Não tenho certeza de que Cody me fará feliz se algum dia eu resolver me assumir. Não sei se ainda vou sentir a mesma coisa que sinto por ele, mas... Com certeza eu pretendo tê-lo ao meu lado sempre. Amigos? Talvez, se eu não o querer como namorado. Ainda não sei o que somos desde a noite em que ele simplesmente se sentiu disposto a se entregar. Ele quer tentar um romance comigo, mas ainda não sei se isso é uma boa ideia. Indecisão minha. Eu quero, mas também não quero. Ele mudou tão de repente comigo. Mudou tudo em se. Talvez, o meu "TALVEZ" seja um "COM CERTEZA EU QUERO". Qual é o tipo de gay passivo que não adoraria ter Cody Lee como namorado? Acordar todos os dias com aquele ruivo ao seu lado, sentir seu cheiro durante um longo beijo, sentir aqueles fortes braços durante um abraço. Fiquei com calor agora. Bom, o futuro ainda vai revelar se seremos ou não um casal.
Cinco e treze. O tempo não passa.
A enfermeira chega. Alta, cabelos escuros, um sorriso que não parece ter fim. Ela pergunta se estou precisando de alguma coisa, respondo que não. Ela verifica minha ficha enquanto tento mover minhas pernas. Não tenho nada para fazer ou falar. Não sou tão paciente assim, para ficar sozinho em um lugar como esse sem fazer absolutamente nada. Tédio total. Tento puxar assunto com a enfermeira. Pergunto seu nome. Wanessa Merlin. Trinta anos. Uma filha de doze anos. Casada com um professor de História. Faço um interrogatório com Wanessa, para passar o tempo. "Você pretende ser um entrevistador no futuro?" - pergunta Wanessa.- umhum - respondo percebendo que ela não acreditou - não. Pretendo ser um pintor.
- legal - indaga - então... Por que fez isso com você, já que pretende ser alguém no futuro?O silêncio se transforma em gritos em minha mente fraca. E novamente, lembro do sonho esquisito que tive. Eu sou o preferido da morte. Sou um jovem suicida.
- se eu contar provavelmente você não vai me entender. Ninguém entende.
- talvez uma psicóloga vá te entender. Não podemos guardar tudo aquilo que devemos pôr para fora. É doloroso. Você deve saber disso.
- sou gay - disse rapidamente sem saber o por quê de ter dito isso para Wanessa.
- e o que isso tem a vê? Bom, você deve sofrer preconceito em alguns lugares, mas isso não quer dizer que você chegue a fazer esse tipo de coisa. Você acha que essas pessoas merecem a sua dor? Suas lágrimas? Não, né? Mude Isaac. Simplesmente mude.
Sete e quinze.
A porta se abre lentamente.- você? - indago surpreso.
- como tem passado, bicha?Stefan Walter.
- o que você quer? Abusar de mim? Me bater?
- calma, calma. Só quero bater um papo contigo garotinha. Ou vai querer escolher entre conversar ou chupar meu pau a força?
- se você não sair daq...Stefan abafa minhas palavras com sua mão apertando minha boca. Não posso me movimentar muito por conta dos cortes no pulso e nas pernas, então fico quieto ouvindo o que ele diz.
- não sou gay, mas gosto de você Isaac. Gosto de te ver chorar, de te ver sofrer. Gosto de poder sentir o cheiro do seu medo. Você é uma droga na qual viciei intensamente. E não vou perder você nem por um minuto. Quero poder te fazer sentir dor cada vez mais, e quando você não aguentar mais, eu continuo com meu vício de te ter. Ainda vou penetrar o meu pau em você, até eu poder ouvir gritos e mais gritos de dor. Ainda vou deixar esse seu rostinho todo roxo de tanto socos que darei. Vou te atormentar dia e noite, até você se sentir um lixo, e então... Se suicidar.
Ele lambe minha testa feito um cachorro. Passa a mão em meu pênis e depois puxa meu cabelo. Começo a chorar. Ele começa a dar risadas. Sinto ódio disso tudo. Sinto vontade de poder sair dessa cama e quebrar a cara desse psicopata nojento. Mas não consigo. Sou um inútil. Stefan resolve ir embora, mas antes de sair do quarto, ele soca minha barriga com tanta força que penso que vou morrer. Não consigo respirar direito. A dor prende minha respiração por segundos. Fico me contorcendo de tanta dor, enquanto começo a sentir o ódio tomar conta de mim, e esquecer a dor que aos poucos vai desaparecendo.
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Isaac
RomanceVivemos em mundo, onde o preconceito vem à tona, onde a dor precisa ser suportada, para que nos momentos de fraqueza, possamos nos permitir agir de uma forma extremamente agressiva, acorrentado a sensibilidade.