. Robert limpava um machucado superficial nela, nada grave, apenas ardia em contato com a água boricada.

- E-eu sei que deveria te falar, mas eu não queria que ficasse estressada, você já estava grávida quando tudo isso começou. - pausa. Ele colocou um esparadrapo no lugar do ferimento e respirou fundo, checando o relógio - Estou atrasado, acho que você deveria ir comigo à reunião.

- Você não vive sem mim. Além do mais, não estou vestida apropriadamente para uma reunião.

- Mesmo que esteja vestindo um saco de lixo, você vai estar apropriada. Venha comigo.

Quando Savannah entrou na sala de reuniões, Barbara lhe lançou um olhar sugestivo, como se ela não devesse estar ali. Savannah ergueu as sobrancelhas, animada, e segurou o braço de Robert com mais força, confiante.

- Desculpe, mas a reunião é privada. - Barbara comentou, tirando o cabelo do rosto. Ao contrário de Savannah, o cabelo dela era completamente ondulado. Savannah sorriu, avançando um passo.

- Mrs. Morvet, sinto muito que já se sinta em casa, usufruindo do meu prédio e tudo o mais, mas aqui não é a sua empresa e você não é a minha superior, então eu não recebo ordens suas. - Savannah ressaltou, sorrindo friamente - Acho que sua empresa em Iowa é justamente para esse tipo de coisa, mandar... Você sabe.

- Não admito que fale assim comigo! - Barbara exclamou, irritada. Ela se levantou e deu a volta na mesa, andando até Savannah, que continuou parada em seu lugar - Se você acha que eu sou um de seus empregados, você está cometendo um grande engano. Eu não vou me curvar aos seus pés.

- Eu não preciso que se curve, só não acho de bom tom que se sinta em casa porque você não está.

- Savannah, não seja insuportável. Estamos atrasados nessa reunião. - Rebekah pediu, exausta. Savannah virou o rosto para Robert, sorrindo falsamente para ele.

- Querido?

- Não, ela não vai sair. Ela é minha sócia e minha esposa e se eu bem me lembro, eu ainda sou o presidente desta empresa. Então, acho que podemos começar.

Robert puxou uma cadeira para Savannah e se sentou, dando início a reunião. O que deveria ser resolvido em duas horas, foi resolvido em quatro. Barbara fez questão de espezinhar cada comentário que Savannah fazia, por menor que seja. Rebekah não ficava atrás, um pouco mais maldosa. Robert precisou interromper a linha de raciocínio dele várias vezes para acalmar os ânimos. Quando por fim a reunião terminou, Barbara se levantou e andou até a saída, mas sem antes deixar sua marca: deixou cair água gelada na blusa de Savannah, por dentro do decote. Rebekah riu, mordendo a língua.
- Me desculpe, eu não... O copo escorregou da minha mão, eu não queria. - Barbara se desculpou, se fazendo de sonsa. Robert respirou fundo, dispensando a ajuda dela.

- Foi só água, não precisa se preocupar. - Savannah tranquilizou, debochada. Barbara sustentou o olhar dela, sorrindo.

Robert voltou sozinho para a sala dele. Estava tenso pelo ocorrido pela manhã e com a reunião com Barbara. Ele deixou Savannah para trás sem querer e voltou para ver onde ela estava e percebeu que Rebekah a confrontava. Savannah tinha os olhos vermelhos e Rebekah continuava falando, tinha a ver com o bebê que ela havia perdido.

- Rebekah, não envenena a Savannah contra mim. Por que você não segue a sua vida? - Robert pediu, cansado de toda aquela bagunça - Eu te pedi para ir embora da empresa, para voltar para casa e seguir a sua vida, mas você continua aqui, fazendo da vida de todo mundo impossível.

- Ela não está te ouvindo, pouco importa o que você pediu a ela. - Savannah comentou, secando as lágrimas. Robert segurou o rosto dela e viu que algo havia acontecido.

- O que você fez? O que andou falando para ela?

- Falei que ela não merecia estar com você. Que ela não merecia ter essa criança, o que de fato não merece mesmo e... - Robert a interrompeu, puxando a arma do coldre. Ele engatilhou e apontou a arma no meio dos olhos dela, frio e seco.
- Eu mantive respeito por você durante todo esse tempo. Te deixei ficar aqui porque me sentia na obrigação de te dar um emprego depois de tudo. A partir do momento em que você ofende a minha esposa e aos meus filhos, você me ofende também. Entenda de uma vez por todas que eu não escolhi você. Dentre todas as mulheres do mundo, só existe uma e só existirá uma. Agora eu vou pedir que você se desculpe com ela e suma da minha empresa.

- Me desculpe, Savannah.

- Eu... Tudo bem. Está desculpada.

- Sua carta de demissão será assinada amanhã no primeiro horário. - Robert avisou, desengatilhando a arma e guardando-a novamente.

Assim que Robert e Savannah foram embora, Rebekah se recolheu em sua sala. Em um ataque de fúria, começou a quebrar a sala, rosnando de raiva. Como a sala de Miranda era ao lado, ela entrou correndo para ver o que acontecia.

- Seu filho me demitiu, tudo por causa daquela vadia da Savannah. Ele não vai me deixar por baixo assim, eu vou destruir o que ele tanto preza: a familiazinha dele. - Rebekah prometeu, respirando em arfadas.

- Cuide para que meu filho não sofra nenhum arranhão e que ninguém sobreviva. Nem ela e nenhuma das crianças melequentas.

A dor de ser trocada não era pior do que a dor de ser humilhada. Agora Rebekah queria que Robert sentisse todos os tipos de dor que ela pudesse proporcionar.

Strings - Livro DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora