Galera, primeiramente quero agradecer aos 30k de visualizações, muito obrigado mesmo. Amo vcs, continuem ligados na história, vem muita coisa por aí.
Continuação...
Parecia escolher algo, mamãe disse que não precisava, mas a idosa insistiu, e para minha surpresa tirou do saco uma caixinha de música, estava nova, talvez ela tivesse roubado, pois que tipo de morador de rua carrega isso? Bom, pode ser que eu esteja errada.
- Só abra quando chegar em casa. - disse me entregando a caixinha e nos deu as costas rindo.
Mamãe continuou a dirigir, de longe escutei-a cantar " Tome cuidado pequenina, é o seu pior pesadelo". Engraçado, é a mesma a canção que eu ouvi quando fiquei paralisada durante a madrugada.
- Se quiser jogar pela janela pode jogar. - mamãe disse referindo- se à caixinha.
- Não, mamãe. Vou esperar chegar em casa pra ver o que tem dentro.
- E por que não abre agora?
- Quero ficar curiosa, pra descobrir depois.
Chegamos em casa, o sol já estava se pondo, fui correndo até o portão, após mamãe guardar o carro, abriu a porta e me joguei no sofá. Com muito cuidado tentei abrir a pequena caixa, parecia estar colada com cola quente, dava para ver as beradinhas cheias de cola.
Mamãe achou muito estranho, e tivemos a certeza de que aquela velhinha achou isso em algum lugar por aí, provavelmente ela nem tentou abrir, por isso me deu.
Mamãe passou uma faca, depois de eu insistir muito, afinal já estou até me coçando para ver o conteúdo da caixinha.Finalmente ela conseguiu, reparei que tinha algo parecido com uma chave, mamãe disse que era pra dar corda, já que era uma caixinha de música, mamãe deu corda e a caixinha abriu sozinha, nela havia uma bailarina com a aparência estranha: olhos grandes, metade da cabeça quebrada e vestido preto apertado; ela rodopiava sem parar, me deu muito medo, afinal aquela voz cantava sobre uma bailarina, resolvi contar tudo para mamãe, que como sempre achou que eu estava sendo dramática e que precisava de um psicólogo ou psiquiatra, deixei quieto e levei a caixinha pro meu quarto, quem sabe não é uma pista do paradeiro de Fred.
Após o jantar fui pro meu quarto, tive a impressão de ter deixado a caixa de música fechada, mas quando voltei estava aberta, não deveria sentir medo, deveria?
Devo ser corajosa se eu quiser ver Fred de novo e descobrir se ele é um demônio!Sentei-me no chão e dei corda na caixa. A bailarina começou girar, na tampa da caixa tinha algo gravado, liguei minha lanterna nela e fiquei surpresa.
" Elizabeth Barros Cavalcante"
Esse nome... mas é claro! Era o nome da mãe de Fred que estava gravado na sepultura, mas por que isso veio parar comigo? O que eu tenho a ver com isso tudo?
Preferi não pensar em nada, pelo visto estou sozinha, ninguém acredita em mim, mais que droga! É melhor eu dormir, deixei a caixa no chão mesmo, estava com muito sono...Madrugada, 1:45 AM
" A bailarina dança sobre a caixinha de música
Rodopia sem parar
Ela nunca fica tonta
E não para de girar...Acordei com alguém cantando, novamente aquela voz, mas dessa vez meus olhos já estão abertos. O quarto está escuro, e a única coisa que o ilumina é a luz do luar, atravessando a janela, dessa vez não estou paralisada, ao contrário, estou tão nervosa que posso ouvir as batidas aceleradas do meu coração.
Sentei -me na cama e olhei em volta, talvez a canção foi apenas "coisa da minha cabeça". De repente escutei alguns estralos, era a chave da caixinha de música, estava girando sozinha, como se algo invisível estivesse dando corda, a música suave invadiu meu quarto, era a música da caixinha, e acompanhando-a aquela voz começou cantar:"Mas não é tão doce a bailarina,
Ela é fria como gelo
Tome muito cuidado pequenina
É o seu pior pesadelo. "Meu Deus! O que está acontecendo? POR QUÊ COMIGO!?
Tapei os ouvidos com minhas pequenas mãos, a música da caixinha parou e ela se fechou, mas a voz continuava:
" Você não é tão forte,
Pra lutar com a bailarina.
Seu remédio é a morte!
Com doses de tortura, ó menina."-Pare, por favor!!! - gritei, minhas lágrimas já escorriam pelo rosto
Tudo ficou em silêncio, mas em questão de segundos um rosto apareceu em minha frente, rápido, durou cerca de três segundos, mas era impossível não lembrar, era o rosto da mãe de Fred, pude ver rapidamente o enorme corte de orelha à orelha que envolve sua boca.
Sumiu, simplesmente. E escutei-a se lamentando, sua voz soou longe, como se estivesse em outro mundo:-Me ajude, por favor! - dizia aos prantos. - Ele não queria ser assim, foi culpa do homem mau!
-Vá embora! Me deixe em paz! - gritei ainda com as mãos nos ouvidos
Mamãe entrou correndo em meu quarto.
- O que aconteceu? Escutei você gritar lá do meu quarto.
- Eles querem me pegar, mamãe! Não deixe, mamãe! - eu disse em desespero
Mamãe me levou para dormir em seu quarto, sempre dizendo palavras do tipo "Foi só um sonho" ou "Está tudo bem", mesmo sabendo que não era verdade, aquilo me deixou mais calma e eu me senti mais protegida. Demorei um pouco para dormir, mamãe estava preocupada e chorou em silêncio, tenho certeza que ela acha que enlouqueci.
Acordei bem cedo ainda me lembrando da noite anterior, antes de abrir os olhos, coloquei meu braço do lado direito da cama de casal,para sentir se mamãe estava do meu lado, ufa, ela estava! Abracei-a e voltei a dormir.
Mais tarde acordamos juntas, insisti para que mamãe queimasse aquela caixa de música, hoje tomei uma decisão, vou desistir de procurar Fred, quero esquecer de tudo! Quero ser uma criança normal!
Mamãe levou a caixinha para o quintal dos fundos e acendeu o esqueiro, fiz questão de presenciar aquela cena, para me certificar de que aquela caixa de música iria ser totalmente destruída.
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Fred, o Amigo Imaginário
ParanormalApós um acidente de carro, o marido de Maria fica paralítico, para não passar necessidades os dois resolvem voltar à terra natal de Maria, onde sua filha arruma uma espécie de amigo imaginário, a partir daí, coisas estranhas passam a acontecer...