Depois que deixamos o jardim da mamãe do jeito que estava, todos resolveram ir para suas casa, menos um. Cody Lee. O ruivo que estava quase bêbado com sua camiseta encharcada de álcool resolveu ficar mais um pouco. Não sei o motivo de Cody querer tanto me fazer companhia, mas enfim... Pelo menos eu teria alguém pra conversar um pouco antes de ir dormir. July se apressa para chegar em casa o mais rápido possível porque o último capítulo do livro "O menino do pijama listrado" espera por ela. Não sei como ela consegue ler tanto sem ficar com a mente cansada. Talvez seja algum tipo de vício literário.
- maninho? Volte antes das dez OK? - ordena Luna - vou tentar enganar nossos pais com algum tipo de jogo de tabuleiro.
- OK. Minha irmanzinha chata.Oito e meia. O tempo está um pouco frio desde segunda. Não se vê estrelas no céu por conta da tempestade que vem chegando. Mamãe foi dormir faz alguns minutos por conta de seu trabalho numa gráfica. Todas as sextas e todos os sábados, ela passa a manhã inteirinha na gráfica. Amanhã não tenho aula então hoje, posso ir dormir tarde.
- acho melhor você tirar essa sua camisa Cody. Se você chegar perto de algum fogo, com certeza você explode - brinquei - vem, vou te emprestar uma camiseta.
- valeu.Cody se sente a vontade em meu quarto. Observa tudo que está em cima da velha mesa do computador e as frases do "Evanescence" que estão espalhadas por toda a parede onde fica a porta. Ele lê uma em voz alta. "Por mais que eu corra, eu me entrego à você. Me desculpa... Me desculpa". Ele tira a camiseta suja e se senta na ponta da minha cama. Jogo uma das camisetas que peguei para ele, mas ele a deixa de lado, olhando-me de um jeito sedutor com aqueles olhos verdes que deixava quase todas as garotas do High School Newt estéricas. Fico meio sem jeito mas... Eu soube reconhecer o recado de Cody. Parar com seu preconceito, me pedir desculpas, vim aqui em casa, ficar quando todos resolvem ir embora, ler uma única frase onde se encontra mais de quinze. Bingo. Cody Lee sente algo por mim.
- sua mãe está dormindo, vamos aproveitar - diz ele - ninguém precisa saber sobre nós dois.
- tão rápido assim? - indago nervoso - é que... Não sei se isso é uma boa idéia.
- não se faz de difícil Isaac. Eu sou apaixonado por você desde o ano passado, ninguém nem imagina que também sou gay. E eu sei muito bem que você me acha atraente. Vamos, tira a roupa e me chupa. É o que você quer.Tiro meu casaco. Ele vê meus cortes.
- o que é isso no seu pulso?
- nada importante - digo virando o rosto.
- se foi por minha culpa, eu... Sinto muito Isaac.
- não foi sua culpa. Quer dizer, sim. Também foi.
- quem é o cara?
- que cara?
- o que está te fazendo fazer isso. Se também foi minha culpa, com certeza deve ter outra pessoa envolvida. Quem é Isaac?
- ninguém - confirmo vestindo o casaco.
- não se vista. Quero te comer todo - diz Cody tirando sua bermuda - mas amanhã conversaremos sobre esse assunto.Fico nervoso. Mas logo depois me controlo. Tiramos as roupas que faltavam e partimos para a pegação. Os braços fortes de Cody me apertavam com uma sensualidade incrível enquanto sua boca devorava a minha, nos beijos longos e quentes. Sussurros nos ouvidos, beijos no pescoço, lambidas em meu corpo, gemidos, e apertos na coxa. A tempestada chegou com seus trovões e ventos gélidos depois de alguns minutos. Mas não ficamos incomodados com o frio porque estávamos suando de tão quentes.
Nove e quarenta. Cody tem que voltar pra casa. Nos vestimos. Nos beijamos na varanda por alguns segundos, e em seguida ele sai correndo na chuva com um longo sorriso no rosto, enquanto fico pensando se amanhã ele pensa em me pedir em namoro. Tranco a porta, apago as luzes da varanda e da sala, subo para meu quarto e me deito na cama. Ainda sentindo seus beijos e sua pegada forte, eu fecho os olhos e me perco no sono.
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Isaac
RomansaVivemos em mundo, onde o preconceito vem à tona, onde a dor precisa ser suportada, para que nos momentos de fraqueza, possamos nos permitir agir de uma forma extremamente agressiva, acorrentado a sensibilidade.