TRÊS

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O celular de Louis tocou e ele me lançou um olhar mortífero.
- A sua operadora é Vodaphone. Estou apenas testando.
- Mandy , ele não quer atender. A operadora está funcionando maravilhosamente bem, obrigado.
Louis era o meu melhor amigo, mas por mais que eu o amasse, escutar dos lábios dele que Liam estava ignorando as minhas ligações de propósito, era mais doloroso do que eu podia suportar.
Eu já aceitara que eu era uma cadela traidora. Já deixara todos os tipos de recados possíveis na secretária eletrônica dele, já tentara tudo o que estava ao meu alcance, ainda assim, Liam estava irredutível. Ele não queria conversar comigo e depois de encontrar todas as minhas coisas em seis caixas, deixadas na porta do apartamento de Louis, onde eu estava ficando por algum tempo, eu percebi que Liam não queria me ver, tampouco.
- Uma hora ele terá de ceder.
Era com isso que eu contava. Que em algum momento Liam se cansasse de me ignorar e percebesse que eu estava arrependida e que o amava mais do amara qualquer outra pessoa.
Louis deu de ombros, indicando, sem usar as suas sempre ferinas palavras, que ele não acreditava que isso aconteceria tão cedo.
Minha casa estava repleta de paparazzi à espera de uma cena minha ou mais informações sobre a separação do ídolo teen Liam Payne. Se eles soubessem que eu havia traído um dos membros do One Direction, com outro, a mídia teria assunto por pelo menos dois meses.
- Zayn ligou. Ele quer pedir desculpas.
Bufei. Parecia um circulo vicioso. Eu ligava para Liam, que ignorava as minhas ligações, que ignorava as de Zayn.
Mas eu não culpava o tentador Zayn. Eu era tão parte disso quanto ele. Estava bêbada, carente e ele era um homem muito bonito para que eu pudesse resistir. Uma coisa levou à outra.
- Eu já o desculpei, só não quero mais falar com ele.
- Você transou com ele, Mandy , acho que deve pelo menos uma chance de deixá-lo falar. E ele está tentando conversar com você há uma semana - A mesma quantidade de tempo em que eu estava tentando, em vão, falar com Liam. Quando percebeu que não iria mais longe do que aquilo em sua tentativa de me convencer a me entender com Zayn, Louis desistiu. - Preciso ir me encontrar com Harry, vamos fazer compras - ele avisou e assim como eu sabia que faria, ele começou a sua sessão de recomendações, como se eu tivesse apenas oito anos e ele fosse o meu pai. - Não saia de casa, não deixe que os paparazzi descubram onde está, não entre em nenhuma rede social e o mais importante: se cuide.
Eu deixei que Louis se inclinasse para beijar a minha testa e continuei no mesmo lugar, mesmo depois de ouvir o som da porta do apartamento se fechar e ainda depois de ouvir o som do elevador. Apertei o botão de rediscagem e ouvi o som da chamada não se completando. Seis vezes. A secretária atendeu.
- Oi, é o Liam. Payne. Liam Payne. Isso. Deixe o seu recado após o sinal e eu juro que responderei assim que eu puder.
- Sou eu, de novo - eu suspirei. Não havia mais nada para falar do que eu já não tivesse dito em qualquer um dos recados anteriores. - Eu sinto muito. E preciso falar com você. Me liga, me manda uma mensagem. Eu... sinto a sua falta. Me desculpe.
Desliguei, finalizando o recado e escutei o som do elevador. Louis com certeza esquecera alguma coisa. Era bem do feitio dele esquecer as coisas e ter de voltar no meio do caminho. Me perguntava justamente se foram as chaves, as esquecidas de novo, mas não foi a franja castanha clara que eu vi no batente da porta do apartamento.
Eu não consegui dizer nada. As palavras estavam presas em minha garganta e observei-o fechar a porta, se aproximar, me encarando.
Seus olhos estavam fixos nos meus, castanhos, quentes. E eu respirei fundo, tentando acalmar todas as sensações que não deveriam estar dentro de mim, mas que ele despertava de uma forma única.
- Louis te deixou entrar? - tive de perguntar quando fui capaz de recuperar a voz e um tanto de sanidade.
- Nós precisávamos conversar.
- Sobre o quê?
- Sobre nós - exasperou-se. Assim como eu, Zayn não parecia estar em um bom estado. Seu cabelo sempre muito bem penteado, dessa vez estava parecendo oleoso e caído em seu rosto. Os seus olhos tinham duas bolsas negras embaixo dele, denotando algumas noites em claro e suas mãos tremiam enquanto ele segurava seu celular e alguns pertences. - Eu precisava pedir desculpas, Mandy . Eu nunca quis que Liam terminasse com você dessa forma.
- Eu já te desculpei, Zayn. Não é apenas culpa sua. Eu me deixei levar tanto como você e também estou arrependida pelo que fizemos.
Ele me encarou com ainda mais firmeza do que já vinha fazendo. Meu corpo tremeu, de leve, mostrando que ele gostava da maneira que Zayn falava comigo, da maneira como ele olhava para mim. E isso não era nem um pouco certo. Eu ainda amava Liam.
- Eu não disse que estou arrependido. Em momento algum. Eu disse que não queria que Liam terminasse com você dessa forma. Dolorosamente. Mas nunca disse que não queria ter amado você ou que nunca quis que você visse que tinha uma segunda opção.
- O que está querendo dizer?
As coisas não estavam fazendo sentindo para mim. Aliás, desde que eu vira Liam descer aquelas escadas, nada fazia o mínimo sentido para mim.
- Eu estava apaixonado por você, Mandy . Sempre estive. Mas aceitava que Liam tinha mais sorte do que eu. Eu o assisti possuir você por todo esse tempo. Eu tive a minha chance. E não a deixei escapar.
- O que aconteceu naquele dia...
- Foi bom. - ele parou ainda mais perto de mim, ajoelhando-se na minha frente até que nossos olhos ficassem na mesma altura, o seu nariz tocando o meu e a sua respiração se misturando com a minha. Se eu me inclinasse, eu poderia beijá-lo. E por mais que eu não devesse, era justamente o que eu queria fazer. - E eu quero que se repita.
- Eu amo Liam.
- E eu amo você.
A boca de Zayn se apossou da minha, sem me dar a mínima chance de recuar e eu me vi, de alguma forma louca, retribuindo o seu beijo num abandono que não fez sentido. Nossas línguas se tocavam, parecendo traçar trilhas de fogo e as mãos de Zayn abandonaram o que seguravam para agarrar o meu rosto, trazendo-me ainda mais perto, acariciando a minha pele com seus dedos morenos e finos, quentes, me fazendo sentir-me amada num momento em que tudo o que eu precisava era de amor. Mas não o amor dele. Eu precisava de Liam.
- Zayn, não podemos...
- Ele te deixou, Mandy . E tudo o que eu estou te pedindo é uma chance de te fazer mudar de idéia. Uma oportunidade para te dar um pouco do que ele não pode te dar, de te mostrar que as coisas podem ser diferentes. Que não há nada que importe mais do que você.
Seus lábios distribuíam pequenos beijos por todo o meu rosto, acompanhando as suas palavras. O seu calor estava irradiando sobre mim e eu soube que não precisaria de muito mais que aquilo para que eu me deixasse levar.
Zayn sabia como me convencer, ele sabia que aquela era única coisa que eu queria: me sentir mais importante do que qualquer outra coisa.
Liam nunca me fizera sentir-me dessa maneira. Haviam sempre outras duzentas coisas na frente de nosso relacionamento e mais cem outras na frente de nós. Com Zayn o "nós" seria diferente.
E então eu fiz o que parecia mais sensato naquele momento e me deixei ser abraçada com ainda mais firmeza, tendo o corpo recostado no sofá, enquanto o corpo de Zayn, calmamente, se deitava sobre o meu. Ele estava quente e o seu corpo moreno cheirava a uma loção que era tentadora e deliciosa. Eu não tinha como esconder o meu desejo por ele. Ele aflorara de vez desde aquela tarde no apartamento e agora eu sabia que era impossível voltar atrás, por mais que eu tentasse.
Eu amava Liam, mas desejava Zayn com a mesma força e intensidade. Talvez até mais.
Os seus beijos traçavam uma diagonal entre meu pescoço e os meus seios e ele parecia ter o completo controle da situação. Eu me rendi, ciente de que não havia mais nada que eu pudesse fazer.
A boca de Zayn era pequena, mas firme. Ele sabia exatamente onde tocar e como tocar, as suas mãos grandes acariciavam a minha cintura com seus dedos compridos e finos, mas logo ele subiu para meus seios, segurando-os, sentindo-os, a pressão da minha pele contra a sua palma parecia ser inflamável. O desejo latejava em minhas veias enquanto os seus dedos me acariciavam. Eu me permiti fazer o mesmo, deslizando as minhas unhas desde o seu pescoço até a base da sua espinha. O arrepio do corpo de Zayn contra o meu era tão excitante que eu me senti ainda mais úmida.
