Bad News pt. II

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Chegar em casa foi complicado. Savannah estava grogue dos remédios e um pouco dormente ainda, mas logo que entrou no apartamento, Savannah largou o corpo no sofá, respirando fundo. Um tumor! Quem poderia imaginar? E ela era saudável... Já passavam das três da manhã quando ouviu uma vozinha conhecida e doce lhe chamando.

- Mamãe, é você? - Beatrice sussurrava, sonolenta. Savannah sorriu e levantou, pegando a filha no colo. A menina sorriu, deitando a cabeça no ombro da mãe - Desculpe te assustar, eu só queria ir ao banheiro e então você estava lá.

- Tudo bem, querida. Vou tomar um banho e te coloco na cama comigo, ok? - Beatrice assentiu, deitada na cama da mãe.

Savannah se trancou no banheiro para poder chorar em silêncio. Tinha aquele choro engasgado no peito há meses, não só por saber que estava doente, mas por tudo que vinha acontecendo. E também agora lembrava da irmã. Se sentia inútil como nunca se sentiu em toda a vida. Tomou um banho frio e vestiu uma camisola verde limão e foi para o quarto. Beatrice tinha ligado o abajur para não ficar no escuro e agora estava sentada na cama abraçada a um urso de pelúcia.

- Vamos dormir? Já tomei meu banho e agora a senhora vai ficar aqui abraçada comigo.

Beatrice sorriu e deitou de frente para a mãe, aninhada nos braços dela. E naquele momento, Savannah sentiu medo de perder tudo aquilo que ela mais amava.

*

No dia seguinte, Savannah acordou com Beatrice lhe chamando. A menina parecia assustada ao ver o nariz da mãe sangrando, o que fez com que Savannah corresse para o banheiro e limpasse o sangramento, assustada. Beatrice estava lá, abraçada à cintura da mãe, soluçando. Savannah se abaixou e beijou a testa da filha, respirando fundo. Precisava contar à ela o mais rápido possível. Juntas fizeram suas higienes e foram tomar café da manhã, na companhia de Victoria.

- Bom dia, mãe. - Savannah desejou, servindo um pouco de suco de maracujá.

- Bom dia, querida. Chegou cedo dessa vez. - Victoria comentou, tomando um gole de chá. Savannah respirou fundo novamente, precisava contar a mãe também.

- Mãe, ontem no jantar eu... Tive um problema e... Robert me salvou.

- O que houve, meu amor? Está tudo bem? - Savannah negou, largando o copo na mesa. De repente sentia o braço formigando e o copo ficou pesado demais para ela. Então ela começou a chorar, desesperada - Savannah, o que houve?

- Teve o médico. Ele me disse que eu estou doente, mamãe. Robert estava lá, atordoado como o inferno, enquanto o médico dizia que eu tenho um... Tumor cerebral.

Silêncio. Victoria franziu o cenho ao ouvir a notícia e Beatrice estava confusa. Não sabia o que era um tumor, mas deveria ser horrível.

- Você me disse, anos atrás, que eu era forte. Forte igual ao papai, lembra? - Savannah questionou, sorrindo nervosa. Victoria levantou da mesa com ódio, era demais para ela.

- PRIMEIRO O VINCENT. DEPOIS A EMMA. E AGORA... NÃO, EU NÃO VOU DEIXAR! NÃO SE ATREVA A FAZER ISSO COMIGO, SAVANNAH RILEY HANSON. - Victoria gritou, jogando um copo na parede - EU NÃO FIZ NADA PARA DEUS QUERER LEVAR TODA A MINHA FAMÍLIA.

- Mãe, calma! Está tudo bem, eu vou começar o tratamento assim que eu conseguir achar o médico. Você vai ver que eu vou ficar bem.

- Mamãe... O que é um tumor? - Beatrice perguntou, encolhida na cadeira. Savannah coçou a sobrancelha, procurando a melhor forma de responder.
- Lembra que a Persia tem que tomar um monte de remédios por causa da doença dela? - Beatrice assentiu - Eu também estou doente como ela. Mas não se preocupe, nós vamos sair bem dessa. - prometeu.

Era como uma promessa atrelada a outra: enquanto uma estava bem, a outra também estava. Beatrice abraçou a mãe, respirando o perfume dela. Savannah fez o mesmo. Que Deus tenha piedade daquela família.

Strings - Livro DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora