Minha jóia.

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Acabou a segunda aula, e em fim o dia de escola. Já era quarta feira, e ao mesmo tempo ainda, tanta coisa já havia acontecido. Peguei meu fichário, e evitei olhar para Victor o tempo todo. Porem...

-Então, já que você não vai me dar a honra, posso saber quem, tanto quer ir comigo?!
Ele perguntou enquanto saimos da sala. Apenas sorri.

-Bler.
Falei baixo. Ele fez cara de quem não intendeu.

-Tudo bem. Vou convidar a Bler, talvez assim que ela voltar.
Ele disse, Victor não estava satisfeito com isso,  é eu sabia muito bem. Mas não podia me importar. Victor permaneceu ao meu lado.

-Bler, foi para onde?
Perguntei, realmente interessada.

-Ela foi passar um tempo na casa dos pais eu acho. Ontem a noite, vieram buscá-la. Pensei que soubesse disso.
Ele disse respirando fundo. Então era este o motivo de tanta ausência.

-Sidney!
Gustavo apareceu ao meu lado. Fiquei paralisada, estranho dizer,  mas ele era ainda mais lindo de manhã,  por mais que tivesse uma clareza de doer os olhos.  Victor o encarou.

-Ha, Oi, Gus, Gustavo.
Eu tentei dizer. Preferia que Victor não achasse que tínhamos intimidade. Tudo naquele lugar se espalhava rápido, e de forma errada.

-Victor.
Gustavo o estendeu a mão , Victor o cumprimentou como se já fossem conhecidos a muito tempo.
Todos nós ficamos quietos por um tempo, até Gustavo tomar iniciativa.

-É, eu preciso falar com você Sidney , e é importante.
Ele disse para mim, olhei de deslize para Victor.

-Nao quero atrapalhar.
Victor disse e saiu.

-Tchau.
Respondi sem esperanças, ele me deu um sorriso meio de lado, e um último olhar ao Gus.

-E eu? Por acaso interrompi algo?
Gustavo perguntou com um sorriso tímido, assim que ficamos sozinhos.

-Nao, claro que não.
Disse sorrindo para tentar demonstrar clareza.

-Hâ,  você está bem?

-Sim,  estou.
. Respondo tímida. Gustavo respirou e falou.

-E,  por acaso eu sou um dos organizadores daquele almoço privado que temos no intervalo,  almoços a quais você não compareceu mais, não pense que não percebemos.
Ele disse sorrindo. Eu olhava diretamente em seus olhos sem medo de nada, afinal eu devia temer algo mesmo?

-A então você esta no meio daquela injustiça?
Falei. Eu não concordava com os almoços, a menos que não fossem obrigatórios. Alem disso eram sem lógica.

-Injustiça? Você acha isso?
Gustavo perguntou sério  e escondendo um pouco o riso.

-Porque, o que te faz pensar que uma coroa na cabeça nos faz ser melhor que outros? E...
Comecei. Mas me lembrei de algo.

-Minha coroa.
Eu disse. Ele pareceu muito confuso.

-O que?
Gustavo disse.

-Me desculpa, não posso falar agora, preciso levar minha coroa para o concerto.
Falei,  tudo bem,  isso foi mais uma escapatória do que desespero.

-Mas você ainda não levou?

-É,  não.  Podemos conversar alguma outra hora. 
Respondi me afastando aos poucos.

-Tudo bem.
Ele disse.  Sorri uma última vez,  e sai.  Desci depressa as escadas e cheguei aos dormitórios muito rápido, já no corredor abri a porta do meu quarto com força, eu não sabia porque aquele meu desespero todo.
Me arrependi de meu alvoroço no segundo seguinte que vi Bler,  seu pai sua mãe,  a qual eu reconhecia de todas as revistas,  e além deles,  meus pais.

-Ola. Mãe? Pai? Oque tá havendo?
Perguntei respirando rápido.

-Viemos resolver isto sobre sua coroa.
Minha mãe tomou partido.

-Pegue ela para nós,  Sidney.
Meu pai pediu. Observei Bler me olhar preocupada.
Com cuidado fui até minha gaveta, destranquei e peguei minha coroa despedaçada. Um sentimento de tristeza me inundou, me virei e reparei que  todos olhavam para a joia em minha mãe,  querendo ver a gravidade do estado .

-Sidney.
Bler falou enquanto todos continuavam quietos.
  Bler estava serena e linda como sempre, sua mãe estava logo atrás olhando para a filha como se esperasse que ela dissesse algo.

-Me, me desculpe.
Bler disse, deu para ver em seus olhos como não estava nada feliz por dizer aquilo. Sério mesmo, ela não se arrependia nem um pouco?

-Tudo bem.
Respondi também séria. A mãe dela se aproximou.

-Ola Sidney, sou Barbie, este é meu marido.
Ela disse, como se eu não soubesse.

-Queremos te recompensar com o prejuízo que Bler causou a você. Levaremos sua coroa para uma restauração. E sexta feira ela estará de volta. É claro, se quiser.
Barbie disse calma e serena tambem. Eu não daria minha coroa para estranhos arrumarem nunca. Nao que o pessoal do palácio não fosse estranho, mas.

-Eu estou indo levar, não vai precisar.  Obrigada.
Agradeci, ela sorriu e acenou com a cabeça. Eu esperava ouvir um xiado de minha mãe,  Mas ela permaneceu quieta.

-OK. Mesmo assim, perdoe a minha filha ela só....
Barbie voltou a falar, mas Bler se parecia ter engolido td.

-A chega mae, ela já sabe, vai pode ir Sidney, leva logo esta coisa pro concerto.
Ela disse.

-Alto lá,  mocinha.
Meu pai disse para ela,  a situação estava saindo do controle.

-Já chega, vamos tirar você do colégio definitivamente agora.
Ken disse a filha. Bler se jogou de joelhos ao pé do pai.

-Por favor, apenas me mude de quarto, pelo amor de Deus, não aguento ficar com ela.
Bler disse. Me senti estranha, oque eu tinha feito para tamanho ódio de alguém,  que até me era desconhecido. 

-Bler levanta do chão, agora.
Sua mae disse. Bler continuou de joelhos seu pai se irritar.

-Já chega, vamos.
Ele disse tentando puxar Bler pelo braço, mas ela não saía. Era pirracenta feito uma criança. E os pais pra mim eram os piores que não souberam a criar.

-JA CHEGA.
Eu disse sem pensar. Eles pararam e olharam para mim. Meu pai sorriu.

-Desculpa me intrometer em sua vida. Mas o senhor não acha que Bler esta grandinha de mais para ser segurada pelo braço? E a senhora? Acha que uma coroa é como um colar qualquer, pulseira ou anel? Pra começar, ela não é qualquer coisa, então por tanto, o fato de vir até sexta feira não muda as coisas em nada.
Eu disse. Estava nervosa,  mas mesmo assim escolhia as palavras.
Barbie não disse nada, apenas chamou Ken e saiu do quarto deixando eu e Bler sozinhas.

-Ela esta furiosa com você.
Bler disse rindo.

-Nao me importo nem um pouco.
Respondi, ainda atordoada.

-Eu me importaria.
Ela falou sentando em sua cama.

-Vamos falar com eles.  Sidney,  não saía daqui.
Meu pai disse quebrando seu silêncio,  e atravessando o quarto até a porta,  acompanhado de minha mãe.

-Qualquer coisa.  Avise,  estaremos aqui fora.
Mamãe disse por fim. Olhando fixo para Bler.

Dessa vez seria diferente.  Quem iria atacar era eu.

A escola dos contos. (Em Processo De Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora