Cap.5

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Acordei no susto e vi que já era 20h56, me troquei o mais rápido possível, coloquei uma camiseta vermelha e uma bermuda Preta, tênis e dei uma "ajeitada" no cabelo.

Desci e encontrei minha mãe assistindo algum filme na televisão. Quando passei em direção a porta escutei ela me chamando.

- Sim, mãe - fui até ela e me sentei à seu lado.

- Seu pai ligou avisando que semana que vem ele está em casa - falou com um sorriso provavelmente tentando me animar. Meu pai viajava muito por causa do trabalho, mas sempre voltava dizendo que havia sentido saudades, eu nunca tive muito contato com ele, sinceramente ele não fazia muita diferença na minha vida.

- Fico feliz... Mãe, vou sair com a baixinha hoje - falei não me importando muito com a notícia sobre meu pai.

- Tudo bem, meu amor. Não chegue depois da meia noite! Amanhã você tem aula - me respondeu suspirando, ela sabia minha opinião sobre meu pai, eu o amava sim, mas ela era muito mais importante para mim, afinal foi minha mãe que passou todos os momentos da minha vida ao meu lado. Me despedi com um beijo em sua bochecha e sai.

Já na frente da casa da Amy aperto a campainha e espero até alguém me atender, a tia saiu na porta já sorrindo para mim. Me avisou que a baixinha ainda não estava pronta, com a sua permissão, subi até o quarto dela e a encontrei sentada em sua cama só de roupão encarando algumas roupas em sua frente.

- Escolhe o vestido roxo - falei chamando sua atenção, logo me encarou e me olhou meio incrédula - Você demora de mais pra escolhe uma roupa, estou só ajudando.

- Ao contrário de vocês homens, nós mulheres precisamos achar a roupa perfeita pra sair de casa e já que um certo idiota não me diz aonde vamos, fica difícil - falou me dando um sorriso sínico.

- Anda logo, Amy! Você fica bonita em qualquer roupa e sabe que para mim não aparecendo nua, já está muito bom - respondi sentando em uma cadeira perto de sua cama. Ela me encarou por alguns instantes, pegou o vestido que eu havia falado e se trocou no banheiro - E não demora.

Depois de uns 20min para Amy se arrumar, fomos ao nosso destino. O local não era muito longe, quando chegamos a baixinha sorriu de orelha a orelha por tamanha que era sua felicidade. Se virou para mim e pulou me abraçando.

- A quanto tempo eu não vinha em um parque de diversões! Obrigada, loiro - nos separamos e fomos comprar os ingressos para começar a andar nos brinquedos.

- Qual primeiro? - perguntei só por perguntar, já sabia a resposta, ela sempre ia no seu favorito primeiro.

- Montanha russa - ela falou já me puxando em direção ao brinquedo que aparentava ter a maior fila.

Depois de um tempo chegou a nossa vez, conseguimos sentar no primeiro banco. Quando o carrinho começou a se mexer já me deu um friozinho na barriga, ele subia bem devagar e ao chegar no topo quase deu uma pequena parada, logo descendo de uma única vez, os gritos que todos davam deviam ser audíveis por todo o parque. Depois de mais algumas subidas, descidas, curvas e tudo mais, descemos do carrinho. A baixinha estava toda descabelada, mas não tirava o sorriso do rosto. Vimos uma menina vomitando e acabamos dando risada, saímos logo dali antes que seus acompanhantes, que não nos olharam com uma cara muito boa após as risadas, viessem arrumar confusão.

Passamos pelo chapéu mexicano, aquele brinquedo que eu sempre esqueço o nome (tem duas cabines com vários lugares e ele fica dando voltas e voltas), a casa assombrada, barco viking, elevador e outros que eu não me recordo muito bem. Acho que já tínhamos ido em todos os brinquedos, só faltava um.

- Falta a roda gigante - ela disse já me levando até a fila. Não gostava muito desse brinquedo, não tinha emoção nenhuma. E eu tenho toda a razão, é só ver pelo tamanho da fila, quase não tinha ninguém e as únicas pessoas ali eram nitidamente casais - Você não quer ir não é? -perguntou meio triste.

- Vamos logo antes que eu mude de ideia - respondi suspirando, ela voltou a sorrir e então entramos.

O brinquedo começou a rodar, a baixinha parecia uma criança de tão feliz. Depois de umas duas voltas, paramos no alto da roda. Já estava bem de noite, era lua cheia e algumas estrelas se espalhavam pela imensidão que era aquele céu. Confesso que a vista era muito bonita.

Olhei para o lado e via a baixinha encarando a paisagem, seus olhos brilhavam e o que mais destacava em seu rosto era seu sorriso, ela parecia diferente, ela parecia... Mais... Linda?!? Mas que merda é essa, eu sei que a Amy sempre foi bonita, mas porque eu não consigo parar de encara-la. Ela parece um anjo. Meus olhos arregalaram minimamente quando seus olhos azuis encararam os meus e depois sorriu.

- Está tudo bem, loiro? - me perguntou depois de um tempo - Chris? - me chamou novamente, já que eu não havia a respondido.

- Estou sim - falei desviando os meus olhos dos dela, o brinquedo desceu novamente e resolvemos ir embora.

Saímos do parque e paramos em uma sorveteria, Amy como sempre pediu um milk shake e eu pedi um açaí. Ela tomava seu pedido e me falava como estava feliz por ter ido no parque de diversões comigo hoje, eu a respondia as vezes, já que estava um pouco distraído, devia ser apenas sono. Pagamos o que havíamos pedido e fomos em direção a casa dela, parando em frente a sua porta.

- Até amanhã, loiro - Amy se despediu me dando um beijo na bochecha - Boa noite - falou por fim entrando em sua casa.

- Boa noite, baixinha - e fui para a minha casa, antes que minha mãe tivesse um treco.

Entrei e encontrei a minha mãe dormindo no sofá, provavelmente estava esperando eu chegar em casa até agora, a acordei e a mesma me deu boa noite indo dormir em seu quarto.

Resolvi preparar um lanche para mim, fome era só um apelido para o que eu estava sentindo. Peguei pão, queijo, presunto, maionese, tomate, alface, salame, ketchup, milho, azeitona, palmito e bacon. Quase que eu não consigo morder por causa do tamanho que o lanche ficou, mas isso com certeza mataria minha fome. Terminei de comer, lavei a pequena louça que ficou e fui tomar banho.
Me deitei na cama e fiquei encarando o teto, pensando o quanto nos divertimos hoje, eu queria que ela esquecesse seja lá o que a tivesse fazendo mal, ela ainda não me contou. Quem sabe quando ela se sentir pronta resolva me contar.

Lembrei dos gritos, das risadas e das idiotices que dissemos naquele parque, acabei rindo com os meus pensamentos. Foi quando a cena da roda gigante surgiu em minha mente, o sorriso da baixinha era o que mais aparecia. Senti meu coração acelerar e meu rosto esquentou um pouco.

- Droga - falei cobrindo os olhos com o braço - Eu não posso estar gostando da baixinha.

Do ringue aos palcos (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora