Capítulo 13

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Desperto e a primeira coisa que faço é sorrir. Uma noite sem pesadelos significa muito mais do que uma boa noite de sono, a cada noite que passava, a cada novo pesadelo que surgia, eu me sentia cada vez mais perto de ter um colapso.
Eu precisava tanto dessa noite quanto eu preciso de ar ou água.
De repente me dou conta de que o responsável por essa noite ter acontecido não está mais ao meu lado. Quando penso no que poderia ter acontecido com Peeta, percebo um cheiro delicioso espalhado por toda a casa e não preciso nem pensar duas vezes pra saber onde ele está e o que está fazendo.
Me levanto e vou em direção ao banheiro, tomo banho, escovo os dentes e troco de roupa. Faço tudo rápido, porque com esse cheiro meu estômago não parava de reclamar.
Desço as escadas e me deparo com Peeta tão extremamente focado, alternando sua atenção entre o forno e o fogão, que nem percebe a minha chegada.
- Bom dia - digo, chamando a sua atenção.
Ele se vira na minha direção com uma expressão surpresa, mas logo ela dá o lugar á um sorriso.
- Bom dia - responde ele - Você está ai a muito tempo ? Nem percebi você chegando.
- Acabei de chegar- digo, já me sentando a mesa.
- Algum pesadelo ? - diz ele, um pouco sério, encostando o braço na cadeira ao meu lado.
- Não - respondo - Nenhum pesadelo essa noite - sorrio .
Ele sorri em resposta.
- Eu fiz o café da manhã - ele diz, colocando uma cesta de pães de queijo sobre a mesa - Está com fome ?
- Estou sim - digo, já roubando um pão de queijo da cesta.
Comemos em em um silencio agradável por alguns minutos, até que um Haymith, aparentemente de ressaca, atravessa a porta da frente.
- Sabia que te encontraria aqui - diz ele sorrindo ironicamente olhando pra Peeta. - Eu fui tomar café na sua casa, mas não te encontrei lá. Nem precisei me esforçar muito pra te procurar, sabia que estaria com a lindinha - terminando de falar, ele se vira e pisca pra mim.
- Eu vim tomar café com a Katniss hoje, mas você pode se juntar a nós se quiser - responde Peeta, mostrando a cadeira pra ele se sentar.
- Mas é claro que eu quero - diz Haymith, já se sentando e se servindo.
- O que houve com você, lindinha ? - Haymith diz pra mim em um tom irônico novamente e com a boca cheia de pão de queijo - O gato comeu sua língua ?
- Eu estava bem. E falando - digo ríspida a ele - Há um minuto atrás.
- Não se acanhe por mim, querida - diz ele sorrindo - Podem voltar a conversar. Eu não quero atrapalhar os meus amantes desafortunados.
- Não nos chame assim - digo com a voz um pouco alterada e o encarando.
- Por que ? - responde ele - Porque faz te lembrar do passado ou porque você não admite que agora vocês são " amantes " de verdade ?
Sinto o sangue subir para o meu rosto, por um misto de raiva e constrangimento.
- Não somos aman... - Haymith me interrompe.
- Não são ? - diz ele sorrindo - Vocês passaram todas essas semanas trabalhando juntinhos na reforma da padaria dos Mellark. Vocês vivem um na casa do outro. - ele se levanta e pega uma maçã de cima da mesa - E eu aposto os meus gansos, que ele dormiu aqui essa noite.
Ele para de falar e dá uma mordida na maçã.
- Eu sou bêbado, docinho e não burro - sorri e vai embora.
Quando escuto ele bater a porta, solto o ar que nem sabia que estava prendendo e olho imediatamente para Peeta, para ver sua expressão.
- Ótimo jeito de começar o dia, não é mesmo ? - diz ele com um sorriso de lado, tentando contornar a situação.
- É o jeito " Haymith" de começar o dia - digo a ele ainda séria.
Ele sorri em resposta e logo voltamos a comer em silencio novamente.

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