- Charlotte Bryant.
-Aqui!
-Tiveste uma positiva muito baixa. Que se passa contigo?
-Uhm, o teste correu mal, Mrs. Williams. Eu prometo que para a próxima subo.
-Espero bem que sim Lottie. Para passares a macroeconomia precisas de uma boa média.
-Eu sei, Mrs. Williams.
Um 16? Isto para mim é horrível! Como é que vou contar isto à minha irmã e ao Luke? Eles vão-se passar!
-Bem, pessoal, hoje temos 2 anos novos na turma, por favor dêem as boas vindas à Sophia Sparks e Cameron Dallas.
Uau! Boa, mais punk-rockers na turma! Era mesmo disto que esta turma precisava... Mas que raio é que a miúda está a usar? Quem é que são os Black Sabbath? E o miúdo... Que raio é aquela coisa de metal que ele tem no lábio?
Enfim...
-Se todos já têm os testes e se já deram as boas vindas ao Cameron e a Sophia, podem sair. – disse a Mrs. Williams, a olhar para a turma.
Passado uma milésima de segundo já todos tinham saído da sala, enquanto eu continuava a arrumar a minha mochila com o respectivo teste dentro do meu caderno de macroeconomia.
Suspirei fundo e dirigi-me perto da miúda de cabelo vermelho escuro e do miúdo alto.
-Uhm, olá. – tentei suar simpática. – Eu sou a Charlotte Bryant, mas podem-me chamar Lottie. – engoli a seco. Eles estão sequer a ouvir-me?
-Pois como queiras. – disse a miúda do cabelo vermelho, uma tal Soph... Sophia?
-Éh! Não sejas rude com a ...
-Lottie. – disse ajudando o rapaz a acabar a frase.
-Isso mesmo, a Lottie. Bem Eu sou o Cameron e esta é a Sophia.
-Okay, Cameron e Sophia. Se precisarem de alguma ajuda para amanhã, digam-me.
-Claro que sim. – respondeu o rapaz, com um sorriso muito bonito e simpático, enquanto que tal Sophia, apenas me revirou os olhos.
Saí da sala e andei até à porta da entrada. Avistei Luke dentro do carro e Bryan, seu filho e meu sobrinho, cá fora à minha espera. Andei até ao carro e o pequeno Bryan corre para os meus braços.
-Lottie!!! – ele gritava enquanto me abraçava.
-Então diabinho, como foi o teu dia?
-Muito bom! Hoje aprendi a contar até 20!
-Uau, Bryan! Que lindo o meu sobrinho preferido!
Ele riu-se e deu-me 15000 beijinhos na cara. Que miúdo amoroso. Retribui-lhe os beijinhos naquela cara fofa que apetece apertar e meti-o na sua cadeira na parte de trás do carro. Depois de colocar o cinto e de lhe fazer alguma cócegas, entrei para o lugar do pendura ao lado de Luke.
-Boa tarde. – disse aproximando-me de Luke para lhe dar um beijo na bochecha.
Não o Luke não é o meu namorado. Luke é o namorado da minha irmã mais velha, a Sarah. Basicamente foram ela e o Luke que me criaram, pois o meu pai abandonou-nos e a minha mãe morreu de cancro uns tempos depois. O Luke é como se fosse um pai para mim, mesmo que ache isso estranho e odeio pensar ou dizer isso, pois eu tenho apenas 17 e ele 24, tal como a minha irmã.
-Olá Lottie. – ele cumprimentou, retribuindo-me com um beijo na bochecha. -Como foi o resultado do teste de macroeconomia?
-Hoje tenho muita fome, podemos passar na casa dos teus pais, é que a tua mãe faz aqueles biscoitos e ummmm, que água na bo...
-Charlotte Bryant, não desvies a conversa. – ele disse num tom repreensivo. – Quanto tiveste?
-16. – respondi a olhar para os meus pés.
-Tu consegues muito melhor que isso... O que é que te deu? Tu és inteligente e não burra.
-Eu sei, Luke.
-Tu sabes sempre tudo, não é? Na tua idade tu pensas que tu é que sabes e que tu é que és. Não é assim Charlotte! Tens de me ouvir!
-Luke, eu estou a ouvir-te porra!
-Olha o Bryan, não digas porra!
-Arroz então! Não é preciso exagerares! Eu melhoro para a próxima!
-Pois melhoras, porque até lá estás de castigo!
-LUKE! Tu não és meu pai, caralho!
-Mais um palavrão e corto-te a mesada. – ele disse arrancando com a merda do carro.
-Vês? É por isto que odeio falar contigo! Tu exageras sempre tudo! Pareces, não tu és uma drama queen! Vê se te acalmas! Foi só um 16! Eu tenho sempre 18 e 19! Eu tive um mau teste! UM MAU TESTE! SÓ UM!
-Papá, não grites com a Lottie! – o Bryan disse a chorar.
Olhei para o Luke com um olhar de morte e pedi para ele parar o carro.
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Daughter|| L.H
FanfictionCharlotte, uma rapariga inocente e mimada de 17 que é posta à prova pelas dificuldades da vida. Será que quando estamos nas piores das adversidades, mudamos? Será que o amor nos muda? Descubram em "Daughter".