Capítulo dezoito

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Resumo rápido de tudo o que aconteceu nessa manhã desde que coloquei os pés para dentro de minha amada instituição de ensino:

- Tropecei em meus próprios pés quando fui entrar na sala de aula (para a qual já estava atrasada);

- Houve um teste surpresa, eu estava completamente despreparada e por isso acredito que deva ser impossível tirar alguma nota acima de seis;

- Na hora do intervalo fiquei em uma fila enorme na lanchonete e quando estava quase chegando minha vez, minha próxima aula começou;

- Kevin me mandou uma mensagem dizendo que estará me esperando na saída da minha sala.

Eu respiro fundo. Quando vou responder a mensagem de meu ex-namorado, para o mandar embora, porque eu já tenho planos, a professora rabugenta me vê com o celular e faz um escândalo, alegando que se eu não deixasse o aparelho em cima de sua mesa ela não daria continuidade ao assunto. Sim, juro que estou na faculdade e não na quinta-série.

Não tive escolha. Por isso, foi impossível escapar de Kevin.

- Essa sua aula foi eterna – ele diz com um sorriso no rosto enquanto me abraça. – Eu mal podia esperar para poder te ver.

Seu toque é bom, familiar. Eu preciso admitir que estava com um pouco de saudade.

- Eu também achei.

Kevin sorri.

- E então, vamos dar uma volta?

Eu franzo o cenho.

- Por que é que você está aqui no meio da semana? Você não tem aula?

- Mais ou menos. Meu semestre já está acabando lá, por isso decidi vir passar algum tempo com você.

- Kevin, você sabe que eu trabalho à tarde.

- Eu sei, meu amor, mas eu vou te esperar, está bem? Talvez à noite nós possamos fazer alguma coisa juntos?

Eu suspiro.

- Sim, claro que podemos – respondo. – Você já tem alguma ideia do que fazer?

- Podemos ir para o apartamento onde eu fico quando venho para a cidade. Meu amigo não estará hoje, então será apenas você e eu – ele me diz com um sorriso no rosto.

Opa... Má ideia.

- Legal – eu minto.

- Aonde você quer almoçar? – Kevin me pergunta.

Droga, eu quase havia esquecido que Conrado iria me buscar em poucos minutos. Devo ligar para Conrado e dizer que algo surgiu e não podemos sair? Ou devo cancelar com Kevin?

- Na verdade, Kev... Eu já tenho planos para o almoço. Mas eu adoraria sair à noite.

Seu rosto se torna triste e eu quase o abraço.

- Eu vou te buscar às oito na sua casa, está bem?

Eu balanço a cabeça, concordando.

- Se cuida – ele diz, se aproximando de mim e me dando um beijo rápido na bochecha antes de ir embora.

Ah... O que é que eu estou fazendo com a minha vida?

707Onde histórias criam vida. Descubra agora