Capítulo 21

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Bruno não é um cara mau, ele apenas é um cara grosso, um homem da roça, que para piorar lutador de submission, que ate pouco tempo eu nem sabia que existia, ele é aquele que tem o típico pensamento na cabeça: "Quem dá é viado, mas quem come não".

Por mais que ele quisesse ser delicado, o delicado dele é algo grosso. É da personalidade dele ser assim. Claro que se ele me machucasse eu não ia dar um soco na cara dele, iria reclamar que estava me machucando. Afinal eu sou o oposto do dele nessas questões que envolvem violência. Sempre mantive o lema que a violência não resolve nada. A aquela altura da vida eu nunca tinha me envolvido em uma briga, ate discurses quando saiam da esfera educada, eu me retirava delas. Resumindo sempre fui de paz. Mas eu não era uma florzinha delicada. Aliais, isso em alguns momentos foi questão de estranheza para Bruno. Certo sábado, assistindo ao UFC que ele tanto gostava e que eu aprendi a gostar, ele comentou:

Bruno: -Você é muito esquisito primo.

Eu: -Ué, da onde veio esse comentário?

Bruno: -Você não parece com os gays que eu já vi.

Eu rindo um pouco: -Já sei, na sua cabeça todo gay usa saia não é?

Bruno: -Não é nem isso, é tipo eu já vi vários ate que se vestem como homem, mas que da sempre uma pita, uma voz fina, um trejeito, uma parada que tu bate o olho e fala, aquele é bicha.

Eu olhando seriamente para ele: -Sim e você quer dizer exatamente o que com isso.

Bruno riu um pouco: -É isso eu tô dizendo que tu se veste como homem, tem jeito de homem, tem voz de homem, tu ate parece mesmo homem nem parece via.... gay.

Eu rindo devido a própria correção dele: -Cara eu sou homem, só que eu gosto de homem, é difícil para você entender isso?

Bruno: -Não, não, eu entendi já.

Eu: -Eu sou tão homem quanto você rapaz!

Bruno rindo: -Porra primo, não força.

Eu desferi um olhar serio para ele, ele percebeu e tentou se justificar.

Bruno: -Porra primo, eu sou homem macho saca? Tu não, tu é diferente, tu não é homem macho, tu é assim, mas ninguém diz que tu é assim, porque seu jeito é diferente, cê ta entendendo o que eu tô falando?

Eu serio e balançando a cabeça em sinal de negativa: -Você ta entendendo o que você mesmo esta falando?

Ele me olhou sem saber o que dizer e para sorte dele o interfone tocou, era a pizza que havíamos pedido.

Bruno: -Deixa que eu recebo!

E levantou correndo em direção ao interfone. Quando voltou não toquei mais no assunto deixa pra lá. Eu conseguia entender que ele não entendia que eu posso ser gay e posso ser macho também, assim como tem muito hetero por ai covarde, e coisa que eu não sou é covarde. Claro que minha atração por Bruno tinha um toque de medo. Mas esse medo era justificado, afinal eu vi o que ele fez com o marginal que tentou me assaltar a meses atrás, isso e mais a postura dele, tudo isso somado é meio intimidador.

Porém nada disso me passa pela cabeça agora, eu era mais expectativa do que tesão, me assustava com a possibilidade de transar com ele novamente, mas não o suficiente para que eu não o quisesse, eu desejava aquele homem de uma maneira que nunca imaginei que podia desejar ninguém.

Eu estava deitado e ele sobre mim, com os braços apoiados na cama, nossos corpos ainda não se tocavam. Ele tinha acabado de falar para soca-lo em caso dele me machucar:

Eu: -Eu não vou bater em você, mesmo sabendo que eu não posso te machucar cara, não é pra isso que estamos aqui, é pra curtir um momento legal.

Apaixonado Por Meu Primo BrutamontesOnde histórias criam vida. Descubra agora