- Mandy , eu te quero tanto.
Eu o queria. Mas não o disse em voz alta.
Apenas assisti Zayn se levantar e, muito mais do que vagarosamente, tirar a sua camisa, hipnotizada com o tom da sua pele e com as diversas tatuagens espalhadas pelo seu peitoral. Deus, meu! Ele era delicioso. Fiz o mesmo que ele, me levantando do sofá, mas não para me despir e sim para tocá-lo. As minhas mãos pareciam arder de vontade de fazê-lo e por isso não resisti muito mais, passando as minhas duas palmas no seu torso. Sentindo todas as elevações e reentrâncias daquele corpo tão perfeito. Ele era miraculosamente lindo e ter a oportunidade de sentir isso na minha pele, nas minhas mãos e na minha boca era inacreditável.
- Me toque. Por favor, me toque.
A sua voz sempre tão grave, agora parecia ainda mais rouca e o seu tom baixo e sussurrante demonstrava que o prazer que ele estava sentindo ia além do que eu estava imaginando. Apenas por tocar o seu peito, eu estava levando Zayn ao sétimo céu, talvez, se eu fosse um tanto mais atirada, eu conseguiria ir ainda mais longe. Por isso, me dediquei a lamber a curva que ia do seu pescoço ao seu ombro, me colocando na ponta dos meus pés para alcançá-la, deslizando a minha língua úmida pela lateral do seu braço, sentindo-o ficar imóvel, apenas aproveitando os meus movimentos, em suspense, esperando pelo meu próximo passo, por isso passei meus polegares pelos mamilos dele, rindo quando eles se eriçaram contra os meus dedos, animadamente, eu passei a língua sobre eles também, ouvindo o gemido rouco de Zayn.
Liam adorava quando eu fazia aquilo.
Liam.
Aquele que não atendia as minhas ligações, aquele que ainda depois de dizer que me amara e me dar o melhor sexo da minha vida, havia partido da minha vida. Será que ele merecia que eu estivesse pensando nele num momento como aquele? Quando eu tinha o corpo semi-nu de Zayn Malik nas minhas mãos? Pronto e disposto a qualquer coisa que eu decidisse? Apto a ser apenas meu. Não se importando com os chamados do mundo além daquela porta. Era apenas eu e ele. Como Liam nunca pensara.
Eu recebia algo que eu nunca recebera antes. Das mãos de alguém que eu nunca imaginara que me daria, mas estava ali, me entregando.
Coloquei-me de joelhos e segurei nos passantes da sua calça. Ele estava com a cabeça para trás, os olhos fechados, aproveitando as sensações, mas quando sentiu meus dedos ali, os seus olhos escuros, agora ainda mais, pelo desejo, focaram os meus, como se me perguntasse se era realmente aquilo que eu queria.
Talvez ele soubesse que não era a ele que meu coração pertencia. Mas ele tinha meu corpo e esse era um prêmio de consolação bom o suficiente para ele, ao que parecia. Abaixei a sua calça com firmeza e junto com ela foi-se a cueca, deixando o seu membro exposto para o meu próprio prazer.
Eu estava encantada, como eu havia ficado da primeira vez. As comparações vieram à minha mente, mas fiz o possível para afastá-las o mais rapidamente possível.
Segurei o seu pênis, sentindo a sua pele aveludada e quente e Zayn sorriu para mim, malicioso e delicado. Eu estava pronta para fazer o que ele esperava e pela tensão em seu corpo, aquilo era o que ele mais queria.
Beijei a ponta, sentindo o tremor dele, aquilo pareceu desencadear uma reação elétrica em meu corpo e tudo o que eu fui capaz de fazer foi deixar que o seu comprimento entrasse pela minha boca o máximo que eu fui capaz de deixar. O gemido misto de grito de Zayn ecoou pela sala de Louis e eu coloquei velocidade e firmeza no que eu fazia, deixando que a minha cabeça subisse e descesse pelo seu pênis enquanto a minha mão terminava o serviço, indo e voltando pelo seu membro duro e quente, deixando-o ainda mais preparado para mim. Zayn estava em êxtase, imóvel, entregue às minhas mãos, deixando claro que naquele momento eu poderia fazer dele o que eu quisesse.
O poder subiu à minha cabeça, fazendo com que a minha mão restante apertasse a coxa de Zayn, subindo, passando a mão em seu tórax, em sua barriga, em qualquer lugar em que eu pudesse alcançar e Zayn tirou os meus cabelos da minha face, deixando-me erguer o olhar para ele, apenas para encontrá-lo me encarando, intenso, como se quisesse dizer algo, mas temesse o que as suas palavras iriam desencadear. O silêncio era mais seguro.
Abandonei a minha posição no chão e me coloquei de pé, retirando a minha blusa, a calça e as meias o mais rapidamente que fui capaz. Zayn me devorava com seu olhar e nem ao menos esperou antes de parar à minha frente, desabotoando o meu sutiã e o atirando para qualquer lugar da sala, sentando-se no sofá e ficando na altura da minha barriga, abaixado a minha calcinha e com a mão espalmada contra a minha vulva, sentindo a minha umidade e calor contra a sua palma.
- Tão molhada... Pronta pra mim. - O seu dedo escorregou para dentro de mim e eu me segurei em seus ombros para não cair de joelhos, tão intensa foi a sensação. - Tão apertada, tão deliciosa.
As suas palavras eram capazes de terminar de me desestabilizar. Meu coração batia forte demais e meu corpo tremia, minhas mãos suavam. Eu precisava de Zayn desesperadamente, mas ele queria testar os meus limites, me provocando.
Fiquei louca e para piorar a minha sanidade, Zayn beijava a minha barriga e seios enquanto dois de seus dedos iam e voltavam dentro de mim, em determinados momentos até mesmo girando alguns deles dentro de mim, me deixando perdida naquelas sensações. A sua mão que restava apertava a minha cintura, deslizava pelo meu corpo e nenhum de nós foi capaz de agüentar muito mais do que aquilo.
Abri as pernas, sentando-me no colo de Zayn, de frente para ele, sentindo os seus dedos saírem de dentro de mim, apenas para me posicionar exatamente onde o seu pênis estava, descendo o meu corpo sobre ele, aos poucos, até tê-lo completamente dentro de mim.
As duas mãos de Zayn apertaram a minha cintura com toda a sua força, provavelmente deixando algumas marcas, como as que ele estava deixando em meu pescoço, naquele momento, com todas as suas mordidas e chupões. Parei por alguns momentos, para me deixar adaptar ao tamanho dele e assim que senti que havia apenas prazer percorrendo o meu corpo, continuei, subindo e descendo, sem parar, no começo ainda lentamente, aproveitando o quanto era boa a sensação dele dentro de mim.
Mas o meu corpo precisava de mais. Ainda não era o suficiente.
Os lábios, língua e dentes de Zayn trabalhavam em meus seios, suas mãos segurando a minha cintura e meu corpo arqueava e voltava, mais e mais rápido sobre ele, indo e voltando, deixando que seu membro entrasse e saísse de dentro de mim cada vez com mais rapidez.
Eu estava cada vez mais perto da sensação extasiante que eu sabia que viria, quando ele inverteu nossas posições e me colocou deitada com as costas no sofá, ele por cima de mim, se colocando cada vez mais profundamente dentro de mim, testando todas as nossas conexões, indo mais e mais fundo, tentando ver até onde dois corpos podiam ocupar o mesmo espaço.
Meus gemidos altos inundavam a sala e o suor escorria livremente pelo meu corpo e Zayn veio com ainda mais força, me levando de vez ao ápice do prazer, enquanto acontecia a mesma coisa com ele, sentindo as minhas contrações contra o seu membro, o que o levava ainda mais além, despejando-se dentro de mim, enquanto me apertava contra o seu corpo, sorrindo ao olhar em meus olhos.
Ergui uma mão que ainda estava agarrada ao tecido do sofá e toquei o seu rosto suado, sentindo o calor que emanava dele.
Ele repousou o rosto na minha palma e nos acomodou melhor, ficando atrás de mim, beijando o meu pescoço, antes de deitar-se da melhor maneira possível para que pudéssemos dormir.
- Eu te amo, Mandy .
Eu não tinha uma resposta. Eu amava Liam. Mas as sensações que Zayn despertava em mim eram perigosas demais para que eu dissesse qualquer coisa sem parecer leviana. Ele aceitou meu silencio e depois de alguns minutos, pude ouvi-lo ressonar, calmamente, enquanto eu fechava os olhos, deixando a sonolência em meu corpo, que sempre vinha depois de um sexo bem feito, como o que eu tivera com Zayn há pouco, dominar o meu corpo.
A confusão em minha mente se apaziguou, mas eu sonhei com olhos castanhos. Só não saberia dizer a quem os olhos brilhantes pertenciam. Se àquele a quem eu amava ou àquele a quem eu desejava.


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