TREZE

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As imagens em minha mente se misturavam e um pavor sem sentido crescia dentro de mim, mas antes que eu pudesse começar a lutar contra ele, fui sacudida com violência por Liam, que me fez abrir os olhos e encarar profundamente seus olhos castanhos e doces que mostravam uma preocupação desconhecida por mim até então.
- Mandy , acorde. Foi só um pesadelo, eu estou aqui agora.
Os braços dele me puxaram contra si e ele me abraçou com mais força do que eu esperava, me fazendo esquecer todo o meu pesadelo e focar apenas na sensação de proteção que eu sentia em seus braços. Liam beijou a minha cabeça com ternura e eu me enrosquei ainda mais em seu abraço, me sentindo protegida, segura, calma e tentei afastar todos os problemas que insistiam em me assombrar.
- Foi só um pesadelo meu amor, eu estou aqui. - ele repetiu, me acalmando completamente. Quando sentiu que os tremores haviam parado de percorrer meu corpo, Liam se afastou um pouco, encarando-me com firmeza para se certificar de que eu estava realmente melhor. Eu não conseguia me lembrar com o que exatamente eu estava sonhando, mas sabia que era algo forte o suficiente para deixar o meu coração disparado e as palmas das minhas mãos frias e suadas.
Liam deu um beijo em minha testa, quando notou que eu estava melhor e retirou o livro sobre gestação do chão e o colocou em cima da mesa de centro, me fazendo notar que eu provavelmente havia dormido enquanto estava sentada na poltrona lendo, esperando que eles voltassem de seu ensaio.
Silencio. Isso foi o que me alertou. Liam e Zayn eram tudo, menos silenciosos. E meu pequeno apartamento estava silencioso demais naquele momento.
- Onde está o Zayn?
- A mãe dele está em Londres, eles vão jantar juntos. - explicou o outro sem deixar de focar em sua tarefa de arrumar a sala. Enquanto Zayn era o vaidoso, Liam era o organizado.
Eu já sabia que Patricia estava na cidade, e em seu singelo passeio, ela até mesmo fizera uma parada pelo subúrbio, com direito a um maldito tour em meu apartamento.
- Entendo. - foi tudo o que eu respondi, totalmente desperta agora, pelas lembranças do que Patricia havia me dito mais cedo. Liam se virou para mim, sorrindo e se ajoelhou na minha frente, ficando entre as minhas pernas e me encarando com aqueles olhos doces e sinceros que me deixavam encantada a cada vez que eu os encarava.
- Estou fazendo o jantar. Espaguete, o seu preferido.
A minha expressão era tão surpresa que Liam até mesmo coçou a cabeça, sem graça. Eu estava completamente admirada com aquela informação. Afinal, durante todo o tempo em que eu e Liam havíamos namorado, ele jamais cozinhara para mim. O máximo que ele conseguira fazer fora pedir uma pizza ou comida chinesa, uma ou duas vezes. Nada mais que isso.
- Espaguete. - repeti, impressionada.
- Eu disse que seria diferente dessa vez. - ele segurou as minhas mãos, com ternura. - Zayn vai demorar para chegar e pensei que poderíamos usar esse tempo para que você me deixe te provar que o que eu estou falando não é em vão. - eu tentei me afastar, mas ele continuou prendendo minhas mãos entre as suas, insistente, mas de uma maneira carinhosa, querendo que eu o ouvisse, apenas isso.- Não estou te pedindo para me escolher esta noite, não faria isso. Quero apenas que me deixe mostrar que certos sentimentos nunca mudam, as sensações certas não se apagam fácil. E eu não apaguei as sensações que você me dá, Mandy. Jamais seria capaz de fazê-lo. Não quando eu te amo tanto assim.
Abaixei a cabeça e meus olhos ficaram no nível dos dele. As suas íris castanhas e profundas me mostraram que o velho Liam, o charmoso e doce, estava ali. Mas de uma maneira inexplicável, eu conseguia ver o novo Liam ali também, me encarando de volta. Me deixando saber que Liam me amaria e consertaria todos os erros que havíamos feito no passado, mas aquele mesmo homem que eu conhecera na escadaria do prédio de Zayn dizia que estava disposto a me punir por qualquer deslize a partir dali.
Um compromisso estava se insinuando, esperando para ser assumido. E se eu o assumisse? O que aconteceria?
- Shh... - suas grandes mãos se colocaram uma de cada lado da minha cabeça, fazendo com que aquele calor que eu sempre senti quando ele me tocava, se instalasse em meu corpo. Como antes. - Não pense demais, apenas sinta, meu amor.
Seus dedos escorregaram para o meu pescoço, coçando minha nuca da maneira que ele sabia que eu adorava, me mostrando que me conhecia bem demais. Seus lábios rosados se aproximavam de meu pescoço, onde suas mãos abriram espaço, descendo pelos meus braços, suavemente, sabendo que aquilo me deixava terrivelmente excitada.
Eu havia acabado de acordar de um pesadelo, meu interior ainda estava se recuperando da brincadeira da noite anterior, mas eu estava plenamente disposta a pertencer a Liam. Para provar os meus pensamentos, minha boca encontrou a dele e eu me deixei perder. Nosso beijo era enlouquecido, desesperador, íntimo.
A imagem de Zayn sumiu de meus pensamentos. Havia apenas Liam em mim agora. Ele era tudo o que eu precisava.
Liam ergueu a barra da minha camiseta, mas ao contrário do que eu esperava, ele não a tirou, apenas levantou e deixou que a sua mão direita entrasse em contato com a minha pele, tocando a minha barriga agora já um tanto aparente e sorrindo, contra os meus lábios quando sentiu a pele macia e quente do meu ventre. Um sorriso bobo que todos os pais têm no rosto quando tocam o seu filho pela primeira vez.
- Eu amo você. - ele sussurrou. - Amo vocês dois. Mais do que eu poderia prever. Eu amo vocês.
Ele repetiu o seu mantra de amor contra os meus lábios enquanto a urgência crescia dentro dele e suas mãos subiam para os meus seios, apertando-os de leve por cima do sutiã e depois descendo para a barra da minha calça, indeciso sobre onde tocar primeiro e antes que eu pudesse prever, Liam puxou-me para ele, num gesto rápido demais e se jogou no sofá atrás dele, me tirando da poltrona e me sentando em seu colo numa velocidade que eu não fui capaz de acompanhar.
Meus olhos se fecharam e eu me coloquei mais confortável, com uma perna de cada lado do corpo dele, enquanto suas mãos finalmente levantavam a minha camiseta como intuito de tirá-la, pela minha cabeça. Levei as duas mãos para o alto, deixando que ele retirasse a peça de mim e a atirasse pela sala, puxando meu corpo para perto de si e se deleitando com a pele do meu colo, distribuindo beijos por toda aquela área, me deixando ainda mais quente do que eu já estava. Faminta, na verdade.
Puxei seu cabelo, ainda sentindo os fios curtos, mas aquela sensação era deliciosa demais para que eu não respondesse à altura. Ele era experiente e me conhecia melhor do que qualquer outro, provando isso, ele abriu meu sutiã com apenas uma tentativa e o atirou para o mesmo lugar onde a minha camiseta já repousava. Acreditei que ele me daria o que eu queria e me sugaria como eu tanto gostava, mas Liam não o fez.
Ele sorriu como o novo Liam faria e retirou a sua camiseta pela cabeça, desajeitado e me puxou para si, prensando seu peito em meus seios e me fazendo apertar os olhos, inundada pelo desejo.
Eu já era depravada assim antes, ou desde que eu engravidara os meus apetites sexuais haviam se multiplicado por cem? Eu não sabia, minha cabeça não tinha nenhuma resposta, só Liam e tudo o que eu queria fazer com ele.
Me inclinei, mordendo a sua orelha e me arrepiando ao ouvir o seu gemido chorado.
Eu estava em êxtase e queria que ele sentisse o mesmo, por isso me abaixei até o seu pescoço e suguei ali, fazendo questão de deixar uma marca. Liam era meu e eu adorava que o mundo soubesse disso. Dessa vez, ele gemeu meu nome de uma maneira estrangulada que mostrou que ele queria mais. E eu daria a ele.
Me levantei do seu colo e me ajoelhei no tapete, como ele fizera comigo mais cedo, mas minhas intenções não eram puras. Eu não queria segurar a sua mão. Não com coisas mais interessantes para pegar.
- Mandy, eu...
- Me deixe marcar você de uma maneira que nem eu, nem você jamais poderemos apagar. - pedi e ele fechou os olhos, encostando a cabeça no encosto do sofá enquanto eu segurava a sua cintura com firmeza, meus dedos se encaixando no cós da sua calça, querendo ir além, mas esperando o consentimento dele.
- Eu preciso de você, Mandy . Desesperadamente.
Aquela era a resposta que eu precisava. Não esperei mais, abri o botão de sua calça jeans e não me preocupei em abaixá-la. Com um movimento experiente, enfiei minha mão por dentro de sua cueca e retirei seu membro para fora, deixando-o exposto e ao meu alcance, como eu queria.
A carne que meus dedos rodeavam era suave e macia, quente, mas ao apertar levemente eu podia sentir como era dura. Como aço revestido com veludo. De uma maneira apetitosa que fez minha boca encher de água. Eu tinha de ter aquilo na minha boca, sentir a minha língua deslizar por aquela gota na ponta do seu pênis e sentir o sabor de Liam. Apenas o dele.
- Ah, Mandy ! - ele rosnou, daquela maneira lupina que me excitava tanto e eu fechei meus próprios olhos, levando aquele falo endurecido para a minha boca e deixando que ele deslizasse pela minha língua, fechando os lábios ao redor dele e apurando meus ouvidos para os sons roucos que ele produzia, gemendo coisas incoerentes apenas por sentir o calor e umidade da minha boca ao redor dele. Pobre Liam, isso não era nem o começo.
Minha cabeça ia e voltava pelo seu corpo, deixando o seu membro entrar até o fundo da minha garganta, e depois vir até a frente, quase saindo dos meus lábios. Ida e volta, ida e volta, sentindo o corpo dele tremer de excitação e ansiedade. Ele sabia que haveria mais.
Com uma mão, eu deslizava meus dedos para cima e para baixo, guiando o seu pênis para dentro e fora da minha boca, usando a minha outra mão para abrir o botão e o zíper da minha calça, a abaixando com precisão e retirando minha calcinha junto com ela.
Nós havíamos estabelecido aquele ritmo apressado. Por mais que soubéssemos que Zayn iria demorar, nós precisávamos de satisfação imediata. O que antes era sempre demorado, lento e romântico, se fora. Nós dois gostávamos mais daquela maneira: quente, rápido, enlouquecedor.
- Vem, agora, Mandy .- ele pediu, mal se aguentando.
Eu sentia o seu pênis vibrar em minha língua, mostrando que ele estava perto demais da onda de prazer. Eu o fiz voltar de uma vez, retirando-o da minha boca e soprando a ponta, deixando o ar quente da minha boca fazer o trabalho.
- Por favor, eu preciso... - ele gemeu, torturado. Eu tinha Liam em minhas mãos. O poder de saber disso me fez ainda mais excitada, o tesão corria pelas minhas veias e eu coloquei uma perna de cada lado do seu corpo, nua, sem me preocupar em terminar de tirar as roupas de Liam. O meu desejo era urgente demais para que eu me desse ao trabalho de desnudá-lo. Precisávamos daquilo naquele momento. A satisfação era tudo o que importava, não fazia diferença como, contanto que a tivéssemos.
Liam estava impaciente e ele mesmo segurou o seu pênis, colocando-o exatamente em minha entrada, sem me penetrar ainda, voltando as suas duas mãos para a minha cintura, me provocando a começar a cavalgá-lo e antes que eu me desse conta, o meu próprio corpo obedeceu aos comandos do meu homem. Ele era o mestre do meu corpo, não havia outra explicação. O que ele quisesse de mim, Liam teria, bastava apertar os controles corretos, os botões adequados e meu corpo funcionava justamente da maneira que ele queria. Era delicioso e hipnótico. Bom demais para que eu ignorasse o óbvio.
O corpo dele se mexia contra o meu, ajudando-me na nossa tarefa conjunta e eu sentia meu corpo encaixar-se ao dele com uma precisão inigualável. Uma estocada, duas, três. As sensações eram repletas de êxtase, tanto, que me fizeram perder a conta, apenas me permitindo saber que eu estava perto demais de um orgasmo para que eu pudesse parar agora. Eu queria mais. Mais forte, mais rápido, mais de tudo o que Liam pudesse me dar. Mais.
E então, de repente, Liam parou. Seus olhos buscaram os meus, determinados, firmes, brilhantes. Eu os encarei de volta, esperando pelos seus movimentos, mas ele me abraçou forte, prendendo meus dois braços atrás das minhas costas, impedindo que eu fizesse qualquer movimento.
- Quer mais?
- Mais... - eu gemi.
Ele sorriu para mim e eu vi o novo Liam naquele sorriso. O que ele estava planejando?
As ondas do orgasmo arrebentavam dentro de mim, eu estava perto demais daquela sensação e isso fazia a minha pele se eletrizar.
- Então diga o que eu quero ouvir. - ele sussurrou. - Eu sou aquele que você sempre amou, Mandy. Eu sou o seu homem. Diga que me ama.
- Eu te amo. - repeti, obediente, sabendo que eu não estava dizendo aquilo apenas da boca para fora. Eu realmente amava Liam mais do que eu jamais pensara ser possível.
- Fique comigo. Por favor. - ele me puxou para si, ainda tendo meus braços presos e deixou o seu corpo se perder dentro de mim, me fazendo fechar os olhos, enlouquecida. Ele ia rápido e profundamente, quase se retirando para depois me penetrar novamente com toda a força que era capaz. Mas era uma sensação alucinante, enlouquecedora e eu não pude lutar contra, adorando ter meu corpo preso ao dele, pelo dele. Era erótico e excitante. - Por favor, fique comigo.
Seus gemidos roucos repetiam apenas essas duas palavras, implorando para que eu ficasse com ele, meu corpo se aproximava cada vez mais de um orgasmo colossal e eu não pude me segurar mais, me liberando e sentindo Liam fazer o mesmo dentro de mim, quase ao mesmo tempo, como sempre foi. A nossa sincronia era especial. Algo que eu sempre pude contar como certo.
O seu grito ecoou pela casa, o som de sua voz me fez fechar os olhos, deixando o eco do seu "eu te amo" me embalar.
Nós dois estávamos em silencio e ele me segurava mais delicadamente agora, me mantendo contra o seu peito, com carinho, levando as suas mãos para os meus cabelos, fazendo um cafuné calmo e delicioso que me levaria ao sono em breve.
- Me desculpe por isso, eu disse que não iria te pedir para decidir nada hoje e... - começou ele.
- Mas eu já me decidi, Liam. - eu sussurrei. - Já sei com quem eu quero ficar.
Liam me afastou e eu olhei nos seus olhos com um sorriso, sem precisar dizer em voz alta o que eu havia decidido. Ele já havia entendido.
- Tem certeza?
Eu assenti, abaixando a cabeça envergonhada pela euforia dele. Não seria fácil explicar para Liam os meus termos, mas por mais difícil que toda aquela situação houvesse sido, os últimos acontecimentos me levaram àquela decisão.
Patricia tinha razão. Eu não era uma moça tão boa, Zayn certamente merecia coisa melhor. Eu não a culpava por ter vindo até a minha casa e ter dito tudo aquilo para mim, porque eu sabia que quando aquele pequeno ser dentro de mim nascesse, eu faria o mesmo, eu lutaria para que ele tivesse o melhor.
E eu não era o melhor para Zayn. Ele merecia mais.
Liam me amava e me conhecia bem demais. Talvez fosse uma decisão acertada. Eu deveria voltar para ele e consertar todo o mal que eu havia feito a ele. Eu sentia muito por ter deixado tudo perder o controle como havia perdido. Era realmente hora de ser uma adulta e tomar a decisão correta.
- Absoluta.
- O que acha de sairmos desse lugar e levarmos o nosso jantar para o nosso lar.
Não precisei ser inteligente demais para saber que Liam estava falando do nosso antigo apartamento, do lugar onde tudo havia começado para nós. Eu não respondi em voz alta, apenas assenti, enquanto ele se levantava, fechando a calça e correndo para preparar tudo para que as coisas voltassem ao normal.
Para que tudo voltasse a ser como era antes de eu ter feito aquela bagunça imensa.
Agora estava tudo bem porque eu havia feito a minha escolha.
Eu escolhera Liam Payne.


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