O Apocalipse da Minha Vida

Capítulo 10

                  

Antes de chegarmos ao quintal, Lauren já tinha me contado tudo que aconteceu no caminho até a festa, começou a falar sobre o fato de ela estar achando que Brad está com ela só pra tentar tirar a virgindade dela, mas que ela não ia deixar porque ela poderia se arrepender depois. Ela falou muito e eu só ouvia calada, quando parecia que ela havia acabado, ela me jogou uma bomba na minha cabeça.

-Brad me pediu em namoro. - Ela falou. - Eu ainda não aceitei, queria falar com você primeiro...

-Olha Lauren, eu conheço o Brad há anos, eu sei que ele não é desse tipo que você está pensando, ele é muito bom, leal, amigo. Tudo bem, ele é calado e infantil às vezes, mas quem não é? E sinceramente, eu duvido que ele estaria com você só pra tirar a sua virgindade, e se você gosta dele, por que não aceitar o pedido? Te garanto que ele vai te fazer feliz - Eu falei.

-Obrigada Em, você é a melhor. - Ela falou me abraçando. - Eu te amo.

-Também te amo Lau... - Eu falei. 

Assim que ela me soltou, Brad apareceu com três cervejas na mão, não sei como, mas ele conseguiu segurar três latas de cerveja.

-Oi meninas, trouxe para vocês - .Ele falou abrindo as cervejas e oferecendo para nós. - Saúde!

-Precisamos conversar, a sós e tem que ser agora, Brad. - Lauren falou.

-Tá bom, vamos dar uma volta - Ele falou.

Assim que Brad e Lauren saíram, tirei o meu sapato e fui para um canto que estava praticamente vazio e fiquei sentada na grama, olhando as pessoas se divertindo na piscina. Depois de um tempo, meu irmão veio falar comigo, o machucado que se abriu em sua sobrancelha estava com um curativo e ele estava sem blusa, não sei onde foi parar e também não faço muita questão, ele já estava bêbado, então quando ele foi se sentar ao meu lado, ele literalmente caiu em cima de mim, depois de empurrar ele e o colocar sentado, ele disse:

-Oi irmã, eu estou indo levar a Stella, ou Débora, talvez seja Maria, enfim estou indo levar uma menina em casa, juízo e cuidado, não volta tarde, beijos te amo. - Ele se levantou e foi meio andando, meio cambaleando até a menina e depois entrou na casa.

Fiquei sozinha, sentada na grama e acabei me perdendo nos meus pensamentos, tentando lembrar da última vez que vi a minha mãe. Eu deveria ter uns 7 anos quando minha mãe saiu de casa e nunca mais voltou, me deixando com o Jason e meu pai Patrick. Eu me lembro de estar perto da lareira com o Jason, estávamos em meados de dezembro e estava muito frio em Austin, Texas. Jason, que na época deveria ter nove anos, pediu para a nossa mãe colocar lenha na lareira e acender o fogo, enquanto brincávamos no tapete em frente à lareira, depois de fazer o que Jason pediu, minha mãe voltou para a cozinha para terminar o jantar. Parecia uma noite normal de dezembro, quando eu e Jason terminamos de brincar, minha mãe já havia terminado o jantar e nos chamou para comer, assim que nós terminamos de comer, resolvemos pegar um edredom e ficar no sofá vendo televisão, enquanto nossa mãe ia tomar um banho e se aprontar para dormir, pelo menos, era isso que eu pensava. Acordei com a minha mãe fazendo muito barulho no quarto e resolvi subir para ver o que estava acontecendo. Assim que entrei no quarto, vi minha mãe arrumando as roupas dela em uma mala de viagem e perguntei:

-A senhora vai viajar? - Ela levou um susto tão grande que deu um pulo.

-Emily o que você esta fazendo acordada? Amanhã tem aula. -Falou minha mãe abrindo um sorriso.

-Eu estou indo para o meu quarto. - Eu falei. - Boa Noite, mãe.

-Boa Noite meu amor, até mais. - Ela falou.

Me virei para sair do quarto, mas ela me chamou e falou:

-Emily filha, vem aqui. - Ela sentou na cama e bateu no colchão ao seu lado, me chamando pra sentar com ela. - Filha, eu quero que você saiba que não importa o que aconteça, eu vou sempre amar você e eu vou sempre estar do seu lado. - Assim que ela terminou a frase, limpou a lágrima que escorria do seu olho esquerdo e me deu um beijo na testa.

– Eu também te amo mãe! - Eu falei abraçando ela e me levantando da cama - Até mais mãe.

– Até mais minha pequena Emily. - Ela disse sorrindo.