Meu companheiro.

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Acordei mais cansada do que antes de dormir. Não consegui pregar os olhos um segundo se quer, na minha cabeça se passavam coisas a todo o momento me impedindo de no minimo pegar no sono.
Olhei para o lado e Bler dormia tranquila, vi as horas, 10:29. Era cedo. Uma leve batida na porta depois de mais de dez minutos me fez despertar ainda mais. Cho entrou.
-Oi.
Ela disse sorrindo meio de lado. Com o meu café da manha nas mãos. Eu não sentia fome alguma.
-Ola.
Falei me sentando na cama e fazendo um coque em meu cabelo.
-Seu café, desculpa, cheguei um pouco tarde hoje. Me empouguei conversando com Thalia no salão.
Ela disse.
-A sim. Não tem problema.
Falei me sentindo um pouco mal, por ser um peso tão grande na vida de minha amiga. Apenas para compensar o tempo perdido por ela, comecei a beliscar meu bolinho. Era até que gostoso. Percebi que Cho estava triste.
-Oque ouve?
Perguntei. Ela instantaneamente começou a chorar.
-Da pra perceber tanto assim que não estou bem?
Ela disse aos prantos. Coloquei meu bolo de lado e confortei a cabeça de minha amiga ao meu ombro.
-Oque aconteceu?
Perguntei acariciando seus cabelos.
-Gustavo. Droga, estou gostando dele. Tudo parecia estar indo bem. Porem ontem ele ficou estranho, não me acompanhava até o intervalo, quase não falava comigo. Decidi questiona lo. A Sidney, deveria ter permanecido quieta...
Ela disse voltando a chorar. Me senti culpada no exato momento. Eu devia ter ajudado minha,amiga, e convencido Gustavo a dar uma chance a ela, e não dizer para ele desistir logo se não queria nada.
-Oque ele te disse. Se você quiser me dizer..
Falei, desejando que as palavras de Gustavo fossem simples, e que não machucassem tanto como Cho demonstrava.
-Ele disse. Ele disse, que, não quer nada comigo, que gosta de outra. Quando perguntei se poderíamos ser apenas amigos, ele disse, que de mim não queria nem isto..
Ela disse se acabando de chorar. Sim as palavras de Gustavo foram cruéis, e havia sim como ele ter acabado com as esperanças de Cho sobre eles dois, sem a machucar tanto. Onde estava aquele doce garoto e educado que eu conhecia, este tipo de comportamento não era tipico dele.
-Eu realmente não sei oque ouve com Gustavo, ele não é assim.
Falei para Cho que ainda soluçava ao meu ombro.
-Eu também não sei porque ele me tratou desta forma. E sabe, doeu ainda mais, porque meus sentimentos por ele eram maiores.
Ela falou ainda chorando. Fiquei confortando minha amiga. Dizendo que ela encontraria alguém melhor, estava bom de mais tentar tirar aquelas coisas da cabeça de Cho, e eu realmente me orgulhei de meu trabalho, eu falava sobre moda, garotos, estudos, música, tudo, para tentar destrai lá, e estava funcionando, mas foi um grande erro meu não reparar as horas, e só me dei conta do meu "deslize" quando bateram na porta. Pra piorar tudo, Cho foi abrir. Bler acordou e foi para o banheiro como sempre, e eu, reparei o pequeno sorriso que com muito esforço, consegui colocar no rosto de minha amiga, murchar ao se deparar com Gustavo do outro lado da porta. Ela lentamente deu espaço para que ele passasse, e lentamente ele se aproximou sério.
-Bom dia Sidney. Seu, almoço.
Ele disse nervoso.
-Obrigada.
Falei séria, tentando transmitir em meu rosto a ele, que eu já sabia de tudo, e que estava muito chateada.
Gustavo acenou, deixou a bandeja e saiu, passando novamente por Cho, que agora, tinha os olhos inundados por lagrimas.
-Eu realmente tenho que ir.
Ela disse.
-Só não vai atrás dele.
Falei.
-Não vou.
Ela disse, sorriu de leve e saiu enxugando as lagrimas. Olhei para meu prato de comida do café da manha, e depois o do almoço. Percebi que em ambos havia uma maça, e isto me lembrou por algum motivo, Foster. Seria bom vê lo novamente. Ainda mais se levando em conta que eu quase não passei tempo com ele da ultima vez que o vi.
Então estava decidido, eu iria levar as bandejas para o salão, e logo ir ao celeiro ver meu cavalo. Eu só precisava de um banho. Bler ainda não sai ra do banheiro, aguardei.
Ela demorou de mais no banheiro, e não disse nenhuma palavra quando saiu. Fui para o meu banho, Fechei a porta atrás de mim. E então coloquei em minha cabeça, que se Bler mechesse em minhas coisas, poderia quebrar minha coroa ou algo do tipo. Sai rapidamente do banheiro, e ela já não estava mais. Ótimo, se fez algo, já esta feito. Fecho os olhos, respiro fundo, e retorno para meu banho.
Tomei um banho demorado, e coloquei um vestido mais solto, afinal, oque eu iria fazer não exigia uma espécie de vestido ideal.
Depois de pronto, arrumei meus cabelos, que ainda estavam lindos por causa da minha ultima vez ao salão. Peguei minhas preciosas muletas e fui para o celeiro...
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Eu já sabia o caminho, e cheguei rápido depois de deixar as bandejas no salão, aquele lugar me lembrava Victor, passei por Jacke, o cavalo dele, e me estiquei para admira lo. Belo cavalo.
Avancei umas casas e então cheguei a portinhola de Foster, a abri com um sorriso enorme no rosto, já não conseguia conter as emoções, e então, como se estivessem dado uma martelada em toda a minha felicidade, vi Foster caido no chão, parecendo clamar por misericórdia, meus olhos somente se encheram de lagrimas, a cena era forte, ele estava todo amarrado e parecia ter levado chicotadas. Gritei por ajuda, e logo vieram funcionários do local. Enquanto eles desamarravam Foster, me perguntei como foram irresponsáveis ao ponto de não ver tamanha judiação a um animal desta forma. No minimo deviam ter ouvido...

Eu já estava naquele veterinário a horas. Foster foi encaminhado para fora do castelo, pois seu caso era grave, e os cuidadores do celeiro, não podia resolve lo,só me perguntava quem fez aquilo,eu não tinha nada em mente, sera que foi Bler? A ótimo, que ideia mais absurda, como uma garota de 15 anos teria coragem de amarrar um cavalo e chicotea lo? Além do mais, Bler não perderia tempo com isto agora. Eu ainda estava pensando quem seria, quando senti o espaço ao meu lado no banco ser ocupado. Olhei esperando ver todo mundo, menos ela.
-Oque você ta fazendo aqui?
Perguntei com fogo nos olhos.
-Calma Sidney. Eu vim só pra te alertar sobre o dia vinte e nove de novembro.
Hanna disse sorrindo como sempre. Meu coração gelou.
-Oque tem este dia?
Perguntei assustada, por ser a data do meu aniversario.
-Eu só tenho uma coisa para te dizer. Durma bem...
Ela disse, se levantou e saiu. Já chega, isto foi demais. Pedi para ligar para minha mãe,e fui informada de que ela estava a caminho por causa de Foster. Aguardei ela chegar, suando frio, eu estava apavorada de medo, Hanna me fazia ameaças, mexia nas minhas coisas. Sera que foi ela quem aprontou com meu cavalo! Meus olhos se encheram de lagrimas ao lembrar daquela cena, porque eu? Porque comigo?

A escola dos contos. (Em Processo De Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora