DEZENOVE

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A qualquer um que olhasse de longe, pensaria que a única preocupação da minha vida era mexer o leite no café com toda a meticulosidade e alisar a minha proeminente barriga.
Mas eles estariam errados. Minha preocupação era outra. Eu estava desesperadamente assustada e esse era o motivo para eu estar escondida na cafeteria no meu antigo bairro, apenas sentada há mais de duas horas na mesma cadeira, mexendo meu café e sentindo o peso em minha bolsa.
Não havia nada de especial ali dentro. Só a maior resposta da minha vida. A solução para todos os meus dilemas. Ou a chave para destravar mais dezenas deles.
O nome do pai da minha filha estava impresso num simples pedaço de papel envelopado. E ler aquele nome seria a coisa mais complicada que eu já tentara em toda a minha vida.
Eu amava os dois. Igualmente. Para mim, antes, talvez até pudesse ter havido uma divisão. Eu estava chateada com Liam por todas as ausências e me entregara de coração para Zayn, que ao contrário do meu ex-namorado, estava sempre presente. Aquela entrega levou rapidamente as coisas para um nível de amor que eu não esperava. Somada à todas as coisas que Zayn dizia ou fazia para mim e por mim, eu não tive outra escolha. Eu me apaixonei.
E não haviam dúvidas de que ele seria um bom pai.
Era só fechar os olhos que eu poderia imaginá-lo brincando com Hannah. Eu o havia ouvido dizer a Louis que estava em dúvida entre Widad e Hannah, dois nomes fortes e árabes que ele escolhera para a nossa filha. Hannah significava alegria. E apenas de pensar nisso eu já podia ouvir a risada suave da minha menina, ainda que ela não tivesse nascido. Ela certamente seria linda como Zayn, talvez tivesse o meu nariz, mas seria exatamente como Zayn. Herdaria do pai até mesmo a personalidade quieta e um tanto misteriosa, mas que, quando se sentia à vontade era divertida e adorável. Ela confiaria no pai. Ele seria o seu herói. Era bem fácil imaginar Zayn e Hannah jogados no tapete da sala, ele a ensinando a desenhar seus primeiros traços e ela desde já mostrando que herdara o talento do pai também. Eu podia vê-la com enormes gizes de cera em suas pequenas mãozinhas, rabiscando inúmeras folhas de papel. Ela herdaria a minha concentração. Mas morderia o lábio como o pai faz.
Talvez ela pudesse se chamar Widad, também. Segundo Zayn explicara para Louis, Widad significava Amor, amizade. E aquela pequena criaturinha fora construída com base nisso. Por mais que Liam e Zayn praticamente saíssem no soco, eles sempre seriam melhores amigos. Eu havia estragado tudo, mas o sentimento sempre continuaria dentro deles, por mais cabeças-duras que os dois fossem. E o amor? Quem poderia dizer que aquela encrenca em que estávamos metidos não havia sido por amor?
Widad era um nome bonito e forte. Combinaria com a nossa filha. Eu havia passado turbulências demais durante aquela gravidez, mas tinha certeza de que quando chegasse a sua vez de vir ao mundo, minha menininha nasceria bonita e forte. Alegre. Nasceria Hannah, ou talvez Widad.
E pensar nisso já era o suficiente para me lembrar de Liam e pensar no quanto eu o amava. Eu não sabia quando aquilo aumentara de proporção até chegar onde estava no momento. Talvez fora aquele momento nas escadas do prédio de Zayn, uma das primeiras vezes em que eu notei que ele se importava mesmo comigo, a ponto de sentir ciúmes, a ponto de mostrar um lado de si mesmo que ele nunca mostrara para ninguém. Talvez tenha sido o seu lado malvado que me excitara tanto. Talvez tenha sido quando ele decidira me ter de volta. Que ele parara a sua vida para mostrar que eu valia a pena o esforço de tentar uma segunda chance, de se dar por inteiro para que eu fosse dele mais uma vez. Eu me apaixonara pelo novo Liam, mas não por ter visto o seu outro lado ou por estar sendo mais paparicada. Não, eu me apaixonara porque finalmente sentia que ele confiava em mim o bastante para tudo isso.
Para atravessar junto comigo essa loucura que eu havia armado. E isso me fazia acreditar que ele faria o mesmo com a nossa filha. Liam seguraria a sua mão e a colocaria entre as suas pernas, ajudando que Morgan desse seus primeiros passos. Ele também seria aquele que, depois de beijar a sua testa, empurraria a bicicleta, sem rodinhas pela primeira vez, pela rua, deixando que nossa filha experimentasse pela primeira vez o sabor da liberdade. Ela cairia, claro que sim. Mas nesses momentos, Liam também estaria lá. Com o kit de primeiros socorros e um punhado de palavras confortantes. Ela choraria. Mas os braços fortes de Liam a envolveriam e fariam com que ela se sentisse imediatamente melhor. Seu pai afastaria todos os fantasmas, todos os monstros do armário. Lhe contaria todas as histórias que ele sabia e inventaria mais algumas, quando fosse preciso. Todos adoravam chamar Liam de Papai, mas nenhum mesmo toda a imaginação do mundo não seria capaz de chegar perto do que eu imaginava. Liam seria um pai maravilhoso. Ainda que, por enquanto, ainda estivesse em dúvida de que nome dar para a sua filha. Ele queria um nome com M. Ainda não estava decidido se seria Morgan, um nome unissex que ele tanto queria, ou Marjorie. Eu o vira andar com um pequeno livro de significados do nome por todos os lados e acreditava que ele ainda não chegara a uma conclusão sobre o bendito nome.
Nome.
Era isso que estava naquele envelope. Um nome, um sobrenome. Uma definição para o meu problema. Uma solução.
Meu celular tocou e a foto de um sorridente Louis brilhou no visor. Eu não deveria atendê-lo. Ele sabia que eu estava com o exame, ele mesmo deixara um recado na geladeira avisando que eu deveria pegá-lo, uma vez que ele estaria pronto às três horas e então deveria voltar para casa para lhe contar as novidades.
- Já abriu? - nenhuma saudação. Ele queria dados, fatos, argumentos concretos. Eu queria a paz e a possibilidade de acontecer algo de ultima hora que me abstenha de uma escolha. Como escolher entre os dois? Como julgar quem seria um amante melhor, um pai melhor, se eu sabia que os dois seriam?
- Não. Não tenho coragem.
- Não pode adiar isso para sempre, Mandy .
- Eles não sabem nada sobre o que eu sinto, Louis. Como podem simplesmente escrever um nome num pedaço de papel e definir tudo isso tão sem sentimentos?
As lágrimas escorriam dos meus olhos sem escalas. Droga! Esses hormônios acabavam comigo. E numa situação como aquela, eles estavam ainda mais descontrolados.
- Talvez fosse bom que estivessem todos juntos. Entraram juntos nisso, devem sair da mesma forma. - Louis foi sábio. E como que para provar que me conhecia bem demais e sabia dos meus desejos antes mesmo que eu os ansiasse, ele completou - Eu pedirei para que eles passem no apartamento, o quarto azul turquesa ajudará isso a ser mais fácil.
- Ajudará?
- Não sei, mas não custa tentar. - ele riu, mas eu não pude fazer o mesmo. A ansiedade estava me corroendo. Minhas emoções estavam fora do controle. Como se a gravidez já não o fizesse por si só!
Em um momento eu estava rindo e no outro eu estava chorando. Em alguns eu precisava ser desesperadamente tocada e no outro não queria estar à vista de ninguém. Eu poderia até reclamar, se não fosse por uma boa causa. Todas aquelas mudanças de humor me resultariam na melhor coisa da minha vida: aquela criança.
- Espere por eles no seu apartamento, eles logo estarão aí.
- Você está com eles, não é? - eu perguntei, mas já sabia a resposta. Os três estavam juntos porque aquele era o último momento antes de nossas vidas mudarem para sempre. Aquele era o último momento em que nada estava certo, em que a disputa para ficar comigo e minha filha seria vencida pelo que mais desse provas de que nos amava e não a quem o laboratório descobrira doar os genes.
- Talvez eu esteja.
- Eu estou com medo, Louis.
- Isso vai passar, Mandy. Confie em mim. Tudo isso está a um passo de acabar.
E sem me dizer mais nada, Louis Tomlinson desligou o telefone, sabendo que assim que ele o fizesse, eu teria coragem o suficiente para levantar de minha mesa e ir para o meu antigo apartamento, observar as paredes que presenciaram tantas coisas boas para mim. Era tão bom voltar para lá. Me lembrava do tempo em que a escolha era uma coisa tão abstrata que era praticamente irreal.
Onde eu presenciara brigas sem sentido, mas adorava cada uma delas. Era a forma de um mostrar ao outro que estavam ali, de mostrar que se importavam, não só um com o outro, mas comigo e com aquela criança.
Não fora porque eles não queriam me ver um com o outro que eles decidiram juntar as suas coisas e ir para a minha casa para que pudessem estar perto um do outro, perto de mim também.
Joguei minha bolsa em cima do sofá e me sentei no balcão da cozinha, de onde eu poderia ver plenamente a porta de entrada. Eles não demorariam e enquanto eu os esperava, me lembrei de todos os acontecimentos naquele apartamento. Eu me lembrei de quando eu fiz com que os dois sucumbissem ao desejo.
Minha pele se arrepiava apenas de lembrar como aquilo fora. Como as mãos de Liam e Zayn estiveram no meu corpo ao mesmo tempo, como seus lábios se dividiram em mim, como seus corpos se moveram com ânsia, rodeando o meu, penetrando o meu.
Eu podia fechar os olhos e me lembrar perfeitamente de como eu me sentira quando eles me colocaram naquela banheira e se ajoelharam ao meu lado. Como eles deixaram que suas línguas me possuíssem de todas as formas que eles sabiam, como um ensinou ao outro o melhor que sabiam em termos de sexo e deixaram que colocassem seus novos conhecimentos em prática no meu corpo. Os dedos longos de Liam, a língua apressada e habilidosa de Zayn. O corpo de Liam, a pressão com que Zayn penetrava.
Mas eu me lembrava de como a mãe de Zayn entrara naquele lugar, me pedindo para ficar longe de seu filho, me pedindo para protegê-lo de mim mesma, das minhas confusas decisões. Das minhas loucuras.
O que ela diria se o nome de Zayn fosse aquele impresso no papel? Ela ficaria feliz em ganhar uma neta ou me odiaria por não tê-la obedecido e ter feito Zayn entrar definitivamente em minhas insanidades?
O que a mãe de Liam deveria pensar de mim? O que ela pensaria de sua neta, a disputada criança de uma mãe imprudente que nem sequer sabia quem era o seu verdadeiro pai? O andar estava estranhamente silencioso.
Não haviam gritos, não haviam xingamentos e nem batidas nas paredes. O casal estava tão silencioso como eu. Como se estivessem também ansiosos para escutar as palavras finais daquele dilema.
Eu desataria os nós.
Passos foram ouvidos no corredor. Duas pessoas. A hora havia chegado, mas eu não tinha forças para me mover. Era a hora.
A porta foi aberta com suavidade para revelar os dois possíveis pais de Morgan, Marjorie, Hannah ou Widad. Meu coração batia com toda a força que era possível, meus olhos estavam prestes a derrubar milhares de lágrimas novamente. Eu estava nervosa, angustiada, desesperada, mas eles não pareciam compartilhar dos meus sentimentos.
Apenas estavam parados ali, em frente à porta, ambos, me encarando com sorrisos doces em seus rostos, como se o fim não os assustasse, mesmo depois de tudo o que havíamos passado.
- Eu amo vocês. - eu confessei antes de mais nada. Eles tinham de saber dos meus sentimentos. - Igualmente. Eu aprendi a amar os dois da mesma forma, nem mais, nem menos. Igual. Eu desejo os dois com a mesma força, amo os dois com a mesma paixão e odeio machucar a qualquer um dos dois.
- Eu também amo você. Vocês duas.
A voz de Liam reverberou pela sala e fez um arrepio percorrer o meu corpo. Os seus olhos escuros estavam fixos nos meus, o seu sorriso doce estava radiante. Luminoso.
Zayn estava ainda mais lindo do que nunca. Seus cabelos estavam jogados no rosto de uma maneira sensual, suas inúmeras tatuagens à mostra, me tentando.
Como poderia haver uma escolha?
- Quero que saibam que, independente do que esse envelope diga, eu já tomei a minha escolha. Eu a baseei no amor e nada me fará voltar atrás. - as palavras eram firmes e mostravam que Zayn estava, sim, determinado. - Eu amo você, Mandy . E amo essa pequena. Eu amo vocês.
Não havia mais como segurar. Minhas lágrimas escorreram velozes pelo meu rosto e eu soube que não havia mais como adiar. Por isso levantei-me de onde estava e fui até a minha bolsa, jogada no sofá, displicentemente, como se a coisa mais importante da minha vida não estivesse ali dentro.
O envelope branco foi retirado de dentro da bolsa de couro preta e os olhos dos dois possíveis pais se fixaram nele. Minhas mãos tremiam. Minhas pernas estavam bem perto de fraquejar de vez. Não confiei em mim mesma e por isso me sentei novamente, apoiando uma mão em minha barriga, enquanto meus olhos se erguiam para os dois homens ainda parados em frente a porta.
Zayn foi o primeiro a tomar alguma ação. Ele fechou a porta e contornou o sofá, se sentando do meu lado esquerdo, segurando a mesma mão que acariciara minha barriga até segundos antes, me passando a força necessária para que eu fizesse aquilo.
Liam o imitou, sentando do meu lado direito, segurando meu braço, acariciando desde meu ombro até o meu cotovelo, me passando a sua força e serenidade para que eu pudesse continuar com aquilo.
- Esperem. - Eu e Liam nos viramos para Zayn e ele sorriu. - Tenho que fazer algo antes.
Continuei a encará-lo, intrigada, e ele simplesmente retirou um pequeno cordão de ouro de dentro do bolso, o colocando em minha mão, fazendo-me sentir o calor daquilo em minha palma, admirando a pequenina pulseira com bolinhas de pedras coloridas. A sua mão fechou a minha e segurou a de Liam, a colocando por cima da minha e as apertando juntas, com os olhos fechados e eu, por instinto e respeito à sua repentina solenidade, fiz o mesmo.
Meus olhos estavam fechados, mas eu podia divisar os movimentos dos dois, perto de mim. Como eles estavam se aproximando até se engolfarem em um abraço forte e firme, comigo entre eles, ainda segurando a pequena pulseira.
- É a hora, Mandy .
Liam sorriu-me assim que eu abri os olhos e eu fiz o mesmo, de volta. Zayn soltou a minha mão, para deixar que eu abrisse o envelope e eu entreguei a pulseira para que Liam a segurasse.
O momento havia chegado.
Abri o envelope com todo o cuidado. Tomando toda a precaução de não estragá-lo, em seguida retirando a folha de papel com o coração pesado e a mente em conflito.
A folha foi desdobrada.
Um nome e um sobrenome.
Liam foi o primeiro a lê-lo. Eu ainda fitava aquelas palavras como se elas não significassem nada. Zayn se inclinou, tendo uma plena visão do que estava escrito e abaixou a cabeça, sem saber o que dizer. Liam me encarava, esperando uma reação. Qualquer uma.
Então era isso? Eu lera o nome. Eu sabia quem era o pai. Mas como dizer ao outro que por causa de uma impressão barata, de um teste tão simples quanto aquele, eu teria de deixá-lo ir. Que eu teria de renunciar o meu amor por ele em nome de um lar seguro para a minha criança. Eu já desistira de vez da idéia de tentar criar a minha filha sozinha. De fugir para longe e tentar fazer as coisas do meu jeito. Seria impossível.
Eles me encontrariam, eu não suportaria. As coisas não dariam certo.
Eu tinha mesmo de fazer uma escolha.
- Zayn... eu...
- Eu já havia dito a vocês. Eu já havia feito a minha escolha.
- Zayn, não.
A voz de Liam não estava calma. Era a mesma voz gélida que eu escutara na cozinha de Zayn há menos de nove meses. Ele sabia o que Zayn tinha em mente? Como eu não conseguia prever? Por que eu era a única no escuro ali?
- A pulseira é para que deem à ela. É o meu presente para a minha menina. Mas eu não posso assumi-la.
Como? Como assim?
- Zayn, o que...?
- Não. Você não vai fazer isso.
- Eu jamais, Mandy , jamais poderia pedir para que fizesse uma escolha. Eu observei o modo como olhar para nós dois, como se afugentou diversas vezes para não ter de fazer isso. - ele se ajoelhou à minha frente enquanto Liam pisava de um lado para o outro, colérico. - Eu não poderia te obrigar a fazer isso. Eu fiz por você.
- Mas você... é o pai.
- Eu sou, mas isso não significa que Liam não será um pai ainda melhor que eu. Ele será o pai perfeito para ela, ele será o marido perfeito para você. - os olhos escuros de Zayn se ergueram até encarar o do amigo e eu observei como Liam se acalmou, como se apenas o outro tivesse a ignição dos seus sentimentos. Ele o deixava furioso, ele o acalmava. - Você aprendeu a sua lição, cara. Você viu que Mandy não é mulher para segundas opções ou momentos que sobram. Ela é a número um, ela é a única, ela é a eterna. E isso mostra que você merece uma segunda chance.
Aquele som era meu. O som de angústia que se misturava aos soluços do meu choro, que se mesclava aos uivos de desespero que meu peito emitia. Por que as coisas tinham de ser dessa forma? Por que elas não poderiam ser fáceis? Serem normais?
Meu queixo foi erguido e os lábios de Zayn pressionaram os meus por alguns segundos, partindo para a minha barriga em seguida. Foi rápido. Logo ele se levantou e abraçou Liam com a mesma velocidade, saindo de perto de nós e abrindo a porta.
- Cuidem de nossa pequena Marjorie Widad. Ela amará vocês como eu os amo.
E essa foi a última frase que ouvi dos lábios de Zayn antes de ele fechar a porta e Liam se desmontar no sofá, com as lágrimas escorrendo pelo seu rosto másculo, mostrando a dor que eu nunca imaginei que pudesse ir em seu interior.
Meus braços o rodearam como pude, com a posição estranha e a enorme barriga proeminente. A mesma confusão, choque e dor que o perpassavam, estavam me atingindo também. Pior, até.
- Eu vou cuidar de vocês. Das duas. Eu vou dar o meu melhor para ser o pai perfeito, o marido perfeito, o homem perfeito para vocês. Eu vou dar o meu melhor para ser o que Zayn seria para vocês.
- Você já é Liam Payne. Isso é o bastante para mim. Eu te amo porque é Liam Payne.
Isso pareceu fazer com que a dor dele se apertasse mais e assim seus braços me rodearam com mais intensidade e eu deixei que meu rosto ficasse na curva de seu pescoço, deixando mais algumas lágrimas ali, enquanto esperava que minhas palavras estivessem certas.
Sabendo que depois de todo aquele tempo incapaz de fazer uma escolha decente, eu estivesse certa e Liam fosse o que sempre me bastara.
A escolha fora feita.
Era tarde demais para voltar atrás.
Zayn saíra de nossas vidas, nos deixara para que pudéssemos começar a nossa família da maneira que deveria ser.
Eu, Liam e nossa filha.
Esse era o meu Nós.


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