Resolutions

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Savannah e Robert estavam sentados no sofá, apreensivos com o que o delegado tinha para dizer. O atentado a Savannah tinha sido um recado, alguém tinha feito aquilo a mando de alguém. A morena estava encolhida nos braços de Robert, o lábio inferior cortado e um corte no supercílio.

- Está bem, precisamos investigar os fatos. Analisá-los, melhor dizendo. - o delegado disse, pigarreando. Savannah respirou fundo, tragando saliva - Os freios do carro foram cortados, assim como o airbag não foi acionado.

- Isso é impossível, como os meus freios foram cortados e eu não percebi? Digo, todo dia pela manhã o meu carro é vistoriado pelo motorista.

- Porque alguém sabia que o Mike fazia isso todos os dias. E sabia que a senhora estaria fora dos limites da sua casa.

- Mas quem faria uma coisa dessas? - Robert perguntou, irritado, e o delegado hesitou.

- Nós estamos seguindo pistas deixadas no carro, como um fio de cabelo e digitais parciais. Até o presente momento, sabemos que o cabelo é de uma mulher.

Savannah suspirou, contrariada. Se sentia de mãos atadas que não tinha uma resposta concreta. O delegado foi embora e, logo depois, Robert começou a pensar. Precisava contar uma coisa a Savannah, mas não sabia como ela reagiria.

- Querida, eu... Bem, eu vou precisar viajar novamente daqui a duas semanas.

- De novo? Vai ficar fora por quanto tempo?

- Uma semana em Milão.

- Você não vai visitar o Raffaelli, vai? Eu também quero ir!

Savannah tinha um ídolo, um mestre na área de urbanismo e paisagismo e ele se chamava Raffaelli Piazo. Era uma senhor de meia idade, extremamente inteligente e bondoso que ensinou algumas das coisas que Savannah aprendeu. Eles se falavam por email quando possível e ele adorava quando ela dizia que ele era a inspiração dela.

- Sim, eu vou visitar o Raffaelli, mas você não pode ir. Ainda está se recuperando e daqui a duas semanas você entra na 26ª semana de gestação e nós não queremos que nada aconteça aos nossos anjinhos, não é mesmo?

- É, você tem razão. - Robert franziu o cenho, espantado. Savannah quase nunca dava razão a ele - Talvez eu devesse procurar ler alguma coisa para passar o tempo.

- Tenho uns livros no escritório, alguma coisa pode te interessar, meu amor.

- Aposto que sim. Mas antes, eu preciso de um banho e quero que você me ajude. - Robert ergueu as sobrancelhas, desconfiado - É sério, eu não consigo mais lavar as pernas e nem as costas, minhas costelas doem quando eu estico os braços. - ela fez bico, manhosa. Robert beijou o queixo dela e depois mordiscou de leve a orelha dela - Pare com isso, meu autocontrole não é muito grande.

Savannah realmente tinha problemas para lavar as pernas, a barriga estava enorme e pesada e ela sentia dores quando esticava os braços. Quando terminou de tomar banho, Savannah teve ajuda de Robert para trocar de roupa: uma calça de moletom cinza, uma camisa pólo preta e pantufas. Fazia frio e ela ainda usava um hobby preto e bem macio, que aquecia bastante.

- Ei, está tudo bem? - Robert perguntou, sussurrando. Estavam na sala, horas depois, vendo um filme com as crianças. Savannah estava quieta, pensativa demais. Robert não tinha visto porque estava viajando, mas agora que estavam um do lado do outro, ele percebeu.

- Hum? Ah, está tudo bem. Eu só estava pensando na empresa. - relatou, olhando para a televisão. Levou uma mão ao peito e franziu o cenho, respirando fundo.

- Não está não. Me diga o que te aflige, meu amor.

- Um aperto no peito... Vai passar, acho que estou ansiosa com a proximidade do parto.

- Eu também estou ansioso, quero ver o rostinho deles logo.

Savannah sorriu, mas não era um sorriso que alcançasse os seus olhos, não era puro. Algo poderia acontecer e quando eles menos esperassem.

Strings - Livro DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora