Capítulo vinte e quatro

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Gente, recadinho para quem lê "Depois que você chegou": o capítulo novo vai atrasar uns dias, porque eu tive que escolher entre dormir ou escrever no período da meia noite às seis, e dormir acabou ganhando por forças maiores :/ Foi mal.

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Caminhando para a saída do teatro, pensando no que havia acabado de acontecer, escuto alguém chamar meu nome. Quando viro para trás, tomo um susto ao ver Caio, Céu e Lola, juntamente a um dos olheiros que estava na plateia.

- Za - Lola diz meu nome, tranquilamente. - Esse homem quer falar com você.

Eu ri da maneira como ela se expressou. Lola nunca foi de fazer rodeios. E, bem, nem precisava nesse caso. Eu sabia exatamente quem era esse homem. Seu nome é Roberto Bismann, um diretor famosíssimo na cidade, e suas peças sempre são magníficas.

- Senhor Bismann - eu disse. - É um prazer conhece-lo. Sou fã do seu trabalho.

Ele acena com a cabeça, agradecendo, e me dá um aperto (muito forte) de mão.

- Obrigado, querida.

Eu sorri.

- Posso ajudá-lo em alguma coisa?

- Na verdade, sim, você pode - Roberto fala, com um sorriso. - Há um mês pedi para Conrado nomes de alguns alunos que poderiam se sair bem em uma produção teatral de verdade. Algo mais sério. Ele me deu dois nomes e o seu era um deles. Hoje percebi o motivo de o professor ter indicado você, senhorita.

Eu estava sem palavras. Conrado nunca me falou sobre isso. Eu não sabia se deveria demonstrar minha felicidade sorrindo ou saltitando pela sala. Optei por sorrir e agradecer.

- Nossa, muito obrigada!

- Se estiver interessada em algo sério, profissional, me ligue - ele diz, entregando-me seu cartão com um número.

- Sim, com certeza - eu respondi, quase ofegante. - Eu vou ligar.

Roberto se despediu com um sorriso, e no instante em que ele deixou o lugar, Lola chegou do meu lado e começou a gritar, pulando sem parar. Quando percebi, eu estava fazendo o mesmo... Ah, meu caramba, eu sou uma garotinha histérica igualzinha minha amiga.

Eu estava com lágrimas nos olhos, porque conseguir alguma oportunidade no "mundo real" do teatro era minha intenção desde o começo. E eu havia acabado de conseguir. Além disso, meus melhores amigos estavam comigo, me abraçando apertado.

- Desculpe, Za - Lola sussurra no meu ouvido. - Eu deveria ter dado uma chance para você se explicar sobre o casamento.

- Tudo bem - eu respondo, apenas feliz por tê-los de volta.

- Conrado nos visitou há dois dias e explicou tudo. Ele disse como tudo foi culpa dele e que foi ele quem colocou você nessa situação difícil.

Conrado os visitou? Por que ele faria isso, se estava com raiva de mim? Eu estava sentindo uma confusão de emoções. Não sabia o que pensar.

- Sinto muito por tudo - Céu, sempre sensível, parecia estar a ponto de chorar.

- Já falei que está tudo bem - eu disse gentilmente, tocando seu cabelo azul.

- Nós deixamos você sozinha - Caio lamenta, triste. - Amigos deveriam apoiar uns aos outros.

- O importante é que estamos todos juntos novamente - Lola diz e eu concordo.

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Alguns minutos depois, estou parada na porta de saída, esperando por Conrado. Ele está dez minutos atrasado e, se eu aprendi alguma coisa com meu maridinho nesse tempo em que moramos juntos, é que ele é rigorosamente pontual. Com um suspiro, decido adentrar o teatro novamente, apenas para verificar se ele está em seu camarim.

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