Casa nova

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-Maria, Maria, AMOR! -exclamou Armando quase gritando.

-An, oi?-Disse Maria -Desculpa amor, meus pensamentos estavam um pouco longe.

-Percebi, estou te chamando há horas, pensou demais hein haha, o que você decidir eu aceito, sei que não gosta daquela casa, pois sua avó lhe maltratava. - Disse ele, pois sua esposa lhe contou que apanhava muito, mas Armando não imaginava o verdadeiro motivo dela.

- Bom, se ficarmos aqui, passaremos necessidades, pois isso afetará toda nossa vida e principalmente a de nossa filha, preciso pensar nela em primeiro lugar. Infelizmente, lá é o melhor lugar para ficarmos, pelo menos por enquanto, pois por lá temos uma casa e emprego para nós dois, sem contar que tem alguns conhecidos, eles não moram tão perto, mas tem como nossa filha fazer amigos.

Armando não disse mais nada, apenas assentiu com a cabeça, eles tinham que se mudar o mais rápido possível, para se adaptarem à região.
Clara era bem inteligente e já sabia ler e escrever, ela ainda não havia ido à escola e quando se mudassem para a nova casa seus pais iriam matriculá-la, por isso a menina esperava ansiosa.

(Pessoal, a partir de agora a história será narrada pela Clara, ok, obrigado)

Duas semanas depois ...

Papai e mamãe decidiram que iríamos morar na casa que era da vovó, porque o papai não podia mais andar(coitado). Hoje é o dia de viajar, o caminhão de mudanças já estava indo e nós iríamos depois, primeiro teríamos que nos despedir dos amigos(só os amigos deles porque eu não tenho nenhum), não sei o motivo, mas nem faz falta, prefiro brincar sozinha...

-Clara!-gritou a mamãe da cozinha. -Vem, vamos nos atrasar, ainda vou passar no hospital.

-To indo mamãe. -fui correndo pra cozinha.

Após comermos um pedaço de bolo(o papai comeu três haha) fomos para o hospital, a mamãe que dirigiu, pois o papai não podia mais, já que agora era cadeirante. Nos despedimos, todos apertaram minhas bochechas(que ódio) e eu ganhei presentinhos.
Entramos no carro e iniciamos a viagem, ah, esqueci de falar, a minha babá Elaine não ia mais cuidar de mim( que peninha, ela era muito legal, mas eu já sou mocinha, não preciso de babá).
No caminho ouvi a mamãe falar que a cidade ficava fora do mapa, (estranho, pensei), mas deve ser muito divertido lá.
Eu estava dormindo no banco de trás, quando acordei com barulhos, ao abrir meus olhos estávamos em um lugar lindo, as ruas eram ladrilhadas e as casas eram todas lindas, já era noite, um pouco mais adiante as ruas eram todas desertas, nenhuma casinha ( será que nossa casa era pra lá? Que medo). Passamos por uma cabana e eu me arrepiei,começamos a diminuir a velocidade, foi quando avistei um menino em cima de uma árvore.

- Mamãe, por que aquele menino está em cima da árvore? - Perguntei quebrando o silêncio

-Que menino??? - Papai e mamãe disseram juntos enquanto mamãe freou o carro.

- Aquele ali -Apontei para a árvore, ele ainda estava lá.

- Não tem nada naquela árvore, filha, você deve estar cansada da viagem, já estamos chegando. - Disse a mamãe dando início novamente à viagem, enquanto o papai olhava para a árvore com medo

É claro que tinha, eu não sou louca e muito menos mentirosa, olhei pra trás, o menino ainda estava lá, e me deu até um tchauzinho. Tomara que ele seja legal, quem sabe ele não vira meu amigo.
Finalmente chegamos, a casa era bem mais bonita que as outras, fico me perguntando por que viemos só agora, que desperdício. Entramos, era bem maior por dentro, fomos diretamente dormir nos nossos colchonetes, já estava tarde.

No dia seguinte, quando acordei, a casa já estava toda arrumada e nossos móveis colocados, acho que dormi demais, fui direto almoçar, papai e mamãe estavam felizes. Comi rápido, não via a hora de ver aquele menino de novo, queria muito que ele fosse meu amigo.

- Papai, já comi, posso brincar lá fora?

-Claro, quem sabe mais tarde a gente não vai lá conhecer aquela cabana?

-NÃO! -gritou a mamãe batendo na mesa

Fiquei com muito medo e ela me fez jurar que nunca iria entrar na tal cabana. Quando saí lá fora escutei o papai questionando a mamãe, mas ela não queria falar sobre isso. Bom, passei por perto da cabana mas não entrei, cheguei na árvore e o menino estava lá, mas dessa vez ele estava em pé me olhando, como se já me esperasse, fiquei longe, o observando, ele era bonito, tinha cabelos loiros, pele pálida, era um pouco maior que eu e o que chamava mais atenção era seus olhos amarelos.

- Oi, eu sou o Fred, quem é você? - Disse ele, ele era um pouco medonho.

-O..OI!! - estava tão nervosa que gritei e gaguejei, ele riu de mim.

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Fiz esse capítulo maior, agora sim a história começa u.u. Pessoal eu quero pedir que os leitores fantasmas apareçam e ajudem curtindo e comentando, isso me ajuda muito.

Fred, o Amigo ImaginárioOnde histórias criam vida. Descubra agora