Sarah
Levantei na manhã de sábado, sentindo-me bem melhor. Era a primeira vez em um mês que dormi bem. Sem pesadelos ou sonhos. Sem sequer pensar no homem que um dia chamei de pai.
Tomei um banho na suíte e vesti uma das peças que Joan pegou para mim, depois desci para o primeiro andar. A cobertura de Theodore era elegante, mas ao mesmo tempo fria demais. Parecia até a galeria onde eu trabalhava. Faltava ali um toque de lar, algo que por certo Joan faria questão de imprimir com seu jeito doce e alegre.
Foi justamente sua voz que ouvi, conforme seguia até a cozinha. Achei que falava com Theodore, mas estava enganada.
- Sim, pela décima vez, ela está bem. Não se preocupe, Maxwell - fiquei parada no meio do caminho quando escutei aquele nome. - Olha, por que não passa aqui e fala com ela? - meu coração batia acelerado.
- Tudo bem, eu entendo. Não irei forçar nada. Sempre que quiser será bem vindo - encostei a cabeça contra a parede.
Pronto. Ele não viria. Era melhor assim. Não estava pronta para encará-lo ainda.
- Ok, meu filho. Qualquer coisa eu aviso. Tenha um bom dia - respirei fundo e resolvi entrar na cozinha. Joan estava terminando de preparar uma bandeja de café da manhã. Sorri com seu carinho.
- Bom dia, Jojo - cumprimentei, ela levantou a cabeça e sorriu quando me viu.
- Bom dia, querida. Ia levar seu café na cama - explicou.
- Não precisava, Joan, mas agradeço - ela assentiu sem parar de sorrir.
- Bom, já que está aqui, por favor, sente-se - indicou a cadeira que ficava em frente ao balcão, no meio da cozinha.
- Vai sentar comigo? - pleiteei. Em todos os anos que trabalhou em minha casa, Joan sempre se negou em sentar à mesa. Agora ela não tinha desculpas.
- Claro, vamos tomar café da manhã juntas - pegou as xicaras e o que tinha na bandeja e espalhou pela balcão. Sentou ao meu lado e começamos a comer.
- Estava conversando com Maxwell à pouco - comentou naturalmente.
Tentei não me abalar pelo rumo que essa conversa podia levar. Geralmente, eu conseguia ignorar o assunto com Simon ou Clarisse, mas com Joan era mais difícil.
- E como ele está? - perguntei, terminando de comer meu ovo mexido.
- Bem, acabou de conseguir um estágio em uma investidora importante. Está muito empolgado com a oportunidade - sorri.
- Ele merece - sussurrei. Joan segurou minha mão.
- Posso fazer uma pergunta? - assenti. - Você gosta do meu sobrinho, Sarah? - mantive a calma.
- Claro que sim, Joan. Sei que estranhou o fato dele sair do trabalho daquele jeito, mas foi o melhor para ele - ela balançou a cabeça.
- Não precisa explicar isso. Sei porque ele saiu do trabalho...
- Sabe? - questionei antes que continuasse. Como era idiota! Claro que Maxwell contou para a tia o que tinha acontecido.
- Eu sei, mas acho que você não faz ideia, não é?
- Sei sim, Joan. Eu fui rude com ele, mandei que fosse embora e ele acatou. Alias, acho que levou tempo demais para isso acontecer. Ele estava certo. Sempre esteve - confessei, lembrando claramente tudo o que ele havia dito.
- Não foi por isso que ele foi embora - Joan respondeu, surpreendendo-me.
- Como assim?
- Você o ama, Sarah? - perguntou, mudando de assunto.
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Detalhes
RomantikSarah Kenneth, nunca soube o que é lutar por algo. Com uma vida cheia de luxos e riquezas, ela está acostumada a dividir a maior parte de seu tempo livre entre baladas, compras e homens, onde o prazer carnal se tornou uma saída para todos seus probl...