- Se vista. Estamos indo para casa. - Liam disse e sua voz em nada lembrava o meu Liam. Fiquei parada por alguns instantes, sentindo a minha cabeça dar voltas e voltas e em um desses giros me permitir ter um vislumbre da realidade. Oh, Deus! O que eu havia feito? - Não me entendeu, Mandy ? Terei que desenhar. Se vista. Agora.
A ordem gritada a plenos pulmões não me deixou desobedecer Liam mais nem um segundo sequer. Zayn se afastou de mim, encarando Liam sem um pingo de remorso ou arrependimento. Talvez ele estivesse tão bêbado quanto eu.
Mas eu sabia que isso não justificava nada. Havíamos traído Liam, ele tinha todo o direito de nos olhar daquela forma, de me tratar daquela forma. Pior ainda, se quisesse.
Recolhi minhas roupas que estavam ao redor do balcão e me ajeitei da melhor maneira que pude. Uma leve tontura me abalava e eu sabia que isso era efeito do alcool. - Depressa. Não temos todo o tempo do mundo. - vociferou.
A minha cabeça estava dando leves sinais de dor e o motivo era o mesmo. Isso me fez agir mais lentamente, tentando não deixar que a dor me abalasse tanto e Liam ficou impaciente com a minha vagarosidade. Agarrando-me pelo braço e praticamente me arrastando até a porta.
Sua mão estava fria, o seu aperto era firme e eu podia ouvir a sua respiração no silêncio da sala. Apressada. Entrecortada. Liam era sempre gentil, bom, carinhoso. Mas existia um outro lado dele que poucas pessoas despertaram ou conheceram. E era justamente esse lado que estava se apresentando diante de Zayn e eu.
As coisas pareciam enevoadas diante dos meus olhos, mas ainda consegui ver Zayn empurrar Liam, o afastando de mim, os dois cara a cara, os olhos fixos um no outro.
Prontos para partir para a agressão física, se fosse preciso.
- Você pode tê-la fodido, Malik, mas ela ainda é minha namorada e merece a lição que darei a ela.
- Se ousar fizer alguma coisa com ela... - a ameaça era clara.
- O que vai fazer? Ela não é sua. Ela é minha. É uma vadia traidora, mas é minha.
O que mais Zayn poderia dizer? A razão nas palavras de Liam o desarmou e o calou, fazendo com que ele se afastasse e deixasse que Liam continuasse me conduzindo, de maneira rude, para a porta. Ainda assim, não havia remorso algum em seu olhar. Apenas determinação.
A maneira como Liam me chamara não me deixou ofendida. As lágrimas que eu deixava escorrer pelo meu rosto enquanto descíamos as escadas do prédio, em direção à rua, eram apenas de arrependimento. Eu não queria ter machucado Liam. Eu não queria tê-lo traído, mas foi completamente impossivel resistir à Zayn e o seu charme. Era quase como se eu fosse uma mariposa, sendo atraída pela chama.
O fogo de Zayn me contagiara. E me fizera queimar.
- Liam... Liam, eu sinto muito.
Os meus soluços ficavam cada vez mais altos enquanto descíamos as escadas.Ele parou de uma vez, quase me fazendo esbarrar nele, virando-se repentinamente para me encarar, os seus olhos cor de chocolate soltavam faíscas de ódio e algo mais. Algo que eu não conseguia decifrar.
- Eu te amo, Mandy . Eu te amo, porra! - A mão dele segurou a lateral do meu rosto e empurrou a minha cabeça de encontro com a parede, me apoiando ali, fazendo com que meu corpo recuasse, descendo um degrau e ficando prensado com o corrimão. - Por que você fez isso? - eu não respondi, o rosto dele estava em cima do meu, seus lábios praticamente tocando os meus. A sua respiração ofegante de raiva me deixava acesa, ainda que eu houvesse acabado de ter um orgasmo.
Era o alcool. Só podia ser.
Meus seios ficaram mais sensíveis, percebendo o peito dele contra o meu. O tão delicado Liam, o meu sensível Daddy Directioner, havia desaparecido, deixando um homem selvagem no lugar, tomado completamente pelo ódio e pela vingança.
E eu, absurdamente, estava o achando desesperadamente sedutor.
- Responda. Por quê. Fez. Isso. Comigo? - as palavras pausadas, a fúria, a maneira como ele chacoalhava o meu corpo, largando meu rosto e me segurando pelos ombros, erguendo-me alguns milímetros do chão. Eu deveria mesmo estar achando isso erótico? - Ele te fodeu melhor do que eu já fiz, Mandy ? Foi isso? - O que eu iria responder? Como eu poderia responder à uma pergunta dessas? - Me responda, sua traidora.
Solucei, prestes a chorar novamente.
- Eu não consegui resistir. Estava chateada, bêbada. Oh, Deus, me desculpe, Liam!
- E ele era melhor que eu? - sem prévio aviso, as mãos de Liam voaram para a minha calça, abrindo o meu botão e zíper sem nenhuma delicadeza, abaixando minhas calças até os joelhos em um só puxão. Os seus dedos longos apenas afastaram a minha calcinha alguns centímetros para o lado e penetraram-me de uma vez, me deixando sem ar, o soluço de choro se tornando um soluço de prazer. Liam nunca me tratara daquela forma.
Ele sempre se certificava de que eu estivesse preparada para ele, que eu me sentisse bem, acima de tudo.
Mas não naquele momento.
Aquele era outro Liam. Não o meu namorado, mas um homem furioso e traído que me daria uma lição que eu não esqueceria tão cedo.
- Eu sei que ele não fez nem metade do que eu farei com você, Mandy . - a outra mão dele, a que não estava enfiando furiosamente seus dedos indicador e médio dentro de mim, me agarrou pelo pescoço, me prendendo contra a parede enquanto seus lábios deslizavam pelo meu rosto, sem nenhum afeto. - Era isso o que você queria? Ser fodida? - Os seus dedos se retiraram para entrar ainda mais forte. - Fazer amor não foi o suficiente, sua vadia?
Eu deveria me sentir ofendida. Machucada. Nunca excitada. Mas era exatamente daquele jeito que eu me sentia.
O Liam dominador era mil vezes mais atraente que o Liam que eu conhecia. Decidi provocá-lo, então.
- Não foi. Precisava ser fodida de verdade, e não brincar de casinha.
Sua expressão se fechou por alguns segundos enquanto ele assimilava as minhas palavras. Oh, céus! O que eu havia dito. Maldito Whisky. Maldito. Mas, do nada, um sorriso malicioso brincou nos seus lábios, o seu rosto se aproximando mais de mim, sua boca na minha orelha, deixando o seu pescoço perto do meu nariz. Oh, o cheiro de Liam. Aquilo me deixou ainda mais molhada e seus dedos pararam de se movimentar dentro de mim. Quase agarrei seu braço, o fazendo continuar, mas seus dentes morderam o meu lóbulo e eu só tive forças para gemer e me derreter.
- Vou te foder de verdade, Mandy . Vou te dar o que você quer, e depois que eu fizer isso, aqui e agora, eu nunca mais quero ver você. Entendeu? - E então foi a minha vez de perder toda a expressão facial. Do que ele estava falando? Eu precisava dele. Tudo com Zayn havia sido uma confusão. Fora ótimo, mas não se repetiria. Eu podia prometer isso. Não. Eu não podia perder Liam. - Eu amo você, mais do que você pode imaginar. Mas nunca mais quero ver você de novo. Nunca mais quero ver Zayn Malik. Nunca mais.
Liam mordeu meu lóbulo de novo e encarou-me. Seus olhos estavam escuros, ameaçadores. Mas havia, ali no canto, uma lágrima solitária que escorreu, dolorida, pelo seu rosto, me deixando assisti-la por alguns segundos antes de escorrer para o queixo e o momento se partir com a boca de Liam arrebatando a minha em um beijo voraz e descuidado, cheio de paixão e dor.
Dor. Essa era a palavra chave para o nosso momento. A dor dele, por ser traído. A minha dor, por estar o perdendo por um erro tão estúpido. A nossa dor por saber que ali, diante de nossos olhos, bocas, mãos e corpos, estava o fim.
A mão de Liam começou a trabalhar com mais força, seus lábios desciam pela minha garganta, devorando-a com lambidas e mordidas, beijos quentes e a sua mão restante apertava meus seios, por cima da blusa, sem se importar com o fato de estarmos na escadas de emergência do prédio de Zayn, sem se importar com nada que não fosse me dar uma última lembrança.
Minha camiseta foi erguida sem nenhuma precaução ou aviso e ele fez o mesmo com o meu sutiã, me deixando desnuda apenas o suficiente para que ele pudesse se aproveitar dos meus seios. Uma de suas mãos segurava, agora, a minha nádega, apertando-a, enquanto a outra continuava enfiando e tirando os seus dedos de dentro de mim. Três agora. Sem misericórdia.
Meu arfados me tiraram a dor de saber que a partir daquele momento, Liam não era mais meu. Apenas o prazer que ele trazia para o meu corpo era importante. Meus dedos do pé se curvavam, meu corpo me deixava saber que meu orgasmo estava mais perto do que eu imaginava.
Liam nunca me fizera sentir tão quente, tão úmida.
Os primeiros abalos do orgasmo fizeram as paredes da minha vagina apertarem os dedos de Liam e ele os tirou de dentro de mim, me segurando pelos cabelos, sabendo o momento exato de fazê-lo, no local exato.
Apenas ele me conhecia daquela forma. Apenas Liam Payne era capaz daquilo. - Não ainda. Ainda não tive o suficiente do seu corpo.
Suas mãos fizeram pressão na minha cabeça e eu entendi exatamente o que ele queria. Meus joelhos encontraram os degraus desconfortáveis e Liam subiu dois deles, ficando na altura exata para que minha boca alcançasse seu membro já duro e marcado no tecido grosso da calça jeans.
- Você sabe o que fazer, Mandy . - ele disse. Mas o seu tom não era leve e calmo como sempre fora nos nossos momentos íntimos. Era dura e imperativa. Meu corpo tremia, minhas mãos estavam segurando em sua ereção, acariciando-a por cima da calça e escutar os gemidos roucos de Liam me fizeram ter um pouco de confiança e por isso abri o seu zíper e desabotoei a sua calça, abaixando-a e junto com ela, a cueca boxer que ele usava.
Minhas mãos agarraram o seu membro com firmeza, passando meus dedos por todo ele.
Era enorme. Quente. Pulsante. Tão pronto para mim quanto eu estava pronta para ele. Tudo o que eu precisava fazer era manipulá-lo da maneira correta.
Os meus movimentos eram cadenciados, minhas mãos subiam e desciam pelo seu comprido falo e o masturbava com pressão, como eu nunca havia feito. Nossos toques não eram mais cheios de cuidados e românticos. Eram apressados, selvagens.
Meus olhos se encheram de lágrimas quando eu entendi porquê. O fim estava tão próximo que meu peito ardia apenas em pensar.
- Chupe.
Um comando simples. E eu não hesitei em obedecer. Eu precisava daquilo como precisava respirar. Talvez ao ver que o meu corpo só respondia ao dele daquela forma, Liam entendesse que aquilo com o Zayn fora apenas um erro, que nunca haveria ninguém a não ser ele. Deixei que seu pênis deslizasse pelos meus lábios, boca adentro, me penetrando delicadamente. Engoli o máximo que fui capaz e passei a dar pequenas chupadas em sua glande. Liam era realmente enorme. Eu não seria capaz de engoli-lo completamente. Mas ainda assim, eu continuava tentando.
Meu corpo estava arrepiado, meu prazer era ter Liam gemendo coisas sem sentido. Os olhos fechados, o corpo um tanto arqueado, esperando que o momento de sua liberação viesse em meus lábios, talvez.
Seus dedos estavam agarrados em meu cabelo, aquilo me dava ainda mais paixão, ainda mais gana. Eu não poderia perder Liam. Não poderia.
Acelerei meus movimentos, movendo minhas mãos e meus lábios praticamente em sincronia. Liam estava fora de si, mas eu também o estava. Nunca o chupara daquela maneira, e continuei até que ele me segurou pelos ombros, me erguendo até que nossos olhos se encontraram.
- Era isso o que queria, Mandy ? Era assim que você queria ser fodida? Foi por isso que veio até aqui, que transou com Zayn?
- Não... eu... Eu te amo, Liam.
E aquela era a mais pura verdade.
Mas as minhas palavras não tiveram o mínimo efeito, Liam prensou meu corpo, novamente, contra a parede e ergueu uma das minhas pernas até que ela estivesse em cima do corrimão, sabendo da minha flexibilidade. Suas mãos passaram pela minha vagina uma ultima vez e ele sorriu, ao ver o quão molhada eu estava.
Meu corpo estava em brasa. Eu necessitava dele naquele momento. Dentro de mim. Tão profundamente que, a partir daquele momento, nada mais seria o mesmo.
Liam segurou o seu membro e o colocou na minha entrada, me dando aquele conhecido arrepio de choque, mas logo o meu corpo relaxou. Achei que seria como das outras vezes, Liam se deslizaria levemente para dentro de mim. Mas ele queria me castigar.
Eu fora horrível com ele e mereci quando o seu pênis entrou de uma vez, dez polegadas para dentro de mim em uma só estocada.
Meu grito ecoou por todo o local, mas ele não se deteve, não disse nada. Os seus movimentos continuaram, rápidos e profundos, me arrancando cada vez mais arfados, gemidos, gritos e todos os tipos de som. Ainda assim, ele não disse nada.
- Oh Liam! Isso é tão bom. Oh, tão bom.
Meus gemidos continuaram e eu comecei a sentir todas as terminações nervosas do meu corpo se retesarem. A hora estava perto.
Dentro de mim, o pênis de Liam pulsava enlouquecidamente enquanto ele se colocava e se retirava de dentro de mim. Ele sabia que eu estava quase no clímax. E por isso se retirou bem devagar, se colocando com força. Gritei. E então ele fez de novo. E de novo. E de novo. E eu não fui capaz de segurar mais o meu orgasmo.
- Eu amo você, Liam. – sussurrei segurando em seus ombros, o prendendo dentro de mim, no meu abraço, entre as minhas pernas.
Não. Quando aquilo acabasse, ele não seria mais meu. E eu não poderia deixar que aquilo acontecesse.
Uma estocada. Deus, como era possível ainda sentir tanto prazer quando o seu coração estava sangrando? Duas estocadas. Por favor, que não deixassem que aquilo acabasse jamais.
Mas estava no fim.
Liam me segurou ainda mais apertado contra o seu corpo e deu a sua ultima investida, soltando um grito que era misto de alívio e dor.
Meu coração batia com tanta força que temi que ele ouvisse. Ele encarou meu rosto. Seus olhos ainda mais vermelhos. O seu rosto suado. Mas não era apenas suor que umedecia a sua face. Liam estava chorando. E com isso, me permiti chorar também.
- Foi bom? – ele perguntou. As lágrimas me tiraram a voz, por isso, apenas assenti. Nervosa. – Foi melhor do que ele?
Claro que fora. Eu amava Liam e era ele quem fazia o meu coração bater daquela forma. Ainda quando ele me amava, quando fazíamos amor de forma lenta e controlada, ele me tinha como nenhum outro.
Zayn não significara nada.
Assenti. Sim. Ele fora o melhor. Sempre seria.
- Eu te amo, Mandy .
Então, Liam se retirou de dentro de mim, e sem esperar mais um segundo sequer, levantou as suas calças e continuou descendo as escadas, terminando de se arrumar e me deixando ali, para fazer o mesmo.
O álcool parecia ter evaporado do meu sistema. A minha cabeça ainda doía. O meu peito doía mais. Ainda sentia a tontura. Mas a vergonha era bem maior. O arrependimento era ainda mais cruel que a ressaca moral.
As lágrimas não paravam de cair e assim que eu terminei de me recompor, me coloquei ereta e decidi o que eu tinha de fazer a partir daquele momento.
E com isso, eu sabia exatamente para onde ir.