Chamar um padre?!

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Olhei para Fred, que estava com um grande sorriso no rosto, parecia muito orgulhoso de mim.

- E agora, Fred?! Sandra vai descobrir! Eu estou suja e o pássaro está aqui. - eu disse preocupada, mas feliz por ter ajudado o pobre pássaro.

- Não se preocupe, vamos enterrá-lo. - disse Fred começando a cavar um pequeno buraco.

Eu concordei e coloquei o pássaro lá dentro, depois Fred o cobriu com terra, era impossível alguém perceber.

Sequei minhas mãos no lado de dentro do meu vestido, assim minha babá nunca veria. Fred e eu entramos em casa, eu estava nervosa.
Olhei rapidamente para Sandra, ela estava me observando atentamente, passei o mais rápido possível com a cabeça baixa.

- Clara, espere! - ela gritou enquanto eu passava pela sala, droga!

- Que foi? - respondi fazendo cara de inocente, mas o nervosismo era notável.

- Você está estranha, aconteceu alguma coisa? - ela disse se aproximando

- Não, claro que não! - eu disse com o tom de voz um pouco alto.

Nesse momento Fred ligou a televisão, deixando Sandra assustada.

- Meu Deus! A TV ligou sozinha! - ela disse fazendo o sinal da cruz.

- É normal... ela está...quebrada. - eu disse disfarçando

- Não, não é normal, pois eu acabei de tirar a tomada para limpar a casa. - nesse momento eu também me assustei, como Fred conseguiu ligar a televisão sem tomada? - Lembra que eu disse que nessa casa existem demônios? A cada dia eu tenho mais certeza. Quando sua mãe chegar vou falar com ela e pedir permissão para chamar um padre.

Eu apenas assenti com a cabeça e fui para o meu quarto, Fred me seguiu e assim que fechei a porta ele começou a falar sem parar.

- Você não pode deixar ela chamar um padre, Clara! De jeito algum! Temos que impedir que ela faça isso! - ele disse andando de um lado para outro.

- Por quê? Os padres são do bem. Você não precisa ter medo, você é um anjo mesmo. - eu disse me sentando na cama. - E como você disse, você já morreu, é bom que rezem por você.

- Não é isso, é que... Ele vai descobrir que você matou o pássaro! Se ele descobrir você vai ser presa. - Fred disse sério, e não parecia estar mentindo. Eu não quero ser presa!

- E agora, Fred? - perguntei desesperada

- Calma, vai ficar tudo bem, anjo. - ele disse acariciando meus cabelos e dando uma risada abafada, as vezes eu não o entendo, até agora ele estava super preocupado e do nada fica feliz.

Aos poucos fui me deitando e Fred continuou a alisar meus cabelos, minhas pálpebras foram se fechando e acabei pegando no sono.

Sandra ( narração especial)

Clara estava estranha, já faz um bom tempo que ela entrou no quarto. Fui até lá ver o que fazia. Para minha surpresa aquela anjinha estava dormindo, me aproximei para beijar sua testa e estranhei algo em seu vestido, puxei para ver e a parte de dentro estava suja com bastante sangue, mas o sangue não era dela, pois não estava machucada.

De repente surgiu um vento gelado e houve um estrondo no lado de fora, Clara continuou dormindo, fechei a porta de seu quarto e fui verificar de onde veio o barulho.
Pareciam batidas de madeira, uma atrás da outra, o barulho estava vindo do sótão, nesse momento o medo já tomava conta de mim, desde que cheguei nesta casa sinto que há algo errado por aqui, meu avô já contou coisas sinistras sobre a antiga moradora e sobre a cabana aqui perto, não sei porque aceitei esse trabalho!

Eu nunca entrei no sótão, mas os barulhos continuaram e minha curiosidade venceu o medo. Subi as escadas e acendi a lanterna do meu celular, encontrei uma janela e abri, fazendo com que a luz do sol invadisse o local, havia muitas coisas, desde brinquedos velhos à móveis e outras bugigangas, mas o que me chamou atenção foi um menino loiro que estava agachado no chão com o rosto sobre os joelhos, ele estava com um pedaço de madeira em cada mão, batendo um no outro, mesmo tremendo de medo fui me aproximando.

- O...oi, menino...?! O que faz aqui? - eu disse me abaixando para ver seu rosto de perto. Ele era pálido e tinha olhos amarelados, o que me deixou com mais medo ainda.

- Oi, Sandra! - ele disse com uma voz completamente rouca e um sorriso diabólico no rosto, parando de bater as madeiras.

- Co...como você sabe o meu nome?!!! - perguntei assustada, meus olhos já estavam cheios de lágrimas.

O menino levantou-se e me empurrou, como eu já estava abaixada, caí sentada no chão.
Eu estava em estado de choque, e em um movimento rápido ele pegou um dos pedaços de madeira, onde havia um prego pontiagudo e bateu com ela em minha cabeça. Eu me arrastei até a escada e acabei rolando até o chão.

O garoto veio até mim como uma sombra, ele continuava com aquele pedaço de madeira na mão.

- Por favor, não faça isso, eu nunca te fiz nada! - eu estava chorando desesperadamente. Segurei firmemente meu colar em formato de crucifixo e rezei em pensamento "Meu Deus, me proteja por favor".

Ele simplesmente começou a rir e se preparou para me acertar novamente, tentei me levantar e fugir, mas foi em vão, não tive tempo. Foram um, dois, três e mais golpes um atrás do outro, minha cabeça sangrava muito. É o meu fim, tudo começou a ficar escuro...

Fim da narração

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Oi gente, sim eu estou de volta, faz alguns dias que cheguei, mas só tive tempo de escrever hoje. Queria ter feito especial de 2k e 3k, mas infelizmente não consegui.
Bom, é isso, espero que continuem acompanhando a história. Será que a babá vai morrer? Hahaha

Fred, o Amigo ImaginárioOnde histórias criam vida. Descubra agora