Cap.6

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Depois daquele dia no parque, conversei com o Dom e o Lucas sobre as minhas suspeitas de estar gostando da baixinha e os idiotas começaram a rir de mim. Quase bati nos dois, ficaram me dizendo que eu estava começando a "abrir meus olhos", que estava mais do que nítido o fato deu gostar dela e só eu não percebia, ou percebia e não queria acreditar.

Já haviam passado umas 3 semanas, a baixinha estava mais do que feliz ao saber que sua apresentação já tinha sido remarcada e estava próxima, resumindo, que voltem o ensaios. Continuei a tratando da mesma maneira, mas agora precisava me controlar, já estava meio complicado dormir na mesma cama que ela, claro que eu a respeito e sempre irei respeitar, mas eu sou homem e como Lucas sempre diz "a carne é fraca".

Encontrava-me em meu quarto olhando o movimento na rua, alguns carros passavam calmamente pela rua, pessoas de várias idades andavam nas calçadas, uns com pressa e outros até observavam tudo em sua volta de tão calmas. Até que eu escuto minha mãe me chamando.


Desci e a encontrei na cozinha fazendo macarronada. Eu amo comida italiana e ela faz uma comida mais gostosa que a outra. Olhei para a mesa e me deparei com um prato de batata frita e fui até ele, mas antes de conseguir pegar levei um tapa na mão.

- O almoço ainda não está pronto, Chris - minha mãe me disse fingindo irritação para logo depois pegar uma batata, olhei para ela incrédulo. E eu fico como? - Mãe pode tudo - completou rindo.

- Por que a senhora me chamou? - perguntei me sentando a mesa meio chateado. Ah, se fome matasse... Bom, de certa forma mata, mas vocês entenderam.

- A Amy ligou e pediu que você fosse na academia de vocês - ela me respondeu mexendo no molho de tomate com uma colher de pau - Aproveita e chame a para almoçar.

- Ok - falei enchendo minha mão de batata, foi quando minha linda mãe virou para mim e me encarou brava, saí correndo. Mais um dia desafiando o perigo - A batata está muito boa, mãe.

- CHRISTIAN! - escutei ela gritar antes de eu fechar a porta.

Cheguei na academia e cumprimentei a senhora que fica na recepção. Já no corredor do segundo andar, escutava a música que se espalhava pelo ambiente, esta vinha da sala que a baixinha tinha aula.

Entrei e vi a baixinha dando alguns saltos virada para o espelho que ocupava uma parede inteira. Reparando melhor, vi seu olhos fechados, deve ser por este motivo que ela não havia percebido minha presença. Procurei pela sala o rádio que tocava a música e o avistei do outro lado da mesma, fui até ele e vi ser o CD favorito da baixinha, este, inclusive, que eu havia baixado as músicas. Coloquei na faixa 05 e começou a tocar a música "All That Matters - Justin Bieber", levei uma cadeira comigo e sentei perto de onde ela se encontrava.

Pelo reflexo do espelho notei seu sorriso aumentar, mas seus olhos continuaram fechados. Quando a voz do cantor deu início a música seu corpo começou a se mover de acordo com cada batida daquela música. Cada curva do seu corpo, sua feição e cada movimento me prendiam o olhar, nem se o prédio pegasse fogo tiraria minha atenção dada apenas a ela.

Foi então que a baixinha se virou para mim abrindo os olhos, seus movimentos eram sensuais como o ritmo da música mandava ser. A música foi terminando, a voz do cantor já não estava mais presente, aos últimos toques instrumentais a baixinha foi andando lentamente até minha direção e sentou no meu colo de frente para mim.

- Oi, loiro - quase sussurrou próxima ao meu ouvido, logo vi um sorriso se formar em seu rosto e uma gargalhada, se levantou e sentou no chão - Consegui seduzi-lo loiro? - Amy perguntou arqueando as sobrancelhas. Conseguiu me assustar, conta? Eu fiquei surpreso sim, não demonstrei, mas não achei que ela faria aquilo. Até o constrangimento era presente naquele momento.

- Não posso chamar isso de sedução, baixinha - falei rindo, ela já havia dançado essa música para mim diversas vezes, mas devido às minhas circunstâncias atuais, hoje foi diferente. Ela me encarou me fuzilando e se levanta do chão.

- Um dia vou te deixar de queixo caído, loiro - ela falou indo em direção ao rádio, se virou para mim sorrindo e continuou - Vou continuar treinado.

- Depois, minha mãe te chamou para almoçar com a gente - falei indo até ela - Por que me chamou aqui? - minha curiosidade fala mais alto que minha preguiça, a vejo indo até sua pequena mochila e assim começando a procurar algo - Vai me devolver o que pegou do meu armário?

-Vai sonhando, você nem sabe o que sumiu do seu armário, não te faz falta, então não tem porque eu devolver - ela respondeu erguendo as sobrancelhas, logo deu um suspiro chateada - Iria te entregar o convite da minha apresentação, mas pelo visto esqueci em casa - e veio até mim meio triste.

- Só não esquece a cabeça porque é grudada - falei rindo e bagunçando seus cabelos, desmanchando o coque que os prendia.

Quando chegamos em minha casa, almoçamos e depois ouvimos o telefone tocar. Era meu treinador irritado, reclamando que eu havia faltado 2 dias seguidos. Fui obrigado a ir sobre pressão da minha mãe, que ficou inconformada por eu não ter lhe dado essa informação, do meu treinador, que exigia todos os seus alunos na aula e até a baixinha, que me chamava de irresponsável e preguiçoso. Ah, se ela soubesse que a própria era o motivo das minhas faltas, a baixinha resolveu se apoderar dos meus pensamentos e isso não me deixava prestar atenção em nada. Imagina como seria minha situação no ringue?

Eu mesmo prefiro não faltar, já que eu não estava 100% resolvi nem aparecer, mas agora que meus pensamentos estão mais ou menos no lugar que deveriam, voltarei as aulas novamente.

Eu e a baixinha fomos para o mesmo local, já que ela iria ensaiar na casa da Aline e eu precisava lembrar o Lucas quais eram os dias de aula na academia.

Tudo bem que os dias mudam de 2 em 2 anos, mas o treinador entregou uma folha de horários e ela tem utilidade se ele ainda não sabe.

Fomos recebidos pela Aline que logo chamou o Lucas para que fôssemos para a academia.

- E aí Chris, vai ter bolo? - Lucas me perguntou, não entendi a pergunta então só o encarei - Vai dizer que esqueceu que amanhã é seu aniversário? - ele me olhou descrente e logo riu - A Amy tá mexendo tanto assim com a sua cabeça?

- Idiota - respondi o encarando irritado, por isso fui andando mais rápido. Tinha esquecido completamente do meu aniversário. Bem que eu percebi que a Amy estava meio distraída hoje, será que ela vai fazer alguma coisa?

- Você que é muito estressado - Lucas disse já do meu lado novamente - Relaxa, pede um beijinho para Amy que você melhora - e o idiota riu andando mais rápido do que eu.

Esse Lucas hoje está muito engraçadinho. Ele que me espere no ringue.

Do ringue aos palcos (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora