Frozen

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-Você, ainda quer voltar para o baile?
Patricke perguntou. Na verdade, não, eu adoraria ir para o meu quarto, e quem sabe, chorar a noite inteira.

-Não. Tem problema se eu ir embora?
Perguntei. Patricke pareceu desconfortável, mas concordou.

-Tudo bem eu te levo.
Ele disse se virando rumo ao corredor.

-Não. Eu vou sozinha, volte para o baile, procure Sharpay, quem sabe seu problema seja ela.
Falei. Patricke pareceu não entender.

-Que problema?

-O de não dar valor em ninguém que ande ao seu lado!
Falei. Patricke se calou, parecia anestesiado, ele precisava saber o quanto fiquei magoada por tudo.

-Boa noite.
Falei por fim, me virei, e fui embora. Não olhei para trás, e nem Patricke me chamou. Eu só queria sair correndo e sem controle.

Era uma infinidade de coisas as quais eu pensava em fazer para me mantar ocupada e não pensando na noite terrível a qual eu tinha sido "obrigada" a me submeter, afinal de contas, não era como se eu tivesse escolha, poxa eu esperava algo emocionante, me joguei de cabeça em uma adrenalina a qual eu não esperava ter que beijar alguém , este pensamento me vez diminuir o passo, uma espécie de calafrio percorreu todo o meu corpo, e eu só conseguia me perguntar, oque mais esta por vir?

Meus pés involuntariamente pararam em um ponto do corredor escuro a qual eu e estava, foi quando me dei conta de que havia andado de mais. Ao meu lado uma sala estava com a porta entre aberta, de relance tive medo mas assim que estreitar os olhos e encherei direito oque estava através da porta, não havia como não entrar....

Gelo. Era isto, muito gelo, em todo o lugar, fui atraída por aquilo, por mais frio que estivesse.
Entrei olhando para todos os lados, era lindo e assustador ao mesmo tempo, e por dois motivos, era lindo pelo fato de como o gelo foi esculturado em toda a superfície do lugar, como o chão liso, as paredes desenhadas, e o teto com gotas congeladas, tudo isto feito de gelo.
Mas era assustador ver que oque dava vida a tudo isto, era um garoto, Gustavo estava ali, colocando sempre mais enfeites no local, como se fosse mandado para fazer isto e estivesse cansado de cumprir um trabalho tão pesado.
Sabe quando estamos em um lugar tão lindo que até parece um sonho? Eu estava anestesiada, meu único movimento foi ir até ele, onde na minha cabeça eu o daria os parabéns por fazer algo tão perfeito.
Porem, aquele era um sonho lindo, mas perigoso, escorreguei em uma parte mais fina de gelo onde só vi o chão se aproximar. O barulho deve ter sido alto , pois Gustavo correu em minha direção.

-Oque? Quando você entrou aqui?
Ele disse ainda assustado tentando me levantar.

-Agora! Por favor, saía de cima do meu tornozelo, a dor nele esta terrível!!!
Consegui dizer em meio a dor.

Gustavo me levantou com cuidado, mas não era novidade que não me agüentasse. Eu tentei o ajudar o maximo que pude, e tentei não demonstrar tanta dor, eu não queria parecer fresca, por mais que doesse muito.

-Oque aconteceu?!

Uma voz familiar ecoou pela sala. Patricke estava ali, mas eu não o via, ou pelo menos não queria, só evitei, até que tive que encara-lo.

-Eu não posso te deixar cinco minutos sozinha?
Ele perguntou sorrindo enquanto ajudava Gustavo a me carregar.

-Ela, escorregou.
Gus disse um pouco nervoso.

-Calma cara, vamos resolver isto.
Patricke disse ao amigo. Melhores amigos...

-Eu espero.
Gustavo respondeu com tom de voz pesado.

Os garotos se esforçaram para me levar pra fora dali, eu não queria demonstrar que a posição estava desconfortável, que meu pé não estava bom o bastante para ser apoiado no chão, mas consegui manter tudo isso só pra mim por todo o percurso.

-Vamos leva-la para a enfermaria?
Ouvi Gustavo concordar, e fechei os olhos para tentar amenizar a dor que eu já esperava sentir, todo o caminho até a tal enfermaria. Foi quando Gustavo me pôs em seu colo com todo o cuidado e sorriu pra mim, envergonhado, culpado, pela dificuldade de seus passos ele estava descendo uma escada.
Me senti alegre por saber que era só aquela escada e chegamos.

-Oque houve?
Uma fada madrinha perguntou.

-Acho que o meu tornozelo. Ai! Não,não toque.
Falei, já que a mesma havia encostado em meu pé.

-Vou chamar o doutor.
Ela disse e saiu depressa.

-Me desculpe..

Gustavo falou, percebi Patricke se afastar. O olhei.

-Nao, não precisa se desculpar, não foi por sua causa que eu cai.
Falei. Gustavo sorriu um pouco, aquilo não parecia ter o confortado.

-Já me disseram pra parar, e eu nunca paro. Se eu não estivesse lá perdendo tempo colocando gelo naquele salão, quem sabe seu tornozelo estivesse bom.
Ele disse triste.

-Não Gustavo,se eu não tivesse caido, meu tornozelo estaria bom, e mais uma vez, não foi você quem me derrubou, então não tem culpa de nada.
Falei. Gus olhou para mim, com suas pérolas azuis e cintilantes. E ali naquele olhar eu senti seu pedido de desculpas.

-Sidney eu...
Ele ia começar a dizer.

-Ola.
Ele um homem alto nos disse. Patricke se aproximou de nós.

-Vamos ver isto.
Ele disse se ajoelhando ao meu lado e tocando cantos do meu pé, engraçado,ele não iria tirar um raio X, nada? Na outra realidade isto seria essencial.

-onde você estava quando caiu?
Ele perguntou, em quanto me "examinava".

-Ah, eu escorreguei.
Disse devagar. Ele me olhou, e logo em seguida encarou Gustavo e Patricke.

-Você teve sorte, um leve deslocamento, nada do que sete dias de total repouso não resolva.
O "doutor" me orientou.

-Tudo bem.
Falei. Gustavo me olhou. E Patricke parecia preocupado.

-Para leva-la pro quarto, vocês vão precisar de uma cadeira de rodas, nada de esforços.
O médico disse.

-Eu levo a Sidney.
Gustavo se prontificou.

-É....
Patricke começou.

-Isto, ele me leva.
Falei o interrompendo . Patricke se calou.

Eles pegaram uma cadeira, e eu me sentei, me despedi de Patricke, e então, Gus e eu partimos por aqueles corredores escuros a fora.

-Você esta bem?
Perguntei para quebrar o silêncio.

-Estou.
Ele disse.

-Sério?
Tentei de novo.

-Sim.
Ele respondeu rápido. Em um movimento brusco segurei as rodas da Cadeira com as mão, fazendo ela parar.

-Gustavo, vem aqui na minha frente.
Falei. Ele não resmungou, e fez oque pedi, sua preocupação era nítida, formando até rugas em sua face.

-Não fique assim! Oque deu em você?
Perguntei. Ele respirou fundo.

-Eu não queria ser quem sou, só isso.
Gustavo falou. O encarei.

-Por que?
Perguntei.

-Por que?! Eu sou uma aberração.
Ele disse.

-Não, não é. Só por causa do gelo?!
Eu disse, ele sorriu irônico, foi para trás de mim e voltou a me empurrar. Decidi respeitar o espaço dele.
Quando chegamos, a fada madrinha permitiu que Gus me levasse até meu quarto.
Me ajudamos a subir as escadas e segurar aquele vestido pesado a qual com tanto gosto eu havia colocado para ir ao baile.

-Obrigada.
Falei por fim.

-Foi o mínimo que pude fazer , me desculpa, de novo.
Ele disse. Sorri tentando ao maximo demonstrar calma.

-Pelo menos você é bom em cuidar de alguem.
Falei enquanto ele abria porta do meu quarto para que eu entrasse.

-Eu cuido de quem Eu gosto.
Gustavo disse me colocando em minha cama.

-Boa noite Sidney.
Ele deu seu primeiro sorriso da noite.

-Boa noite Gustavo.

A escola dos contos. (Em Processo De Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora