Nightmare pt. II

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Quando acordou no meio da tarde, Savannah pensou ter tido outro pesadelo, dessa vez com a voz da Rebekah. Ela franziu o cenho com a claridade no quarto e piscou repetidamente, tentando se acostumar. Não podia sair da cama sozinha, então mandou uma mensagem para June, que apareceu com uma bandeja recheada de coisas.

- Já está na hora de almoçar e eu trouxe tudo o que você gosta. Espero que esteja com muita fome. - June desejou, colocando a bandeja no colo de Savannah.

- Além de cunhada, você é uma irmã incrível. Obrigada, irmã. - Savannah agradeceu, salivando com um pedaço de salmão.

- De nada, irmã. - silêncio - Sabe que eu não me acostumei com a ideia de ter você como irmã? Parece surreal, sabe?

- Eu sei, me sinto estranha. É como se tudo fosse fantasia... Não sei. - Savannah deu se ombros, tirando o cabelo do rosto.

- Savie, preciso que saiba de uma coisa. Não se anime muito. - pediu de antemão, olhando para as unhas - Anteontem, eu... Meio que saí com o Daniel. Fomos ao cinema e depois jantamos em um restaurante e ele me deixou em casa. Estou tentando me adaptar, mas é tão difícil... - suspirou - Eu não sei externar meus sentimentos, é muito complicado.

- Vocês vão encontrar um jeito e eu sei disso. - Savannah assegurou, segurando as mãos de June - E vocês formam um belo casal, quero ser madrinha do casamento de vocês.

June sorriu e levou a bandeja assim que Savannah terminou de almoçar. Ela voltou a ficar sozinha e começou a ler algumas mensagens no celular para passar o tempo e uma em especial chamou sua atenção.

-"Você vai pagar por cada lágrima que eu derramei. Vou arrancar seu bem mais precioso e você vai sangrar. Sangrar como a sua irmã sangrou." - Savannah leu, largando o celular na cama. Ela fez força para levantar da cama, mas sentiu uma pontada no baixo ventre e voltou a se deitar. Só restava uma coisa a se fazer... - ROBERT! - ela gritou, puxando o celular de volta, trêmula. Robert apareceu minutos depois, ofegante.

- O que foi? Está sentindo dor? - Robert perguntou, segurando o rosto de Savannah entre as mãos, mas ela negou, chorando. Então ele viu o celular na mão dela e leu a mensagem - Calma, não vai acontecer nada com você. Está tudo bem, eu estou aqui.

- Eu estou enlouquecendo, Rob. Eu quero paz, quero ser diferente.

- Calma, não me deixe mais nervoso do que eu já estou. Olha para mim, eu estou te garantindo que vai ficar tudo bem. Se não ficar, você pode me matar e embalsamar o meu corpo e usar como boneco de luta.

- Tenho a memória ótima, vou guardar isso comigo. - Savannah disse, puxando as mãos de Robert para que ele se deitasse ao lado dela - Acho que tive outro pesadelo, juro que ouvi a voz de Rebekah.

- É... Ela esteve aqui. Me encheu de ameaças e eu a coloquei para fora. - Savannah arregalou os olhos, mas Robert dispensou - Não se preocupe, ela não vai voltar aqui nunca mais. Nem ela, nem minha mãe, nem meu pai... Ninguém. Só a nossa família.

- Eu nunca me senti tão protegida quanto agora. Quer dizer, com a chegada dos bebês, eu confio em cada palavra sua plenamente.

Robert beijou a barriga de Savannah com cuidado, não queria que os gêmeos acordassem e ficassem agitados demais.

- Soa repetitivo demais se eu disser que amo você? - Robert perguntou, sussurrando. Savannah negou, mais aliviada por ter Robert fazendo carinho em seu cabelo - Nunca vou me cansar de dizer que eu te amo.

- Vem aqui e me dá um beijo. - Savannah ordenou, rindo em seguida.

Mesmo depois de anos e depois de tudo, Savannah ainda sentia paz ao lado de Robert. Era a prova de que foram feitos um para o outro, acima de qualquer coisa.

Strings - Livro DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora