Cap. 15

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Cheguei na diretoria e não foi surpresa ver a baixinha sentada no banco em frente a porta. A baixinha me olhou por um tempo e depois se virou para frente de novo, os braços cruzados e quase "deitada" no banco, me sentei ao seu lado e esperei que ela falasse alguma coisa, mas como continuou em silêncio tive que começar a conversa.

-Por que está aqui?- perguntei mas já suspeitava que ela havia batido na novata.

-Porque bati numa menina hoje_ falou olhando para baixo, mas a baixinha não parecia nem um pouco arrependida.

-E teve um motivo?- perguntei a encarando, a baixinha me olhou e balançou a cabeça dizendo que sim- Então me explica essa história direito. A baixinha suspirou.

-Eu estava com as meninas conversando quando aquela estúpida veio até a gente, ela me disse que tinha me visto falando com você um dia no parque lá perto de casa, então ela me perguntou se eu era alguma coisa sua- respondeu olhando para cima como se estivesse se lembrando- Eu disse que você era meu melhor amigo e ela riu, depois suas 2 amiguinhas apareceram e a menina que veio falar comigo disse que "o gostoso não é comprometido com a anã". Me irritei pelo jeito que ela me chamou mas não fiz nada, foi então que ela falou "Mas não tinha chance mesmo dessa aí ter alguma coisa com o loirinho", e eu estorei de raiva porque ela nem me conhecia e já tava falando de mim como se eu nem tivesse ouvindo, sem fala que uma das suas amiguinhas começou a falar um monte de coisa de você como se você fosse uma mercadoria- ela continuou falando já bem irritada, me encarando, quase que eu não a entendia de tão rápido que ela falava- Você acha que eu ia ficar quieta?- ela terminou e ficou me olhando, dei risada dessa proteção que ela tem comigo e ela ergueu as sobrancelhas- Por que tá rindo?

-Você não tem que se mete em briga por minha causa- falei sorrindo e olhando para seu braço, passei a mão encima de alguns arranhões que tinham ali- Mais encrenqueira que eu.

-E olha que é você que faz luta- respondeu revirando os olhos com um pequeno sorriso- Amigos são pra isso- sorriu tão abertamente que seus olhos fecharam, fomos interrompidos quando a diretora abriu a porta de sua sala e chamou a baixinha.

-Quer que eu te espere?_ perguntei antes que a baixinha entrasse.

-Não, pode ir, eu vou passar no hospital pra ver meu pai, depois vou pra sua casa- respondeu e entrou com a diretora logo atrás.

Depois que eu fui para casa e almocei, precisei fazer uns trabalhos que eu deixei acumular, como sempre, e a maioria era para essa semana. Era de tarde quando a baixinha chegou em casa, já me contando como tinha sido na sala da diretora. Suspensão de uma semana, sorte dela que não era semana de prova e que não cairía no dia do seminário de Biologia. A Amy só ficou revoltada porque a "Vagabunda", como a baixinha à batizou "carinhosamente", só tinha levado uma advertência, bom, de certa forma só ela que foi agredida, então não era tão injusto, mas eu fiquei quieto se não a baixinha ía falar um monte. Em relação ao hospital, a baixinha ficou feliz em saber que seu pai iria sair de lá, também fiquei muito feliz em saber que o tio estava melhorando.

No outro dia na escola a Vaga..., quer dizer, a Rebeca veio falar comigo pedindo para que eu sentasse, na hora do intervalo, com ela e suas amigas. A olhei sério e a mesma recuou um passo, meio relutante. Mas não tirava aquele olhar de segundas intenções do rosto.

-Você fez a minha melhor amiga ficar de suspensão, e ainda tem a cara de pau de me chamar pra sentar com você?- falei sem expressão nenhuma no rosto.

-Mas, eu não fiz nada loiro, a anã que me bateu, ela se irritou sem motivo nenhum- a Rebeca falou se aproximando de mim e tentando me tocar, me afastei colocando as mãos no bolso.

- Não chame a Amy de anã e pelo que me contaram, você provocou então não reclame- falei, me virei e comecei a andar em direção a mesa que Aline, Elizabeth, Lucas e Dom estavam- E antes que eu me esqueça...- virei um pouco meu rosto para olha-la- Não me chame de loiro- me sentei na mesa e as meninas começaram a falar sobre o ocorrido entra a baixinha e a Rebeca, dei risada quando a Aline se revoltou quando ela foi impedida pela baixinha de bater na Rebeca também, dizendo que não era para ela se meter em encrenca e com a Elizabeth foi a mesma coisa. Amy e essa mania de querer proteger todos que estão a sua volta.

Na semana inteira que a baixinha não foi a escola, a Rebeca tentou fazer de tudo para chamar minha atenção, sem sucesso. Pior foi quando uma de suas amiguinhas, acho que seu nome era Priscilla, tentou dar em cima do Lucas e a Elizabeth quase bateu na menina, em todos esses anos que eu a conheço nunca à vi tão brava. Todos, menos a Aline, se assustaram com as palavras dela, até o Lucas, se eu me lembro bem foi alguma coisa como " Se você der em cima do Lucas mais uma vez, eu juro que você vai querer nunca ter vindo pra essa escola, ou pior, nunca ter cruzado meu caminho. E esse aviso serve pras 3, com os meus amigos ninguém mexe". Sei que parece um aviso normal, mas uma menina calma e gentil como a Elizabeth dizendo algo assim, é novo, a Aline riu e bateu palmas, provavelmente já havia visto essa reação outras vezes.

Hoje a baixinha voltaria para a escola, mas ela iria depois. Entrei na sala e esperei que o professor chegasse, a Rebeca chegou e sentou duas carteiras atrás de mim, depois de alguns minutos a Aline, a Elizabeth e a baixinha pararam em frente a porta sorrindo, a baixinha se despediu das duas, entrou na sala e me cumprimentou. Já ia se sentando no seu lugar feliz da vida, quando olhou para trás e provavelmente deve ter cruzado seu olhar com a Rebeca porque seu sorriso sumiu em segundo, olhei disfarçadamente a reação das duas. Ficaram se encarando por um tempo, mas logo a baixinha se sentou do meu lado e a aula começou.

-Eu não acredito que em tantas salas pra ela cair, ela tá na nossa- falou estralando os dedos. Esse fim de ano vai ser complicado.

Do ringue aos palcos (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora