Traição?

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No dia seguinte, mamãe me acordou cedo para me matricular na escola (ebaa). Quando me levantei, Fred não estava mais lá, deve ter ido dar uma volta pela casa, após escovar meus dentes e tomar banho, fui tomar café da manhã. Fomos para o carro e quando entramos encontrei Fred lá dentro(como ele pode ser tão rápido?).
Fomos todos calados, chegando lá, entramos e conversamos com uma velha gorda e de óculos, a diretora, ela disse que eu já poderia começar segunda-feira (hoje era sexta), não vejo a hora de ir pra escola.

Quando chegamos em casa fui para o jardim com o Fred.

- Vamos brincar de pega pega? - eu disse

- Tá... pêgo, tá com você - disse ele me empurrando, e eu caí sentada no chão.

-Aiii, não gostei dessa brincadeira! - eu disse, as vezes ele me empurrava, mas já estou me acostumando.

- Vem, quero te mostrar uma coisa. - ele disse me puxando para fora.

Fred estava me levando pra cabana, e como mamãe me proibiu de entrar lá, mesmo que eu quisesse muito, não entrei.

- Eu não posso entrar aí, Fred! -gritei puxando ele para trás.

- Não me puxe sua vadia! - Fred gritou e eu comecei a chorar de medo. - Me desculpe anjo, eu não quis dizer isso, é que você é muito inocente, tem muitas coisas que você precisa saber.

Assenti com a cabeça e corri para dentro de casa, Fred não apareceu mais esse dia, mas no dia seguinte de manhã, mamãe saiu para procurar emprego e papai ficou cuidando de mim. Eu estava deitada na cama, ainda sonolenta, e papai mexia no celular com um leve sorriso no rosto, quando de repente bateram bem forte na porta, nós dois nos assustamos, e quando papai abriu a porta era Fred, ele entrou e papai não o viu, é claro.
Eu não disse nada, continuei deitada como se nada tivesse acontecido e nem olhei para Fred, enquanto papai voltou a mexer no celular um pouco amedrontado e confuso.
Fred estava estranho, ele ficou lendo tudo o que papai escrevia, estava gargalhando e repetindo a frase "sinto cheiro de traição".
Papai foi tomar banho e deixou o celular em cima do sofá, enquanto isso Fred me encarava satisfeito, finalmente eu resolvi perguntar do que Fred estava falando.

-, resolveu falar comigo de novo, Clarinha? - ele disse com uma voz rouca.

- Desculpe, Fred, eu sei que você só quer o meu bem. - falei dando um sorriso de lado - vai me contar ou não sobre o que você leu?

- Acho que seu papai não ama mais sua mãezinha, hahaha, mas não se preocupe, vamos dar um jeito nele - disse Fred caminhando pelo meu quarto

- An, como assim? - eu disse sem entender nada

- Armando é um filho da puta! - disse ele, já sem paciência, e depois foi embora pulando a janela do meu quarto.

Papai saiu do banheiro alguns instantes depois.

- Você estava falando com seu amiguinho, querida? - disse papai se ajeitando na cadeira de rodas.

- Sim. Ele me disse uma coisa estranha, disse que você é um filho da puta - resolvi falar, quem sabe ele me dizia o que significava isso.

Mas a única coisa que eu senti foi uma queimação na bochecha, papai havia me dado um tapa na cara. Ele saiu para o jardim bravo, mas não tanto quanto eu estava, o ódio subiu meu sangue, senti algo que eu nunca havia sentido, e então, quando me dei conta já estava aos soluços, por que ele me bateu?
Mamãe chegou andando rápido até o meu quarto, com certeza papai já havia contado tudo.

- POR QUE VOCÊ OFENDEU SEU PAI, CLARA??!! - ela entrou já gritando

- Mas eu nem sei o que é isso, mamãe, foi o Fred que disse. - falei calma, tentando não chorar mais do que já havia chorado. - Mamãe, o papai me bateu no rosto.

- Pare de fazer as coisas e culpar esse Fred que nem sequer existe! - disse ela pegando um cinto que estava pendurado em um prego na parede

Mamãe me bateu no bumbum, braços e coxas, eu chorei muito, até esse dia eu nunca havia apanhado, e pretendo não repetir a dose. Mas eu não entendo por que apanhei, eu nem sei o que significa aquela palavra, ninguém nessa casa me ama, apenas Fred, tomara que ele machuque o papai bastante. Será que é verdade o que Fred disse? Será que papai não ama mais a mamãe?

Era de madrugada quando resolvi investigar o celular do papai, abri a janela e chamei baixinho " Fred, onde você está? ", ele apareceu rápido me dando um susto, depois que ele entrou fomos nós dois engatinhando até o quarto dos meus pais, eles estavam fazendo uns barulhos estranhos, mas Fred me disse que era coisa de casais.
Fiquei chocada com o que ví quando entramos no quarto deles, estavam os dois pelados, e enquanto mamãe gemia deitada, papai estava em cima dela se movimentando. Olhei para Fred assustada, enquanto isso ele pegou o celular e saímos de lá rapidamente.

Fred, o Amigo ImaginárioOnde histórias criam vida. Descubra agora