- Para de chorar, anjo. - Fred disse sentando-se na cama
- Falar é fácil, sabia?- falei já sem paciência, me virando de barriga para baixo.
- Preste atenção no que você fala, eu só quero te ajudar! - ele disse com a voz um pouco rouca.
- Tem razão, me desculpe. - falei me sentando na cama para encará-lo - Fred, por que papai morreu?
- Ele não iria voltar a amar sua mãe, ele preferiu morrer. - Fred disse isso friamente, com um sorriso de lado no rosto, fazendo com que eu chorasse ainda mais.
Fred deitou-se em minha cama e eu me deitei ao seu lado, ficamos abraçados e adormecemos, mas por pouco tempo, pois acordei gritando, tive um pesadelo horrível, nele Fred enforcava papai.
- Foi só um pesadelo, filha. - Mamãe disse entrando no quarto, eu apenas me virei de costas para ela, não sei porque mas eu estava com raiva e a única pessoa que eu queria por perto era Fred.
Quando mamãe saiu do quarto, Fred levantou-se.- Vamos brincar? Quem sabe isso não te anima? Você não deve ficar chorando por um traidor como Armando. - ele disse olhando pela janela.
Assenti com a cabeça, ele tinha razão, eu não devo ficar chorando pelo papai, ele é um traidor, quer dizer, era, pois ele já morreu.
Enfim, Fred pediu para que eu pegasse minha bola de basquete. Quando passamos pela cozinha mamãe estava chorando, ela me olhou desconfiada e limpou as lágrimas.- Para onde você está indo, filha? - mamãe perguntou me encarando
- Fred me chamou para brincar, ele não quer me ver triste. - falei e saí andando.
- Às vezes esse Fred me assusta. - ouvi ela dizer baixinho quando eu já estava lá fora
Fred me disse para que brincássemos atrás da minha casa, ele disse que queria me mostrar uma coisa. Chegando lá começamos a jogar a bola um para o outro, eu já não aguentava mais, queria saber logo o que Fred iria me mostrar.
- Fred, o que você queria me mostrar mesmo? - perguntei parando a bola em minhas mãos.
- Ah, é mesmo, quase me esqueci - ele disse tomando a bola de mim - Preste atenção, pequena, e não conte isso à ninguém - ele disse piscando um olho
Eu concordei. De repente Fred ergueu a bola na altura de sua cabeça e a fez flutuar e girar, foi incrível, o mais impressionante foi que, do nada surgiu um chapéu em sua cabeça, e no chapéu tinha o desenho de um boi, que era muito feio por sinal.
- Olha! - gritei apontando para o chapéu
- Ah, ganhei esse chapéu há muito tempo, eu quem fiz esse desenho, gosto de chamar esse boi de Belzebu. - ele disse parando a bola no ar.
Nesse momento percebi que mamãe estava nos observando de longe, ela estava pálida. Fred desapareceu largando a bola no chão, enquanto mamãe corria em minha direção.
- Ai meu Deus, filha! - ela gritou me abraçado. - O que era aquilo?
- Aquilo o quê? - perguntei me lembrando que Fred me pediu segredo.
- Aquela sombra em formato de um garoto usando chapéu. E aquela bola flutuando, meu Deus! - ela disse tremendo
- Não mamãe, eu estava brincando sozinha. - menti
- Clara, eu não estou louca!- ela gritou balançando meus braços, fazendo com que eu chorasse e corresse para dentro de casa.
Eu corri para o meu quarto e me deitei em minha cama. Mamãe viu Fred, mas como? Só eu posso enxergá- lo, só eu sou especial!
Senti uma mão gelada em minhas costas e a porta do meu quarto bateu, trancando-se sozinha. Quando me virei vi um par de olhos amarelos.- Nossa, que susto, Fred!
- Droga! Aquela intrometida da Maria não tinha nada que ter nos espiado! - ele gritou
- Eu pensei que só eu pudesse te ver. A mamãe também é especial?
- É claro que não, mas ela é tão curiosa que ficou nos vigiando!
- Mas como ela te viu? - perguntei com medo.
- Ela viu só a minha sombra, e só conseguiu ver por causa da energia que estava entre eu, você e a bola. - não entendi o que ele quis dizer, mas resolvi não perguntar nada.
Abri a porta e mamãe já me esperava do outro lado, ela me abraçou e pediu desculpas, dizendo que foi culpa do calmante que ela havia tomado, eu apenas concordei e me sentei no sofá da sala, ligando a televisão.
Mamãe foi preparar um lanche, enquanto eu e Fred ficamos assistindo Scooby Doo, mas de repente, o desenho foi interrompido pelo jornal, (que droga!) No jornal passou uma notícia estranha, estava passando o caminhão que quase batemos de manhã, resolvi não contar para a mamãe, ela já estava muito nervosa. Eu e Fred ficamos rindo do que os especialistas falaram sobre o caso, eles disseram que não tinha uma explicação científica, e que provavelmente foi um ser de outro mundo que deixou aquela marca. Até parece que Fred é de outro mundo, ele é só um menino comum, eu acho, mas eu não entendo, ele nunca fala sobre sua vida e está sempre comigo, será que ele não tem família? Ou será que ele é um anjo?.************************************
Desculpem por não ter postado antes, eu tentei eu juro.
Sei que esse capítulo e o anterior não ficaram muito bons, vou tentar melhorar, críticas construtivas são bem vindas. ><
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Fred, o Amigo Imaginário
ParanormalApós um acidente de carro, o marido de Maria fica paralítico, para não passar necessidades os dois resolvem voltar à terra natal de Maria, onde sua filha arruma uma espécie de amigo imaginário, a partir daí, coisas estranhas passam a acontecer...