SEIS

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Era simplesmente incrível como as pessoas procuravam por coisas que estavam bem embaixo dos seus narizes.
A maior prova disso era a enorme campanha que o One Direction estava fazendo para me encontrar. Eles pediam para as fãs para que me mandassem mensagens em minhas redes sociais, pedindo para que eu desse notícias e incluindo até mesmo a mídia nessa busca. Todos estavam me procurando como loucos e eu estava bem embaixo do nariz deles.
Enquanto eu estava simplesmente morando num dos bairros residenciais da periferia. Era o que o meu dinheiro dava para pagar, já que eu começara a trabalhar em uma cafeteria do bairro. Não era nenhuma Starbucks, mas era um lugar agradável. Nada demais.
O apartamento que eu estava alugando também era legal, quando os vizinhos não decidiam passar a noite inteira brigando. Um tanto pequeno, mas interessante. Eu havia comprado alguns móveis de segunda mão, mas o apartamento já era mobiliado e isso facilitou muito a minha vida.
- Se estiver escutando essa mensagem, me ligue, pelo amor de Deus. Eu estou preocupado. - a voz de Niall soou na cozinha, enquanto eu me permitia ouvir as minhas mensagens, fazendo um delicioso sanduíche de carne e queijo para mim. Passei a mão na minha barriga, sentindo algo se mexer em resposta e não pude conter um sorriso.
Na semana anterior, eu fizera uma nova bateria de exames e assim confirmado que eu estava realmente grávida e fora justamente ter a certeza daquilo que me fizera ter novos planos e saber como eu levaria a minha vida dali para frente.
A minha primeira decisão era criar aquela criança por mim mesma. Uma figura paterna não faria tanta falta e eu sabia que eu poderia dar conta se eu quisesse. E isso evitaria o dilema de confrontar Liam e Zayn e ter de contar que eu estava grávida e não sabia qual deles era o pai.
Como eu faria isso? Liam estava certo quando me pedira para me afastar da vida deles. Aquilo tiraria todo o drama da vida deles e facilitaria e muito os seus dias. Mas não me impedia de sentir a falta deles.
Era mais forte do que eu, me deitar na minha cama, encarando o teto e imaginando como Zayn seria um bom pai. O tipo de pai que corre com o filho no parque, que o ensinaria a jogar futebol e que em tardes de domingo nas quais não tivéssemos nada para fazer, Zayn ensinaria o nosso filho a desenhar. Talvez, se fosse uma menina, ela seria a sua princesinha. Tudo o que ela quisesse o pai superprotetor daria a ela. Ela teria os olhos de Zayn e os cabelos também. Quem sabe ela seria teimosa como eu. Realmente podia enxergar Zayn segurando uma criança nossa. Um pequeno Malik ou uma pequena princesinha que nos traria toda a felicidade do mundo. Talvez eu aprendesse a amar Zayn como eu amava Liam e seríamos uma boa família.
Mas então a minha mente dava uma volta e eu só conseguia pensar em como Liam também seria um pai incrível. O Daddy Directioner seria o tipo de pai protetor e carinhoso. O tipo que acordaria as crianças no domingo apenas para que elas tomassem café juntos na frente da televisão, assistindo a algum desenho animado. E eu praticamente podia ver todos de pijama, esparramados no sofá, se divertindo. Talvez fosse uma menina. Uma pequena bailarina com um sorriso meigo e fácil como o do pai. Um menino cheio de energia e risonho.
E então tudo o que eu queria era contar os meus devaneios para Louis.
Por várias vezes eu me vi com o celular na mão, querendo ligar para ele, mas apertando o botão para não realizar a chamada. Louis era meu melhor amigo e era justamente por isso que eu não queria mais fazê-lo entrar em toda aquela confusão que estávamos armando.
O meu celular vibrou, em cima do balcão, e com um simples olhar notei que era Louis ligando.
A vontade de atender praticamente me corroeu. Mas me controlei. Não deveria atender. Depois de seis toques, a secretária eletrônica atendeu e eu permiti que a voz alegre de Louis enchesse a minha cozinha:
- Eu sei onde você está! E se você não retornar essa ligação neste exato minuto, eu darei o seu endereço para o Liam ou para o Zayn. O que acha? Você tem dez minutos para retornar essa ligação, Mandy . Beijos, tchau.
Felizmente, eu conhecia Louis bem o suficiente para saber que aquele era um blefe dos bons. Era mais do que óbvio que ele não sabia onde eu estava. Aquela vizinhança era ideal justamente por isso. Aquelas pessoas não davam a mínima pra quem eu era e pareciam não saber nem ao menos quem era One Direction. Certa vez, na cafeteria, uma garota dissera que What Makes You Beautiful era dos Beatles. Sendo assim, era impossível que Louis realmente soubesse onde eu estava.
Sentei-me no sofá com o meu sanduíche e um copo de café com creme de morango, meu novo vício de grávida, enquanto escutava o casal discutir.
Como parte da minha nova diversão diária, gritei para a parede:
- Ei, vocês dois, parem de gritar!
Por alguns segundos nenhum barulho foi ouvido, a não ser o meu mastigar. Mas depois um recomeçou a gritar com o outro, culpando o parceiro por ser um maldito e fazê-lo gritar e perturbar a vizinha. No caso, eu.
Eu fazia isso com frequência. Achando engraçada a maneira como os gritos dela ecoavam pelo corredor e como os dele reverberavam pelas janelas. Pareciam um bom casal, mas com os seus problemas. Todos os casais tinham seus problemas.
Meu sanduíche já tinha acabado e eu estava assistindo empolgada a nova temporada de X Factor e como eu sempre fazia, torcendo pelo meu favorito como se fosse uma final de copa do mundo.
O som do meu aparelho celular me assustou e eu corri para a cozinha, encontrando-o ainda em cima do balcão. Louis. O nome aparecia no visor e eu me perguntei se iria atender ou não.
Havia se passado dez minutos.
Pensei se deveria atender ou não aquela ligação e, no fim, me decidi por apertar o botão vermelho e colocar mais café com creme de morango em minha caneca, voltando para sala, com o celular no bolso.
Louis só poderia estar blefando. Era bem típico dele. Eu havia perdido as contas de quantas vezes eu caíra nas pegadinhas de Louis. Mas essa não seria uma delas. Eu não acreditava que ele soubesse onde eu estava.
Sentei-me no sofá acompanhando a música do participante da vez, na TV, praticamente gritando a letra de Rockstar do Nickelback que ele nem estava cantando tão bem assim quando o celular tocou de novo.
Paciência nunca havia sido um ponto pelo qual era bem conhecida e por isso coloquei o telefone debaixo do sofá. Ainda que a minha vontade de atendê-lo fosse praticamente dolorosa, eu não devia falar com nenhum deles. As coisas finalmente estavam entrando nos eixos, eu não podia deixar que mais uma das pegadinhas de Louis me deixasse perder o foco.
Um barulho de vidro sendo quebrado ecoou da parede vizinha e eu entendi que as coisas do outro lado estavam ficando mais intensas. Não bastaria muito e os gemidos encheriam o meu apartamento. Era sempre assim com eles: primeiro se matavam, gritavam e se atiravam coisas e depois se resolviam sexualmente. E eu ainda não sabia o que era pior. Se os gritos com xingamentos ou os gritos com gemidos.
Olhei para o relógio e notei que já estava perto da hora da entrega do meu jantar.
Recentemente eu descobrira que sanduíches de carne e queijo não era o suficiente para nutrir a mim e ao meu bebê e que comida tailandesa não me deixava tão enjoada. Por isso fiz um acordo com um restaurante e todos os dias às 20h, eles me enviavam o meu jantar. Pagar o restaurante mensalmente também tinha sido um acordo bem interessante.
Como se tivesse uma conexão direta com o meu estômago, escutei batidas na porta, me levantando apressada para abrir a porta. E daí se eu havia acabado de comer um sanduíche? O meu apetite estava mais voraz nos últimos dias e eu tinha de comer por duas pessoas.
Queria que meu bebê crescesse forte e saudável. Como um dos seus pais.
Droga! Eu não deveria pensar nisso. Apenas imaginar que eu não tinha a mínima ideia de quem poderia ser o pai daquela criança me deixava apavorada e envergonhada. Eu não era o tipo de mulher que dormia na cama de qualquer homem, ainda assim, eu havia traído Liam com Zayn e ainda engravidara de um deles tornando a situação ainda mais complicada.
Minha barriga ainda não estava aparecendo, mas eu desejava que ela crescesse rápido. Eu queria acompanhar cada momento daquela gestação, ver a minha barriga crescer aos poucos, o bebê começar a mexer, meu corpo se modificar, os seios se encherem. Tudo isso.
- Já vai. - anunciei para o entregador do outro lado da porta e peguei o cartão que sempre usava para que ele marcasse que sua entrega havia sido feita.
Abri a porta e a fechei no mesmo momento.
Não era o entregador da comida tailandesa.
Louis não estava blefando.
E agora Liam Payne estava na porta do meu apartamento.
- Abra essa porta, Mandy .
Como eles haviam descoberto? Ah, claro. Eles tinham dinheiro o suficiente para colocar até a Interpol atrás de mim para que pudessem me achar. Não era nem difícil imaginar que eles haviam contratado uma porção de detetives particulares. Os melhores, sem dúvida.
Os gritos continuaram e eu os ignorei. Na televisão, uma nova participante cantava uma música da Adele e eu tentei não cair no choro. Recentemente tudo me levava à uma crise de lágrimas.
- Mandy , por favor, nós precisamos conversar. - ele disse mais perto, provavelmente com a cabeça encostada na porta, como ele costumava fazer quando ficava frustrado, encostando a sua testa na parede, tentando pensar com mais facilidade. - Eu sei que eu não quis ouvir você antes, mas eu mudei de ideia.
- Apenas vá embora, Liam.
Liam pareceu não ouvir ou dar importância para o que eu gritei e continuou:
- Eu sei que você tentou antes, e que eu não deixei que você falasse e me arrependo disso, Mandy . De todo o meu coração. - eu podia realmente ouvir a dor em sua voz. O arrependimento, mas ainda assim eu não abriria a porta - Mas eu estava errado, Mandy . Eu conversei com o Zayn, ele abriu meus olhos e ainda que ele seja apaixonado por você, ele sabe o quanto eu te amo e como temos uma história. Por favor, não jogue isso fora.
Eu não estava jogando nada fora. Eu estava salvando o que tínhamos. Era mais fácil para todos nós sem uma vadia descontrolada fora do caminho. Talvez eu tivesse recaídas. Talvez eu voltasse para Liam e me apaixonasse por Zayn. E ficasse com Zayn e o traísse com Liam.
Mas essa não era a pior parte de aceitar Liam de volta.
- Eu prometo, Mandy , eu posso te prometer que dessa vez vai ser diferente. Eu aprendi o que fiz de errado da ultima vez e não deixarei que nada seja mais importante que o nosso relacionamento. Eu tive que perder você da maneira mais inconsequente para poder entender que eu deveria te tratar melhor. Que eu deveria te amar melhor para que outro não tivesse de fazer o que eu não estava fazendo. Se começarmos de novo, dessa vez eu serei diferente. Nosso amor vai ser melhor, eu prometo.
Eu poderia voltar. Eu queria voltar.
Uma parte de mim sempre seria de Liam. Era como se dentro de mim, uma grande parte de meu corpo e de minha mente pertencesse apenas a ele. Tudo o que ele fazia ou dizia era o que me movia. Eu era apaixonada por aquele homem e todo aquele tempo afastada dele me deixara péssima e a saudade por pouco não me matara, mas mesmo assim, eu não tinha apenas que pensar em mim.
Apesar de sua acusação na ultima vez que nos víramos, eu não era uma vadia egoísta.
Eu não pensava apenas em mim.
- Liam, por favor, não torne isso mais difícil, vá embora.
- Eu amo você, Mandy.
A cada vez que Liam dizia aquelas palavras era como se meu coração batesse mais forte, bombeando mais sangue para o meu corpo, me fazendo me sentir mais viva. Eu vivia por Liam. Eu era de Liam. Eu o amava desesperadamente e sabia como as coisas seriam se eu voltasse.
Eu não queria piorar nada para ninguém. Eu estava fazendo tudo do jeito certo. Eu acreditava que sim.
- E eu amo você, Liam. Mas, por enquanto, eu não quero mais ver você.
A dor pareceu derreter meu peito. Eu nunca pensara que teria que dizer aquilo para Liam. A minha vontade não era dizer nada daquilo. O que eu realmente queria era correr para os braços dele. Abrir a porta e abraçar Liam até que toda a dor desaparecesse. Rodeá-lo e ouvi-lo assegurar com a sua voz profunda e grave que tudo ficaria bem. Que ele era meu e eu dele e por isso não tínhamos nada a temer.
Mas não podíamos.
Não mais.
- Eu... eu vou respeitar a sua decisão. - eu podia ouvir as lágrimas em sua voz. Saber que eu estava fazendo Liam chorar me partia em duas, em desespero e em dor. Mas eu estava fazendo a coisa certa.
- Obrigada, Liam.
Com uma mão contra o meu ventre e a outra acima da minha cabeça, apoiada contra a porta, assim como a minha testa, deixei que as palavras saíssem de minha boca como um sussurro. Eu não tinha forças para negar o meu coração à Liam em voz alta. Seria uma mentira.
- Eu disse que respeito. Não que entendo ou aceito, Mandy. Isso não acaba aqui. Isso não pode acabar. Nosso amor é grande demais para que eu simplesmente desista.
Esse era o Liam que eu conhecia. Ele era obstinado, fiel. Meu. Mas não podia ser.
Eu não queria machucar Liam ainda mais. Se eu ficasse ao seu lado e o bebê não fosse dele, eu poderia destruir o seu coração. Além de traí-lo com seu melhor amigo, eu ainda engravidara dele. O quão cruel eu poderia ser?
- Me desculpe.
As lágrimas escorreram com força pelo meu rosto, desesperada com a dor que tudo aquilo trazia, esgotada pelas emoções. Antes que eu pudesse me deixar ser abalada completamente, a porta foi aberta e Liam estava ali, na minha frente, me segurando contra os seus braços, tão apertado que eu não pude segurar mais a minha dor, deixando que minhas lágrimas escorressem enlouquecidamente, molhando a sua camisa, mas Liam parecia não se importar.
Ele dava beijos leves e calmos na minha cabeça, sussurrando coisas que eu não podia entender, mas que me faziam melhor, me deixavam mais calma.
Eu sempre achara a calma nos braços de Liam. Ele sempre fora o meu porto seguro e agora eu me perguntava como eu passara tanto tempo longe dele e como eu conseguira sobreviver com o caos na minha mente sem ter os seus abraços para aliviar a minha mente de qualquer pensamento a não ser o quanto eu o amava.
- Vai ficar tudo bem, eu prometo.
Ele não tinha como prometer uma coisa dessas quando ele nem ao menos sabia o que estava acontecendo. Era mais que claro que apesar de haver dado o meu endereço para Liam, Louis não lhe dera maiores informações. Liam não sabia que eu estava grávida, por isso estava ali. Quando ele soubesse de tudo, ele voltaria a me odiar. Eu tinha certeza daquilo.
- Liam, eu preciso que você vá embora. Não torne isso mais difícil, por favor.
Os dedos longos de Liam ergueram o meu queixo até que meus olhos encontraram os seus, escuros e doces, como sempre foram. Eu amava Liam mais do que eu jamais supusera ser capaz e isso acendeu em mim alguma esperança de que as coisas poderiam dar certo ou melhorar.
Mas não podiam. Ainda que ali, na minha frente, me abraçando com toda a sua força, ele não pudesse ter a mínima ideia de que dentro de mim naquele exato momento, uma vida crescia, uma hora a barriga cresceria de vez e não haveriam desculpas ou palavras doces que poderiam consertar isso.
As promessas seriam quebradas.
Sendo assim, eu tinha de fazer o que era certo. E fazer Liam partir era o correto.
Ele entendeu o que eu tinha a dizer sem que eu precisasse pronunciar as palavras. Eu simplesmente me afastei, deixando que as suas mãos caíssem ao lado do corpo, impotentes.
- Eu... eu vou te dar alguns dias. E depois nós iremos conversar, ok?
Eu assenti e Liam julgou que aquilo era o suficiente, erguendo os braços como se fosse me tocar mais uma vez, mas a sua própria consciência o fez abaixá-los e voltar para a porta, fechando a porta depois de me encarar com firmeza, dizendo "eu te amo" sem pronunciar um som, apenas movendo seus lábios perfeitos.
Quando a porta se fechou, eu suspirei e me sentei no sofá, com as suas mãos na cabeça.
O que eu acabara de fazer?
As minhas mãos automaticamente se colocaram em cima do meu ventre e eu percebi que o que quer que eu tivesse feito, momentos atrás, eu havia feito o certo. Para nós dois. Três, no caso.
Aquela criança não precisava de todo um drama justo ao nascer. Ela não precisava lidar com fãs loucas, mídia sem escrúpulos ou o estigma de ser o fruto de uma traição. Liam não precisava ser ainda mais ferido. Zayn não precisaria se ver mais machucado.
Eu estava agindo corretamente. Estava sendo mais sensata do que eu jamais fora em toda a minha vida.
Para o bem de todos.
O programa já havia terminado e uma série que eu odiava havia começado. O entregador estava atrasado, mas eu nem me importei. As emoções ainda não estavam completamente acertadas dentro de mim. E os hormônios em total loucura, faziam a tarefa de aceitar e entender os meus atos, ainda mais difícil.
O barulho abafado do toque do meu celular me fez lembrar de onde eu o havia colocado, retirando-o debaixo do sofá, notei que haviam mais duas ligações perdidas vindas de Louis Tomlinson. E o motivo de ele estar tocando loucamente era a chegada de uma nova mensagem.
Zayn Malik.
Eu não deveria abrir a mensagem. Apenas apertar o botão para deletá-la, mas o que eu sabia naquele momento? Eu havia acabado de mandar Liam embora da minha casa quando tudo o que eu mais queria era me aninhar em seus braços e ficar daquela forma até que tudo voltasse a ser como era antes. O que eu poderia saber sobre decisões acertadas?
Abri a mensagem e ela era simples.
Mas tão direta e objetiva que meu coração deu um pulo em meu peito, me fazendo engolir em seco, Um gosto acre e estranho inundou a minha boca num misto de pânico e todos os outros sentimentos de desespero.
Deixei o celular cair e corri para o banheiro, vomitando todas as refeições do dia.
Quando eu não conseguia colocar mais nada para fora, eu lavei a boca e o rosto e me encarei no espelho.
E tudo o que eu podia dizer para mim mesma era: "E agora, Mandy ?" enquanto os meus pensamentos voltavam para a mensagem.
"Você está com algo que me pertence. Meu filho. Nos vemos na quarta. Z."
Oh, Céus, o que eu iria fazer agora?


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