Eu não sou sua princesa.

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       Acho que aguardar nunca foi a situação menos  estressante do mundo. Se faltavam quase vinte minutos para o intervalo, e tudo oque eu mais desejava era poder desaparecer. 

        Por mais que a aula estivesse tediosa, era isto oque me salvava, mas eu ja disse que faltavam apenas vinte minutos? Pois eles se passaram....

-Vamos?!

     Cho disse assim que o sino do intervalo bateu. Atras dela avistei Victor sorridentemente se levantar e vir em nossa direção.

-Cho!
    Ele disse pegando a mao dela e a beijando. Em seguida beijou a minha.

-Sidney.
    Disse a mim. Agora nem falar eu conseguia, um nervoso de outro mundo me dominava. Eles se encararam por um tempo.

-Olha, Cho, eu tenho que ir com ele. É que é um almoço em um lugar diferente.

    Eu disse. Ela sorriu meio de lado.

-Tudo bem.
    E falou. Pensei por um tempo.

-Não podemos levar ela?

    Perguntei depressa a Victor, que apenas nos aguardava.

-Oque?! Não.
    Ele disse. 

-Não mesmo, não precisa.
    Cho disse em seguida.

-Ótimo, sem ela não vou.
    Disse, puxei a mão de Cho e já ia saindo da sala, quando Victor me puxou também.

-Ei, eu só to tentando te ajudar a chegar no outro salão. Se quer levar sua amiga, é só perguntar a alguem quando chegarmos lá. Mas no momento, você deveria considerar o quanto pensam em você pra isto. E não chegar já fazendo exigências.

    Ele disse rápido. Parei, e resolvi realmente não levar Cho, pelo menos por enquanto. Mas faltar a esse almoço, era uma falta de consideração com os organizadores, qual eu também nem sabia quem eram. Eu tambem nem sabia o porque destes almoços idiotas serem longe dos demais, mas no momento, parte de mim queria socializar.

-Desculpa, isto não vai se repitir Cho.
    Eu disse, e sai da sala. Victor me alcançou, e andava um passo a frente de mim, para mostrar o caminho. Era um pouco distante, mas chegamos rápido. A toca era como se fosse um quiosque, e o salão era realmente do lado. Antes dele abrir a porta ele olhou para mim.

-Me desculpa, se disse algo que te magoou.
    Ele disse.

-Não disse.
    Respondi. Sem o encarar, eu queria evitar seus olhos, já estava me perdendo de mais neles.

-Sidney,  eu queria que tivéssemos nos conhecidos de uma forma diferente,  eu queria ter a chance de te mostrar mais sobre mim,  mas pelo jeito tudo já está arruinado. 
Victor soltou.  Franzi o cenho.

-oque quer dizer com isto?
Perguntei confusa.

-quero dizer que não pude ter uma conversa interessante com você.  Sidney,  você me olha de um jeito a qual se espelha somente na primeira impressão que tem sobre mim,  e eu não a culpo, afinal,  eu fui idiota no primeiro dia de aula. Eu só queria saber se isto pode mudar?

Disse Victor,  com o olhar mais sincero no rosto,  a qual nunca havia visto nele.  Me senti mal,  tratar ele de forma brusca era o que eu pretendia depois daquele desconforto a qual ele me fez passar na aula.  Mas afinal,  oque eu ganharia com isto? Oque estou ganhando agora,  um saco de culpa. 

-Com certeza,  pode sim. 
Foi oque consegui dizer.  Victor me devolveu um sorriso amarelo,  e enfim, abriu a porta do grande salão.

. Entramos e eu só sabia reparar em tudo,  haviam menos pessoas do que antes,  ninguém reparou muito a gente entrar,  e eu estava satisfeita com isto, tanto, que consegui comer bem e com cautela,  por mais que eu soubesse que tinha pouco tempo de intervalo,  causado pelo episódio com Victor.

    O sino bateu, e todos se levantaram, fiz menção de fazer o mesmo, mas Victor segurou meu braço,  juro que tentei, mas o único pensamento que me vinha na cabeça era,  oque ele quer agora?

-Vamos chegar atrasados.
    Eu disse, Victor estava vermelho.

-Fique.
Victor pediu com dificuldade.

-Você esta bem?
    Perguntei, ele permaneceu quieto, sentado, e a cada momento mais vermelho. Com um piscar de olhos, suas roupas se rasgaram e pelos começaram a surgir sobre seu corpo.

-Haa.
    Gritei, eu não sabia se corria, se gritava, ou se apenas chorava, eu queria ajudá-lo naquele momento.

-Calma, calma.
     Ele conseguiu dizer. Não valeu de nada aquelas palavras. Nesse período de tempo me dei conta de que,  Victor estava se transformando em fera.

-Voce também se transforma?
Perguntei o óbvio,  sentindo meu corpo arrepiar.

-Não, isso começou recentemente.
     Ele disse triste,  sua transformação parecia ter acabado.  Victor agora era uma mistura de lobo com humano.

-Porque veio para esta escola, mesmo sabendo que estava assim? Isso é perigoso, tanto pra....
     Eu disse, mas ele me interrompeu bravo.

-Não sou perigoso!!!
    Ele disse batendo na mesa com força. Dei um pulo.

-Não, eu não disse isto, eu...
     Tentei dizer novamente.

-Mas ia dizer!!!
     Ele gritou.

-Não, eu não ia. Por favor olhe...
     Eu disse, lagrimas começaram a sair de meus olhos, eu estava com medo,  muito medo. Ele estava furioso.

-Desculpa, Sidney me desculpe.
     Ele disse, parecia triste, eu não conseguia nem falar direito. Fiquei quieta.

-Eu não quero enxergar, mas esta fera está tomando a mim por dentro também.  Eu estou ficando ranzinza.  Perdão,  eu não me transformava antes,  nunca me transformei,  mas aí,  esses dias,  antes de vir para cá,  isto aconteceu, ainda é um mistério para meus pais .  Como eu queria vir,  todos não viram motivos para me privar da School Stories,  mas agora,  eu estou mudando.  Estou com medo Sidney,  medo. Eu não queria que me visse assim.
     Ele disse chorando. Sem mais nem menos o abracei, eu ainda chorava muito. Pude sentir como ele me apertou, estava precisando de um abraço destes. Nos distanciamos, e eu encarei Victor com um olhar pleno.

-Sei como é, quando eu fizer 18, não poderei me deitar e dormir, vou ter que aguentar firme, porque se não, isto sera eterno. Victor, se não queria que eu o visse assim. Porque me pediu para ficar?

     Perguntei, soluçando um pouco. Ele sorriu meio de lado.

-Eu queria te pedir uma coisa, mas, me tranformei antes disto.

     Ele disse. Sorri também, entendendo o porque.

-Oque queria me pedir?

     Falei. Ele olhou no fundo dos meus olhos, do mesmo jeito que estive evitando que ele me olhasse, e disse.

-Quer ir ao baile comigo?
     

A escola dos contos. (Em Processo De Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora