Cap. 4

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Boa leitura!

Eu devia estar acordado a uns 10/15min, ainda me encontrava deitado na cama tentando tirar coragem de algum lugar para conseguir me arrumar, ir buscar a baixinha na casa dela e ir para a escola. Segunda-feira. Terceiro Bimestre.

Resolvi levantar antes que eu me atrasasse!
Mesmo que eu queira faltar, uma força maior, mais conhecida como a minha mãe nervosa e de TPM, estava me obrigando a ir para o Colégio. Fiz minha higiene matinal, ainda só de cueca boxe, tomei um pequeno "banho" de perfume, coloquei uma calça jeans Preta, camiseta social Branca com alguns botões abertos e fui a procura do meu tênis. Ao abrir o guarda roupa percebo a falta de alguma coisa, mas não recordo o que seria. Dou de ombros e desço para tomar meu café, logo depois me dirijo a casa da baixinha.

A baixinha morava na rua de cima da minha casa, então eu sempre passava na casa dela para irmos juntos ao Colégio. Chegando em frente a sua casa toco a campainha, depois de alguns minutos sua mãe me atende com um sorriso.

- Olá, Chris - ela me cumprimenta - Como posso ajudar?

- Oi, tia. A Amy está? - a cumprimentei lhe dando um beijo no rosto.

- Ah, querido. Ela precisou ir mais cedo hoje - respondeu educadamente, as vezes me surpreendo com a gentileza da mãe da baixinha, Amy deve ser adotada. E por que essa criatura não me disse que iria mais cedo? Me deu o trabalho de vir até aqui.

- Obrigado, tia. Até mais - me despeço e vou para a escola.

Chegando lá, de cara encontro a galera perto de uma das árvores do pátio, mas...

- Bom dia, povo. A baixinha não chegou? - perguntei já meio preocupado. Cadê aquela louca? Ela decidiu que hoje era um bom dia para me preocupar?

- Não pode ficar sem vê-la né?! É Amy para cá, é Amy para lá - Lucas perguntou com um sorriso malicioso. Revirei os olhos, pedindo aos céus que eu não apertasse o pescoço daquele ser ruivo.

- Não vai começar, Lucas. O amor da sua vida está na quadra, Chris - Aline disse reprovando o irmão, mas logo entrou na brincadeira. Eu mereço... A tia resolveu colocar duas pestes de uma única vez no mundo.

Passei pelo pátio que estranhamente estava cheio, deve ser porque hoje é o primeiro dia depois das férias e todo mundo tem novidades para contar, além de pensarem "se não entrei na sala, as férias ainda não acabaram". Passei pelo corredor que dava na secretaria e no refeitório, já avistando a grande quadra que era cercada por uma grade alta.

Fui andando enquanto procurava por alguma coisa pequena e preta, alguns meninos jogavam basquete e alguns outros alunos e alunas estavam na arquibancada assistindo ou apenas conversando mesmo. Depois de um tempo a vejo encostada na grade e vou até ela.

- Por que veio mais cedo, baixinha? Melhor ainda, por que não avisou? - perguntei a olhando confuso. Esperei que a baixinha me respondesse, mas apenas levantou a cabeça e me direcionou um sorriso. Não era o radiante que eu estava acostumado, aconteceu alguma coisa - O que você tem?

- Não é nada, loiro. Precisava falar com a tia da secretaria - falou sem me encarar, sabia que ela estava mentindo, nem me olhar ela conseguia, vai me dizer que tinha alguma coisa de interessante na grama?

- Amy! - a chamei de novo, porém mais firme. Ela olhou para o lado e respondeu quase sussurrando.

- Por favor, Chris...não é nada, acredite - ela não queria me dizer e isso só me deixava mais preocupado, mas eu não iria forçá-la a falar.

- Tudo bem - respondi suspirando, o clima estava tenso e isso me incomodava profundamente, ninguém gosta de ver um amigo triste, ainda mais quando a pessoa é importante.

Olhei em volta tentando pensar em alguma coisa, mas estava difícil. Foi quando meus olhos seguiram o muro da escola, bem que agente podia cabular a aula, era o primeiro dia provavelmente não passariam nada, mas a Amy não iria querer. Olhei mais atento e sorri com o que vi.

- Quer sair comigo depois da aula? - falei um pouco mais animado, ela então direcionou o olhar para mim e me deu total atenção, isso já era um sinal de melhora. Pelo menos ela já não estava mais com cara de choro.

- Para onde? - perguntou com aqueles olhinhos brilhando novamente. Agora sim! Sabia que ela ficaria curiosa. Já que a baixinha não me falaria nada neste momento, minha única solução era mudar o foco de seus pensamentos. Não podíamos começar o dia assim.

- Surpresa, baixinha - respondi sorrindo de canto, a vi inflar as bochechas me fazendo rir com sua atitude extremamente infantil -Vai ficar brava?

- Vai me deixar curiosa? - perguntou cruzando os braços. Sinto muito, mas dessa vez eu que vou fazer as regras.

- Sim - falei maneando a cabeça positivamente.

- Chato - ela diz revirando os olhos, mas logo da uma risadinha - Ok então, loiro - agora ela tinha um sorriso travesso nos lábios tingidos de vermelho. Como assim, o que essa cabecinha maléfica estava pensando? - Não vou te contar o que sumiu do seu armário.

- O que você pegou? - perguntei desmanchando o meu sorriso, ela aumentou o dela e saiu andando em direção as salas - Amy! - ela não me deu atenção - AMY!

- TEMOS AULA, LOIRO - ela gritou se virando para mim e continuou andando de costas.

- Peste - disse a fuzilando quando me aproximei dela, ela se virou para frente e riu. Essa manipuladora.

- Eu sei que você me ama - e foi andando na minha frente. Sorri, sei que ela ainda não está totalmente bem, mas fico feliz de ter visto seu sorriso novamente - Não vai vir?! - suspirei com um pequeno sorriso no rosto e fui até ela, assim seguimos para a nossa primeira aula.

***
Estávamos na aula de matemática e mesmo sendo o primeiro dia, o professor já lotava a lousa de exercícios e ainda exigia que terminássemos ao final da aula para entrega-lo, insinuando que era uma atividade que valia nota para o início desse bimestre. Eu estava despreocupado, havia terminado a algum tempo e tentava ajudar a baixinha que era uma negação em matemática. Nem sei mais quantas foram as vezes que ela apagava o mesmo exercício, ainda faltavam 3 deles e eu insistia para que ela deixasse eu fazer ou pelo menos me deixasse ajuda-la, mas teimosa do jeito que é, não me deixava nem encostar em sua mesa.

- Baixinha, se você me deixar dizer qual é seu erro fica mais fácil, sem fala que esse erro é muito bobo - falei a encarando enquanto apoiava a cabeça em minha mão.

- Está bem, Christian - ela respondeu já um pouco nervosa, ela só me chama de "Christian" quando ficava irritada - Me diz logo a merda do meu erro - continuou agora olhando para a folha.

- Que eu saiba 2 vezes 9 é 18 e não 17- disse apontando para os números. A olhei e ela estava com os olhos semicerrados, mas não me encarava e sim a folha, ainda pude ouvi-la sussurrar algo como "droga de matemática".

- Obrigado - ela respondeu simplesmente, um pouco envergonhada.

- De nada, baixinha - falei sorrindo sem mostrar os dentes, me virei para frente colocando os fones de ouvido e abaixei minha cabeça sobre a mesa esperando a aula acabar.

Depois que o sinal bateu, tivemos uma aula chata de história, quase dormi ouvindo o professor explicar a matéria. Prestava tanta atenção que nem me lembro de qual era o assunto, mas felizmente depois de duas aulas estava na hora do intervalo.

Nos encontramos com os outros na porta do refeitório, esse ano não caímos na mesma sala, mas nos víamos na entrada, no intervalo e na saída. Fomos para fila e eu tentava não rir com a felicidade da baixinha ao saber que hoje teria estrogonofe.
Eu preferia a comida da minha mãe, mas a da escola não era ruim. Procuramos uma mesa e nos sentamos, começamos a comer e aproveitamos o final do intervalo para conversar, nos chamaram para ir ao cinema hoje, mas já fui dizendo que eu e Amy sairíamos hoje. Não vou nem comentar que eles já estavam falando que eram um "encontro". Dei-me paciência.

As duas últimas aulas foram vagas porque o professor não pode vir e a baixinha fazia de tudo para saber para onde eu a levaria hoje, nunca vi tanta curiosidade. A levei para sua casa e apenas disse que a buscariaas 21h, voltei para minha casa e abri meu armário. O que ela pegou daqui?Pensei, mas não conseguia lembrar, olhei para a cama e me joguei nela até dar21h.

Do ringue aos palcos (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora