Do ringue aos palcos (Em Revisão)

Cap.25

Estou pensando seriamente em cometer suicídio. Nunca vi aula tão chata quanto essa, nem me perguntem qual a matéria, porque eu já estou confuso. Enquanto o professor explicava alguma coisa na louza, minha mente fazia planos de como conquistar o perdão da baixinha, olho para a janela ao meu lado e vejo alguns alunos tendo aula de educação física, uma das poucas matéria que me interessam. Será que se eu sair pela janela o professor percebe? Até que a queda daqui de cima, não é tão grande. Melhor não, se eu me machucar seriamente, capaz da minha mãe me bater por ter me machucado. Aquela velha frase que toda mãe fala " Se você se machuca, você apanha!!".

Olho para o meu lado e me deparo com a baixinha escrevendo algo no caderno, provavelmente anotações da aula, mas então eu vejo que em meio a seus cabelos pretos havia um fone de ouvido também preto, como se fosse uma camuflagem. Viu, não sou apenas eu que estou entediado com essa aula chata, dou uma olhada geral na sala e vejo alguns alunos conversando, dormindo ou simplesmente mongando, vejo de relance a Vagabun..Rebeca se maquiado, ao seu lado estavam suas duas amiguinhas Pricilla e Caroline, até que ela me olha dando um sorriso malicioso e logo piscando o olho, me virei para frente revirando os olhos.
Essa garota louca ficou me rodeando todos esses dias que a baixinha está mais distante de mim, mas ela ficava falando sozinha enquanto eu a ouvi, pelo menos ela achava que eu ouvi, a Aline e a Elizabeth ficavam me olhando com uma cara de "Tira essa vagabunda daqui, antes que as outras vaquinhas venham atrás, se eu precisar bater, eu bato com o maior prazer, se não quiser ver sangue, a tire daqui agora!", não pensem que eu consegui traduzir tudo isso só as olhando, as duas já falaram isso mais de uma vez em auto e bom som, mas acho que agora se limitaram a apenas olhares secos e cortantes. E a baixinha? Fingia não ouvir que a Rebeca estava a provocando, mas quando uma das meninas xingava a Rebeca ou simplesmente interrompia secamente seus assuntos "tão interessante", eu via a baixinha dar um pequeno sorriso de canto, conhecendo como eu a conheço, sei bem que em sua mente ela já devia ter matado a Rebeca inúmeras vezes, e de várias maneiras diferentes.

Felizmente eu sou interrompido pelo sinal de término de aula, arrumei minhas coisas e estranhei ainda ver a baixinha na sala de aula.

-Aconteceu alguma coisa?- perguntei tentando entender, por causa de nosso desentendimento, em todos esses dias a baixinha saia da sala sem me esperar.

-Não quer que eu te espere? Ok- ela me respondeu calma e foi andando em direção a porta de saída.

-Não baixinha, pera aí- falei indo atrás da baixinha. Andávamos com ela um pouco mais afastada de mim, estranhamente o corredor estava vazio, não sei se porque fomos os últimos a sair ou se porque a sala em que estávamos era a única sala desse corredor enorme. Não me pergunte o motivo dessa sala ser isolada do mundo, porque eu não sei responder perguntas difíceis. Aquele silêncio já estava me incomodando, não que eu não goste de um silêncio, mas esse era constrangedor- Baixinha- a chamei com um pouco de receio, ela se virou para mim parando de andar, mas continuava em silêncio como se esperasse eu falar- Você...ainda está chateada comigo?

-Preciso mesmo responder, Christian- ela se pronunciou cruzando os braços e logo começando a andar. Suspirei e continuei a seguindo, logo que chegamos no pátio nos deparamos com uma discussão, e nos aproximando pude ver melhor que se envolvia nela.

-SUA VACA, FICA LONGE DO DOMINEQUE- arregalei os olhos quando vi que as palavras pronunciadas vinham da Aline.

Tentamos nos aproximar o máximo, até conseguirmos entrar na rodinha que havia formado, o Lucas e a Elizabeth tentavam segurar a Aline enquanto o Dom por algum motivo, estava desmaiado.

-QUE FOI QUERIDINHA, TEM MEDO QUE ELE ESCOLHA A MIM EM VEZ DE VOCÊ?- a Caroline retrucou, olhando a Aline com cara de superior.

-Line, não se rebaixe a ela, você não é assim, vamos embora- a Elizabeth tentava convencer a Aline a se acalmar.