Já faziam quase 3 semanas que a baixinha não falava comigo, nessas 3 semanas eu via a menina pelo qual eu sou apaixonado e não trocava se quer uma única palavra.
Segunda - feira, depois da competição, fui para a escola mais cedo e esperei que ela chegasse para que pudéssemos conversar, eu sabia que se eu fosse na casa dela, a baixinha nem olharía na minha cara. Mas não foi muita surpresa quando ela chegou com um sorriso no rosto, que infelizmente eu podia ver que não era verdadeiro, e foi comprimentando todo mundo mas quando ela me olhou...simplismente me olhou e ficou por isso mesmo, preferia que ela tivesse me xingado, me agredido, o silêncio dela me doía mais que seus tapas agrecivos.
O Lucas e o Dom me encararam o dia todo, como se me exigissem explicações do ocorrido com o silêncio contínuo e as encaradas secas. Já as meninas falavam comigo normalmente, ou quase isso, antes eu não sabia se a baixinha havia as contado sobre a nossa "discussão" ou não, mas só de não ter levado uma surra da Aline, já era nítido que elas não sabiam de nada.
Nesse mesmo dia depois da aula, contei o que havia acontecido para os meninos, e me senti pior ainda quando o Lucas disse que nem ele era tão idiota a ponto de fazer aquilo. O Dom me deu o conselho de que eu devia deixa-la ficar mais calma, depois tentar conversar com a baixinha e torcer para que a mesma me desculpasse. Mas para meu desespero, eu tinha quase certeza que isso seria quase uma missão impossível.
Agora eu estou aqui no meu quarto encarando a parede, normalmente a baixinha estaria me atormentando para que fizéssemos alguma coisa, a ajudasse nos ensaios ou simplismente pagasse um milke shake para ela.
Eu esperei um dia e fui falar com ela, pedi que ela me desculpasse e a única reação que a baixinha teve, foi me olhar e falar sem emoção " você disse que queria distância, conseguiu". Tentei falar com ela, todos esses dias que passaram, de todas as maneiras possíveis e nada.
Fui interrompido de meus desvaneios com minha mãe me chamando para almoçar, desci e me alimentei em silêncio, até que ela chama minha atenção.
-Chris, o que está acontecendo com você- minha mãe me encarava com a testa franzida, sua preocupação era nítida- Você quase não está comendo, está faltando muito nas aulas de luta e principalmente- ela me encarava sem entender- Por que a Amy não vem em casa mais? Você está assim por que perdeu a luta? Filho, fala com a mamãe.
-Sim mãe, a droga dessa competição me fez falar um monte de merda pra baixinha,eu fiz ela chorar, como se eu não me importasse, a raiva tinha me consumido e agora- falava sem nenhuma pausa- já fazem 3 semanas que ela não fala comigo.
-Hum- foi a única coisa que ela me respondeu- Ok, e o que você fez pra se desculpar?
-Eu tentei falar com ela mais de uma vez, mas...- comecei a falar mas minha mãe levantou a mão, me interrompendo.
- Você vai na casa Amy quando ela voltar da academia hoje de noite, não não- ela mesmo se interrompeu- pensando melhor, vai na aula de dança dela agora e vai fazer de tudo pra se desculpar, nem que você a tranque em uma sala- minha mãe dizia de braços cruzados e antes que eu pudesse sair ela me chamou para perto, logo me dando um forte tapa na cabeça.
-Aí mãe!- reclamei devido a dor.
-Reclama denovo e eu dou outro bem mais forte, você toma jeito e nunca mais faça uma coisa dessas com ninguém está me ouvindo?- minha mãe praticamente me ameaçou e eu ascenti- Ainda mais pra menina que gosta...
-Comassim?- perguntei me virando, ela sabia?!?
-Mãe sabe de tudo- me respondeu com um sorriso.
Já a caminho da academia, olhei a hora no celular e notei que a baixinha ainda poderia estar lá, talvez ela não me escute como todas as outras vezes, mas já estou cansado disso tudo. Entrei e pude perceber a feição de estranhamento da senhora que fica na recepção da academia, já fazia um bom tempo que eu não aparecia na academia. Antes que eu começasse a subir as escadas fui puxado pelo braço, virei meu rosto e vi meu treinador com uma cara muito séria.
