Um mês e meio depois, os jovens recrutas já estavam completamente treinados.
Aquele tempo escalando paredes lisas, nadando em reservatórios cada vez mais fundos às quatro da manhã, atirando em várias e várias silhuetas de papelão e aprendendo a controlar seus fuzis havia realmente transformado a todos.
Eles não temiam mais nada.
Na verdade, eles não sentiam mais nada.
Os seis jovens estavam colocando todas as suas coisas dentro de malas cor verde musgo, dobrando as fardas do jeito que tinham aprendido. Depois de ajeitarem as camas, pegaram tudo e foram em direção ao pátio.
Liam foi o último a chegar nas fileiras, colocando a mochila em frente aos seus pés. Os outros cumprimentaram-no e ele respondeu com um curto aceno de cabeça.
Pouco tempo depois, o Marechal Aaron saiu pela porta do Pentágono, indo em direção à frente das fileiras.
-Jovens recrutas. - Sua voz ainda era alta e forte, sem alguma emoção. - Hoje vocês irão à campo e, a partir deste momento, o futuro da nação estará nas mãos de cada um de vocês. Por favor, peguem suas coisas e andem até o ônibus. Não nos decepcione.
-Sim, senhor!
Todos disseram juntos e fizeram o que o homem havia pedido, batendo continência antes de saírem de seus lugares. Marchando de forma sincronizada, levaram suas malas até o bagageiro e subiram a bordo do grande ônibus preto.
Destino: Atlanta, Geórgia.
(...)
Quatro horas depois eles ainda estavam longe do destino final. O ônibus inteiro estava quieto, mais ninguém tinha aquela enorme vontade de conversar ou fazer brincadeiras como antes.
-Posso ligar o ar condicionado?
Jared perguntou para Nicole, com quem estava dividindo o banco. Ela, por sua vez, apenas balançou a cabeça afirmando, sem vontade alguma de pronunciar qualquer palavra.
-Então... Que loucura, não?
-O que?
-Nós... Não podemos beber, mas já temos o poder de controlar um fuzil.
-Sim.
-Hum... Como acha que estaríamos agora se não estivéssemos indo em direção à guerra?
-Provavelmente no colégio, brigando sobre canetas que sumiram ou coisas idiotas. Os formandos estariam com aquelas conversas intermináveis sobre o baile, principalmente aquelas meninas metidas; e os caloros estariam com aquelas caras de paisagem, ainda animados com o início do novo ano.
-Isso é verdade, mas não foi isso o que eu quis perguntar.
-Então o que foi?
-Quis me referir a nós dois, Jared e Nicole, Nicole e Jared...
-Ah... O que tem?
-Bem, hum... Se eu te convidasse... Te convidasse para o baile... Você aceitaria?
Nicole sorriu, como nunca havia sorrido antes.
-Então você está me convidando para um baile que provavelmente nem iremos?
-Não estou literalmente convidando, essa pergunta foi só... Hipotética.
-Hum...
-Então, o que me diz? Você aceitaria?
-Eu...
De repente um barulho como pipoca estourando na panela veio da parte direita da lataria do ônibus, seguido por outro. E mais outro. E vários outros.
Os soldados responsáveis pela pequena tropa acordaram, assim como o restante dos viajantes. Um deles se dirigiu à uma das janelas.
-Atenção recrutas, o ônibus está sendo atacado! Peguem seus capacetes, coletes e fuzis!
O veículo parou e alguns recrutas desceram do mesmo, montando uma linha segura e preparada para o ataque. Os outros ficaram dentro do ônibus, com suas armas apontadas para fora das janelas.
-Abram fogo!
A ordem foi ouvida e os primeiros tiros foram disparados contra os soldados inimigos.
As balas continuavam a entrar na lataria blindada do ônibus e logo os bancos estavam repletos de cartuchos vazios.
Alguns dos inimigos saíram correndo pela mata da beira da estrada, desistindo do ataque inútil. Provavelmente eram apenas soldados entediados que queriam acabar logo com o problema.
-Voltem para o ônibus! Atiradores nas janelas, não cessem fogo!
Os recrutas que estavam na parte de fora voltaram ao interior, enquanto os que já estavam dentro continuavam atacando.
-Acho que já foram embora, podem cessar fogo!
Mais alguns tiros foram ouvidos e, então, tudo ficou calmo novamente. O motorista, suando frio, deu a partida novamente e os recrutas voltaram para os bancos.
Após todos guardarem as armas, o soldado Richard, um dos responsáveis pela tropa, apenas declarou seu orgulho pela recente e ótima atuação.
Os seis jovens se abraçaram e checaram como estavam.
Afinal, era muito bom estar vivo.
X
Me desculpem se o capítulo está incrivelmente ruim, prometo que irei aprender a detalhar e narrar cenas como essas.
Sarah (:
VOCÊ ESTÁ LENDO
Towards the Sun - H.S. | L.P.
FanfictionDizem por aí que as experiências vividas na juventude duram por toda a eternidade, como uma chama viva em nossas memórias. Mas... E se sua adolescência se resumisse a uma guerra? Towards the Sun conta a história de seis jovens que, ao verem seu colé...