Capítulo 15 - Susto

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Maxwell

Passei correndo pelas portas do hospital e avistei Simon no corredor me esperando. Assim que recebi a ligação sobre Sarah, o avisei.

- Alguma noticia? - perguntei preocupado.

- O médico explicou que ela passou mal e que como estava muito agitada quando chegou ao hospital, foi sedada. Agora está dormindo - fiquei tenso.

- Sedada? Como assim? Explicou para eles a situação dela? Os remédios que já tomou? Esse sedativo vai fazer mal? - disparei de uma vez.

- Calma, Maxwell - disse apertando meu ombro. - Verifiquei os medicamentos e está tudo sob controle, confie em mim - assenti ainda me sentindo perdido.

- Se aquele filho da puta disse ou fez alguma coisa contra ela, eu o mato, Simon! Mato! - esbravejei, o ódio estava me corroendo. Queria entender porque Sarah havia ido atrás dele sem me avisar. Por que não falou comigo antes?

- Hey, olha para mim - pediu. - Não sabemos ao certo o que aconteceu, mas Sarah precisa mais do que nunca de você. Entendeu? Não pode chegar naquele quarto exigindo saber o que aconteceu, precisa ter calma e cuidado com ela - respirei fundo. Simon tinha razão, não podia perder a cabeça. Minha pequena não precisava de mais estresse.

- Está certo - concordei, procurando relaxar. Não era hora de pensar no desgraçado do Steven Kenneth, minha prioridade era Sarah. - Onde ela está?

- No terceiro quarto à esquerda - explicou, indicando o corredor. Olhei para ele.

- Vai ficar aqui? Talvez Sarah precise de você - questionei interessado. Em todas as crises era sempre ele que ela chamava e queria ao seu lado.

- Não, acho que ela tem tudo o que precisa. Se precisar é só ligar - Simon sorriu e se afastou, indo embora. No fundo aquilo me deixava feliz, seria somente Sarah e eu. Era minha chance de mostrar a ela que ficaria sempre ao seu lado, em todos os momentos.

**

Entrei no quarto e tive aquela sensação desagradável de déjà vu. Era inevitável, depois de tantas visitas ao hospital. Aproximei da cama e contemplei seu sono sereno. Sarah parecia mais pálida do que o normal. Odiava vê-la assim, tão frágil. Peguei uma cadeira no canto e me sentei ao seu lado, segurando sua mão. Meu peito comprimiu de aflição ao sentir sua pele tão gelada.

Maldito, Steven Kenneth!

Esperava que apodrecesse na cadeia. Estava certo em suspeitar de suas viagens e do fato de ter poucos empregados. Não queria chamar atenção. Pensar que deixei Sarah com aquele cachorro por tanto tempo. Nunca iria me perdoar por isso, mesmo minha pequena insistindo que foi o melhor. Sorri, beijando sua mão. Ela sempre tinha uma resposta para tudo.

Meu telefone vibrou no bolso da calça. Era minha tia de novo. Desde que sai do trabalho estava me ligando. Não podia mais ignorá-la. Levantei com cuidado e saí do quarto rapidamente, atendendo o telefone no caminho.

- Oi, tia...

- Maxwell, diga que Sarah está com você - disparou de uma só vez. Achei que o melhor era não ser totalmente sincero. Depois, quando saíssemos do hospital conversaria com ela e Theodore.

- Calma, tia. Ela está sim, desculpa não avisarmos. Fui pegá-la no trabalho e emendamos um cinema com jantar - inventei uma desculpa qualquer.

- Desnaturados! Estou há horas tentando falar com vocês! Por que não me atenderam?

- Desligamos o celular por causa do filme, só agora lembrei de ligar o meu. Sinto muito, tia - ouvi a voz de Theodore no fundo e minha tia suspirar.

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