-Eu sei que devo uma explicação por ter faltado todos esses dias, mas eu preciso conversar com a Amy- falei antes que meu treinador se pronuncia-se.
-Sei que precisa falar com ela, só te falo uma coisa como tio de consideração da Amy- o treinador dizia depois de ter soltado meu braço, mas sua expressão continuava a mesma, isso se não tivesse ficado mais séria- Não a faça chorar novamente, não vai querer me ver irritado, Amy e as meninas são como filhas pra mim, entendeu?- ascenti e fui em direção a sala da baixinha.
Entrei e algumas pessoas se aqueciam para começarem a aula. Olhei para todos os lados e não avistei a baixinha em lugar nenhum, foi quando senti algo duro ser jogado nas minhas costas, me virei e vi Elizabeth e Aline, muito irritadas.
-Seu idiota, insensível, grosso, corno, viado, filhinho de papai...- a cada passo que as duas davam em minha direção, era um xingamento proferido pelas duas- Como pode ter falado daquela forma com a Amy?- as duas falaram juntas com os braços cruzados enquanto seus pés batiam freneticamente no chão. Encarei os meus pés e só nesse momento notei que tinha sido atingido por uma garrafa de água, provavelmente uma das duas havia jogado- RESPONDE CHRISTIAN!
-Eu...não sei_ respondi baixo mas de modo que elas conseguissem ouvir- Eu...eu sei que eu fui injusto, sei que falei coisas que a deixaram magoada, sei que fui um idiota e também sei que vai custar muito pra que ela me perdoe mas- eu falava sem as encarar mas podia ter uma noção de que a cara séria que o treinador havia feito para mim, divia estar sendo repetida na face de cada uma- eu não consigo...
-Não consegue o que?- a Aline me interrompeu depois de um breve silêncio vindo da minha parte.
- Não consigo mais ficar sem ouvir a voz dela direcionada a mim- respondi levantando minha cabeça agora as olhando- não consigo ficar sem suas risadas, sem aquele sorriso tão aberto que ela dá, sem suas irônias que tanto me irritam mas que nitidamente me fazem falta, sem suas brincadeiras- continuei falando e percebi que todos que estavam na sala prestavam atenção na nossa pequena conversa- Não consigo ficar sem aquela baxinha atormentando minha vida, ela é minha melhor amiga e eu me arrependo profundamente em ter falado daquela forma com ela, ainda mas por uma idiotisse que foi ter perdido aquela droga de luta- eu falava enquanto via o rosto da Aline e da Elizabeth suavizar- Eu preciso dela perto de mim, ela é uma das poucas pessoas que se importam verdadeiramente comigo, e uma das pessoas que são muito mais que importantes pra mim.
-E por que não diz isso pra ela?- a Elizabeth me pergunto com a voz baixa.
-Porque ela não me deixa falar, e eu lhe dou toda razão- respondi com um pequeno sorriso amargurado- Já que ela não está aqui eu vou procura- la em outro lugar- falei por fim me virando e me deparando com a baixinha atrás de mim com o rosto molhado devido às lágrimas, me aproximei dela devagar mas ela deu alguns passos para trás- Amy...
-Eu ainda estou chateada com você Chris- ela falou com a voz embargada- Mas sei que não vai desistir até eu lhe perdoar- continuou com um pequeno sorriso de canto se virando para a porta- Você consegue ser teimoso o suficiente- a baixinha disse me olhando por cima do ombro, logo indo embora.
-Você ouviu Christian- ouvi a Aline se pronunciar- Tenho certeza que ela vai te perdoar, então não faça merda novamente- disse me olhando dos pés a cabeça, acenei e fui para minha casa.
Chegando lá vi minha mãe na porta, ela me perguntou como tinha sido, eu a olhei e deu um sorriso.
- Farei de tudo pra que ela me perdoe, pode ter certeza disso.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Do ringue aos palcos (Em Revisão)
Storie d'amoreEla tinha os cabelos negros presos em um coque perfeito, um sorriso lindo e olhos tão azuis quanto o céu, mas eles com certeza tinham muito mais brilho. Me encarava divertida usando luvas de boxe, dizendo que seria a primeira e única que me derrotar...