Capítulo 25

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Violência para mim, ate hoje depois de tudo que vivi ao lado de Bruno, nunca foi a solução para nenhum problema. Verdade que eu viva ate antes dele aparecer na minha vida de maneira passiva quando o assunto era bater de frente. Eu passei a entender que bater de frente não necessariamente quer dizer briga. As vezes é apenas a defesa de seu ponto de vista, do seu direito. Cerca de uma semana antes dessa última que o Justin me aprontou, eu estava na Best Buy e pedi orientações a um vendedor. Eu estava comprando um carregador de baterias e a minha duvida era simples: Na caixa as estavam contidas as baterias?

A resposta do vendedor foi sim, mas ao chegar em casa e abrir a embalagem vi que não estavam lá. Para mim isso era o menor dos problemas eu simplesmente voltaria e compraria as baterias, mas para Bruno o assunto era mais complicado. Voltamos a Best Buy rodamos a loja e achamos o vendedor.

Vendedor: -Não me lembro de ter dito a ele que as baterias estavam na embalagem.

Bruno: -O que!? Você é maluco, você disse sim!

Vendedor: -Não disse não e você nem estava aqui como pode saber o que eu disse.

Bruno: -Como? Como? Espera que você vai saber.

Nisso ele pegou a prancheta que estava na mão do cara virou para mim e disse: -Matheus olhe para cá.

Eu olhei e 5 segundos depois ele tirou e entregou para o cara.

Bruno: -Matheus o que estava escrito na quinta linha de cima para baixo.

Eu: -DVD Phillips DR-5198 Embarcado/Disponível 19 unidades, US$22,90

Bruno: -Viu! Ele não esquece nada! Tem memória fotográfica, eu nunca vi esse cara esquecer de alguma coisa. Duvida? Pergunte qualquer coisa que esteja escrita nessa porra dessa prancheta que ele só olhou com 5 segundos que ele vai dizer o que tá escrito.

O vendedor fez mas duas perguntas e não convencido mesmo com as respostas que acertei.

Vendedor: -E dai!? Isso não prova nada!

Então Bruno que estava de regata fez aquela cara de bicho que faz qualquer um tremer na base, contraiu o muque do braço direito e falou: -Serio? Você vai continuar nessa conversa com um cara com uma memória dessa na sua frente e um maníaco com um braço desse tamanho do teu lado?

O vendedor engoliu seco: -Ah mas duas baterias! US$2,00 cada uma, tudo bem vamos no caixa que vou liberar para vocês.

Essa lição eu aprendi com ele. Quando necessário é preciso saber se impor.

Eu não sabia exatamente o que fazer. Eu entendo que Bruno não queria minha ajuda, ele sabia que eu ia mais atrapalhar do que ajudar. Mas eu estava aflito, não gosto da idéia de ver ninguém machucado. Na verdade só de ver sangue eu já ficou enjoado, e para mim só a idéia de ver mais uma vez Bruno machucado era pior ainda. Bruno me olhava, o seu olhar estava carregado de raiva, não para mim claro, eu via seus músculos tesos, ele já tinha entrado em modo de combate. Eu não iria conseguir segura-lo, então já que ia acontecer que pelo menos ele tivesse o meu incentivo, que ele soubesse que eu acreditava nele.

Eu em tom serio, quase de ordem: -Acabe com a raça deles!

Eu mal acabei de falar ele riu de canto de boca, tirou a camisa e jogou no chão, acredito que quem me lê aqui vai se fazer a mesma pergunta que me fiz. Porque tirar a camisa? Depois disso tudo ele me explicou que lutar de camisa alem de ser covarde porque o cara pode estar escondendo uma faca ou uma arma sob a camisa e sem ela você mostra que ta limpo, o mais importante mesmo era o fato de retirar do oponente superfície de agarro. Um lutador experiente pode ate estrangular o seu oponente com a camisa dele mesmo. Por essas razões sempre que ele entrava em uma briga a sua primeira ação era retirar a camisa. "-Camisa só atrapalha primo.".

Apaixonado Por Meu Primo BrutamontesOnde histórias criam vida. Descubra agora