Cap.31

5K 451 4
                                    

Passei dois dias inteiros em casa sem fazer absolutamente nada, a baixinha tinha ido para a casa de uma tia dela e o resto do povo, provavelmente, estavam conversando e se resolvendo de alguma forma. Resolvi criar vergonha na cara e fui olhar minhas notas na Internet, liguei o notbook e assecei o site da escola. PASSEI. Tudo bem que não são as melhores notas e quase não passo em uma matéria, mas o importante é que eu passei.

Me joguei na cama e liguei o vídeo game, mas minha felicidade não durou muito quando vi minha mãe entrando no meu quarto. Ela olhou para mim e simplesmente desligou o vídeo game.

-Arrume seu quarto, menino preguiçoso- minha mãe falou com as mãos na cintura já saindo do quarto.

Suspirei e comecei a arrumar aquela bagunça, que estranhamente não estava assim tão bagunçado. O problema mesmo era meu guarda roupa, até pacote de bolacha tinha aqui dentro, demorou um tempo mas terminei. Me deitei na cama e pouco tempo depois, senti meu celular vibrar. Era uma mensagem da baixinha.

"-Oi Loiro.

-Oi baxinha- respondi digitando de volta.

-Eu vou ter que ficar um pouco mais que o previsto aqui na casa da minha tia, provavelmente só volto no dia que vai ser a apresentação lá na escola, então eu pensei se você não quer vim pra cá- a baixinha me enviou e eu fiquei pensando, por que não?

-Mas como eu vou pra casa da sua tia?- perguntei digitando enquanto descia as escadas- Não posso simplesmente chegar e ir me hospedando.

-Eu vou voltar pra casa hoje, pra pegar umas roupas, aí você já volta comigo.

-Ok, vou avisar a senhora minha mãe e já te respondo- respondi e encontrei minha mãe cozinhando. "

-Com quem tá conversando?- ela perguntou curiosa me olhando e depois olhando para o celular na minha mão.

-E o que a senhora tá cozinhando?- disse indo em direção a panela no fogão.

-Não mude de assunto- ela me respondeu dando um tapa na minha mão para que eu me afastasse.

-Tava falando com a baixinha, senhora minha mãe linda e maravilhosa que eu amo tanto- comecei meio receoso com um sorriso tentando convence-la e a minha mãe me olhou com aquela cara de "eu sei que você quer pedir alguma coisa", bem disconfiada- Posso ir pra casa da tia da baixinha ficar uns dias? Volto sexta de noite provavelmente- perguntei já sabendo o tanto de perguntas que ela faria.

-Pra que?- ela perguntou cruzando os braços.

-Precisamos ensaiar para aquele negócio que vai ter na escola- respondi me sentando em uma das cadeiras da cozinha.

-Onde fica? Como você vai pra lá? Vai me ligar quando chegar lá? Vai se comportar? Escovar os dentes antes de dormir? Trocar a cueca?- ela fez várias perguntas de uma vez, suspirei e encarei sua expressão, as sobrancelhas erguidas e os braços cruzados.

-Mãe, eu não sou mais criança- respondi apoiando minha cabeça na mão- E outra, é a tia Victória- falei entediado e vi o sorriso da minha mãe se formar. Minha mãe e a tia da baixinha eram grandes amigas na época do Colégio.

-Ok pode ir, mande um beijo pra Vic, não se esqueça e se comporte ouviu bem?- ela começou com um sorriso meigo e depois estava me encarando seria e apontando o dedo na minha cara- Não quero que pensem que eu não soube educar meu filho.

-Sim senhora, vou colocar umas roupas na mochila e depois vou pra casa da baixinha, ela já deve tá chegando- respondi subindo as escadas.

Avisei para a baixinha que iria e fui arrumar minha mochila, tomei um banho bem demorado e ao sair do banheiro já me deparei com o cheiro bom de comida, com certeza vou comer antes de sair de casa. Me vesti e desci com a mochila.

Depois de comer e continuar ouvindo minha mãe falar comigo como se eu fosse uma criança de 5 anos que vai dormir fora de casa pela primeira vez, fui para a casa da baixinha e coincidentemente cheguei junto com ela. A louca pulou nas minhas costas dizendo estar com saudade e eu só olhei para a mãe e o pai dela meio constrangido, o que é bem estranho já que eu conheço os dois a anos e eles não sabem que eu gosto da filha deles.

Depois da baixinha ter feito a maior bagunça no quarto dela, procurando roupas e as sapatilhas, fomos para o carro e tivemos uma viagem de umas 2h. O melhor de tudo foi termos chegado e a tia Vic estava fazendo coxinha, a mesma me olhou quando eu entrei e já vei apertar minhas bochechas como se quisesse arrancar elas de mim. Eu conheço a tia Vic desde que eu nasci praticamente, mas só fui descobrir que ela era tia biológica da baixinha bem depois de ter a conhecido na academia, por causa de umas fotos que eu vi da baixinha uma vez na estante da sala.

-Como você tá grande Chris- a tia Vic disse soltando minhas bochechas e depois me beliscou brava, o que eu fiz?- Isso foi por já fazer anos que não vem me visitar, e cadê aquela chata da sua mãe?- ela perguntou com um sorriso enorme.

-Ficou em casa, mas te mandou um beijo- respondi com um sorrisinho enquanto esfregava o meu braço beliscado, essas duas tem o mesmo temperamento para minha grande sorte, quando se juntam eu sou o que mais sofre. Mas eu amo as duas.

-Hum, e o que veio fazer aqui? Sei muito bem que não veio me visitar- a tia Vic perguntou com os braços cruzados.

-Eu e a baixinha temos que ensaiar para uma apresentação que vai ter lá na escola- respondi colocando as mãos no bolso procurando o celular.

-Por isso que já vamos indo- a baixinha disse me puxando pela mão- Tchau mãe, tchau pai, tchau tia Vic.

-Eu acabei de perceber que não avisei o povo que vim pra cá- falei para a baixinha me referindo aos nossos amigos.

-Depois a gente avisa, capaz da Liza ficar brava porque você também é par dela- a baixinha disse dando risada de mim, ela foi até o rádio que já estava no quintal e após colocar sua sapatilha, a baixinha veio até mim.

Ela pegou na minha mão e a direcionou até sua cintura, segurando a outra firmemente, a baixinha falava o que eu precisava fazer e eu não ouvia nem metade de suas palavras, só via seus lábios se mexendo.

-É uma dança sensual onde o homem conduz a mulher o tempo todo- foi uma das coisas que eu ouvi a baixinha falar enquanto ela aproximava seu corpo do meu cada vez mais- Não tenha medo de nenhum movimento e nem vergonha, a dança é uma arte, toda arte precisa de expressão- ela continuou passando suas mão delicados no meu queixo até meu abdômen e eu segui seus pequenos movimentos sem mexer um músculo se quer- Entendeu loiro?- ela perguntou por fim, apenas concordei a encarando nos olhos- Ótimo- e depois desse pequeno sussurro junto do seu sorriso de canto, começamos o ensaio.

Do ringue aos palcos (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora