18.

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- Com cada tijolo, vai cada segundo que a gente perdeu nessa vida, Ju. As coisas vão melhorar.

- Oremos.

Luca roubou um trago do cigarro de Julia. Léo e Nanda chegaram logo depois.

- Vocês são dois ridículos mesmo. - disse Léo, dando risada.

- Por quê? - os dois perguntaram, quase juntos. Léo tirou as mãos dos bolsos do casaco e bateu na própria cara antes de falar.

- Vocês se conheceram aqui! E nem tiveram o desprazer de trabalhar nesse inferno. A troco de quê estão venerando a demolição?

- Porque eu to bêbado, Léo, do que importa! - gritou Luca, enquanto Julia riu e pegou o cigarro de volta da mão dele.

- Vocês já estão bêbados? São 8 da manhã!

- Não, nós ainda estamos bêbados! Eu achei que ia ser divertido beber tequila direto do umbigo da Julia pra comemorar 2 meses juntos, e olha pra gente agora!

- Aaaah, Luca! My eyes! - ele tampou os olhos gritando de brincadeira.

- E eu tenho um bom motivo pra odiar esse lugar, com licença. - Julia disse levantou a mão.

- Sim, ela tem um bom motivo pra odiar esse lugar, com licença.

Nanda e Léo riram dos dois, e deram de ombros.

- O senhor trate de devolver minha mais nova roommate pra casa inteira, tá? Se ela for passar mal, que seja na sua casa.

- Relaxa, Nanda. - Julia assoprou a fumaça do cigarro na cara de amiga. - Eu estou bebendo de maneira responsável. Se eu passar mal, é culpa do Celsius. O último golpe desse lugar do demonho.

- É mais fácil culpar um prédio por todos os problemas deles do que entendê-los, deixa os dois malucos. - Léo riu, ajustando os óculos no rosto. - Ó, a gente tá indo na padaria ali da rua de baixo, vocês encontram a gente lá?

- Siiiim! - disseram os dois ao mesmo tempo, com um sorriso enorme no rosto, zombando dos amigos.

Luca e Julia continuaram rindo, e ele tirou duas cervejas de dentro da mochila encostada na parede ao lado deles. Abriu as duas e entregou uma para Julia, que apagava o cigarro no chão. Enquanto isso, o Celsius era reduzido a pedaços.

- Onde a gente vai marcar tudo na nossa vida quando tem preguiça de pensar, baby?

- Cara, literalmente qualquer outro lugar. Nunca entendi porque você não saía daí, mesmo odiando.

- Já te disse, do lado de casa. Nada ganha da preguiça, absolutamente nada.

- Mas que bicho-preguiça você. - ela apertou a bochecha de Luca.

- Sou mesmo, LOUD AND PROUD! - ele jogou os braços para o alto e uivou.

Os dois continuaram abraçados, encostados no muro, e tomando cerveja, enquanto o barulho da demolição tomava a rua. Julia suspirou, e olhou pra ele.

- Você acha que o Léo tem razão, que nós estamos culpando um prédio por todos os nossos problemas, ao invés de admitir que o problema é nosso?

-Talvez esteja, mas sabe de uma coisa?

- O que?

Ele beijou Julia, e ela se deixou soltar no abraço dele, mesmo que com só um braço, ainda maravilhoso.

- Fodam-se todos eles.

How To Fight LonelinessOnde histórias criam vida. Descubra agora